segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

DILMA É INCISIVA: NÃO COMPACTUARÁ COM AS PRÁTICAS MEDIEVAIS DO IRÃ

De tudo que se delineia sobre o Governo Dilma Rousseff, o mais alvissareiro é a perspectiva de que a política externa brasileira volte a se reger pela priorização dos direitos humanos que está inscrita em nossa Constituição.

Assim, em entrevista ao Washington Post, ela condenou enfaticamente a abstenção brasileira quando, duas semanas atrás, foi votada e aprovada na ONU uma resolução contra as torturas, penas de morte, violência contra mulheres e perseguição a minorias étnicas e religiosas por parte do estado teocrático iraniano.

Nossa diplomacia vinha defendendo a posição de que é mais fácil demover-se países como o Irã, Sri Lanka, Mianmar e Sudão de suas práticas brutais por meio de gestões discretas do que com execração e pressões ostensivas.

Faltou, entretanto, Mahamoud Ahmadinejad colaborar com Lula, quando este se prontificou a receber Sakineh Ashanti no Brasil; se ele, sensatamente, atendesse tal pedido, nosso presidente teria um resultado concreto para mostrar.

Ao morder a mão que o alimentava (o Brasil vem sendo um dos principais obstáculos à adoção de uma solução de força contra o programa nuclear iraniano), o premiê Ahmadinejad debilitou o posicionamento de Lula aos olhos do mundo, deixando-o totalmente à mercê das críticas estadunidenses. Quem tem um aliado desses, não precisa de inimigos...

Se faltava a pá de cal nessa postura equivocada, Dilma a providenciou:
'Não sou a presidente do Brasil, mas me sentiria desconfortável, como uma mulher eleita presidente, em não dizer nada contra o apedrejamento' [a que está condenada Sakineh, por mero adultério, tendo a péssima repercussão da sentença levado os aiatolás sinistros a tentarem tapar o sol com a peneira, acrescentando nova acusação, uma pretensa cumplicidade no assassinato do marido, que a ninguém convenceu].

'Eu não concordo com práticas que tenham características medievais [no que diz respeito] às mulheres. Não há nuances. Não farei nenhuma concessão nesse assunto'.

'Minha posição não mudará quando eu assumir o cargo. Não concordo com a forma como o Brasil votou [abstendo-se]. Não é a minha posição'.

Um comentário:

Nascimento disse...

Não foi aqui no Brasil onde prederam uma menina de 15 ou 16 anos em uma delegacia com 20 ou trina homens durante quase um mês. Quanto ao programa nuclear, quem disse que só americanos, ingleses e franceses e russos podem ter armas nucleares e os outros não, lá, nós estavamos defendendo éra o nosso programa nuclear e não o deles... quanto as mulheres... aqui no Brasil se mata muito mais do que no irã.

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