Não que os franceses de 2018 tenham muito a ver com les enfants de la patrie contra os quais os estandartes sangrentos da tirania se erguiam em 1792, quando o oficial Claude Joseph Rouget de Lisle compôs A Marselhesa.
Mas, infelizmente, parte dos croatas de 2018 continua identificando-se com os ocupantes de seu país durante a 2ª Guerra Mundial, os nazistas. São nostálgicos da bestialidade, assim como Jair Bolsonaro e os pregadores de uma intervenção militar no Brasil.
E o pior é que ousaram glorificar os vilões do passado em pleno Mundial de 2018! Escolheram para isto essa lembrança muito ofensiva para os russos: a ocupação da Ucrânia.
Uma das repúblicas soviéticas enfeixadas na URSS, após a Batalha de Kiev (aquela que, travada entre agosto e setembro de 1941, é considerada o maior cerco de tropas da História) a Ucrânia caiu em poder das tropas alemãs, que chegaram a ser recebidas por nacionalistas locais como libertadoras.
Vida gravou um vídeo louvando a morte |
Há, contudo, quem sinta prazer em ser tratado a pontapés, a ponto de até hoje cultivar a lembrança daquela situação aviltante. Gosto não se discute...
Eis o relato do colunista esportivo Juca Kfouri:
"O (...) defensor croata Vida (...) gravou um vídeo em conjunto com Ognjen Vukojevic, ex-jogador ucraniano, exaltando o regime fascista de Kiev.
O vídeo foi adicionado ao Facebook por um jornalista ucraniano, e nele viu-se o jogador Vida, gritando Glória a Ucrânia, depois de a Croácia eliminar a Rússia.
Este lema, usado pelo fascismo ucraniano, é semelhante ao usado pelo franquismo, Arriba España.
Por isso, ontem [11/07], a cada vez que Vida pegava na bola era fortemente vaiado pela torcida russa no jogo contra a Inglaterra.
Não é a primeira vez em que a Croácia se vê em situações semelhantes.
Simunic e sua saudação nazista dissimulada |
Foi um escândalo, p. ex., quando, em um vídeo divulgado pelo jogador Lovren, vários jogadores da Croácia, entre eles Vrsaljko do Atlético de Madrid, cantaram Bojná Cavoglave, uma canção da banda Thompson, que pede desculpas ao regime fascista croata do Ustacha durante a 2ª Guerra Mundial.
Em 2015, a UEFA sancionou a própria Federação Croata de Futebol com um jogo de portas fechadas e 50 mil euros de multa por insultos racistas dos seus adeptos.
Esse jogo, diante da Itália, foi jogado com uma suástica pintada com clippers no gramado do estádio, o que levou a UEFA a abrir processos disciplinares contra a Croácia.
Em 2013, o jogador croata Simunic foi multado em 3.500 euros por gritos nazistas. Durante uma celebração, o jogador pediu à platéia para cantar com ele um lema bem conhecido dos ustachis.
Za dom (Em casa) disse Simunic três vezes para o estádio, microfone na mão levantada, enquanto o público respondeu Spremni ( Pronto!).
Essa foi uma das saudações dos ustachis, o protetorado croata da Alemanha nazista".
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