quinta-feira, 21 de agosto de 2008

EM BOCA FECHADA NÃO ENTRA MOSCA

"Se eu estivesse jogando, nós já teríamos essa medalha", afirmou Pelé, referindo-se ao ouro olímpico.

Como ele se profissionalizou muito cedo, nunca pôde disputar uma Olimpíada. Naquele tempo as competições eram restritas a amadores, sem exceção.

Mas, como ele tocou no tema do que poderia ter sido, mas não foi, proponho elocubrarmos sobre algo mais plausível: o Brasil teria conquistado a Copa do Mundo de 1974 se o Pelé não houvesse se recusado a vestir a amarelinha pela última vez?

Recapitulemos. Ele se despediu apoteoticamente do futebol, numa série infindável de partidas organizadas em sua homenagem. Quis sair por cima, depois da conquista do tricampeonato mundial de futebol.

Quando o chamaram para salvar a Pátria em 1974, ele alegou, tão-somente, que sua decisão de abandonar os gramados havia sido definitiva e os torcedores sentir-se-iam logrados caso ele voltasse atrás.

Pelo que ele falou antes e depois, eu e muitos ficamos com a impressão de que ele queria mesmo era ter um triunfo notável como última imagem que deixava. Nada de arriscar-se a uma derrota que empanaria um pouco o brilho de sua trajetória.

Mas, a ganância acabou falando mais alto e ele saiu vexatoriamente de sua aposentadoria para jogar no Cosmos, um timeco montado nos EUA.

Então, vieram os questionamentos: jogar pela Pátria não pode, mas jogar por um punhado de dólares pode?

Acuado, ele saiu-se com uma emenda pior do que o soneto: não quisera atuar mais na Seleção por causa das atrocidades cometidas pela ditadura.

Ah, bom. Quer dizer que o auge do terrorismo de estado, em 1970, não o incomodava, mas a repressão menos intensa de 1974 (a esquerda armada já fora dizimada) o impedia de vestir a camisa brasileira? Fala sério...

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