O colunista Clóvis Rossi pergunta: quem matou Ronaldinho?
Incide naquele mesmo açodamento que nós, jornalistas, adoramos criticar nos torcedores.
Quando Ronaldinho mostrou um futebol fulgurante na Seleção Brasileira? Pouquíssimas vezes.
Seu maior feito foi encobrir o goleiro inglês com um chute dificílimo na Copa do Mundo de 2002, salvando a Pátria naquele jogo que terminamos com um homem a menos.
É mais um virtuose dos lampejos do que o maestro da equipe. E, atuando no poderoso Barcelona, conseguia ter lampejos em profusão porque existiam outros craques para os adversários marcarem.
Quando a marcação é concentrada sobre ele, os lampejos se tornam mais raros. Apenas isto.
Então, vamos conceder-lhe o tempo de que necessita para recuperar a forma, depois de passar meses contundido (jamais deveria ter voltado logo como titular numa Olimpíada!). Aí, sim, saberemos se a fonte dos lampejos secou ou não.
E não estranhem se apresentar no Milan um futebol muito melhor do que na Seleção Brasileira. Não por amarelão ou falta de patriotismo, mas sim porque é muito mais fácil jogar num time bem organizado e com um técnico competente.
Se querem um culpado pelo vexame olímpico, não precisam buscá-lo na China: ele está na CBF.
Nunca vi alguém iniciar a carreira de técnico na Seleção principal do Brasil. O resultado foi o que qualquer energúmeno adivinharia: péssima campanha nas Eliminatórias e nas Olimpíadas.
Dunga não é técnico nem aqui, nem na China -- disse bem o humorista Simão. Mas, merece respeito. Não é todo jogador limitado que conquista uma Copa do Mundo, depois de ter sido erigido em símbolo da derrota na Copa anterior.
Inconformado com suas limitações, passa a vida tentando provar que não as tem (igualzinho a outro personagem notório, que também foi alçado a alturas para as quais estava visivelmente despreparado...). Daí ter aceitado de pronto a proposta inconsequente, até indecente, do Ricardo Teixeira.
Já passou da hora de moralizarmos a CBF.
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