Redes ultradireitistas estão convocando seus seguidores para a luta armada, adverte Paulo Motoryn, editor de Brasília do Intercept Brasil, neste artigo.
Motoryn rastreou o vídeo veiculado por um grupo de WhatsApp usado para compra e venda de produtos domésticos na cidade de Araçatuba, interior de São Paulo.
Nele, um encapuzado pregava abertamente uma guerra anticomunidsta visando à derrubada de governo, com afirmações como estas:
"Chegou a hora de lutar. O Brasil está sob ataque. Comunistas infiltraram-se em nossas instituições, corromperam o sistema e ameaçam nossa liberdade, nossa pátria e nosso futuro."
"Essa guerra não será vencida com manifestações pacíficas ou gritos nas redes sociais. Manifestações não funcionam mais. Redes sociais não derrubam governos."
"No Nepal, meninas de 12 anos, desarmadas, enfrentaram comunistas nas ruas e venceram. "
"...o Brasil definha. Não contem com o exército brasileiro. Ele não existe mais como força patriótica. Transformaram-se em melancias. A polícia federal? Corrompida. O judiciário? Vendido."
"Compartilhem esta mensagem, despertem os adormecidos, organizem-se."
"O Brasil clama por sua liberdade. Vamos lutar pelo tudo ou nada até a vitória. Pátria acima de tudo. Brasil acima de todos."
Há até um lado positivo em tal convocação, pois se trata do reconhecimento implícito de que a liderança do Jair Bolsonaro definha e ele não controla mais seu antigo rebanho. A ameaça maior, de um golpismo que se alastrava pelos centros do poder. foi debelada.
A perspectiva atual é a de que as eleições dp próximo ano transcorram normalmente, com Lula como candidato do reformismo pequeno-burguês e os direitistas Tarcísio de Freitas, Michelle Bolsonaro e Ratinho Jr. disputando a outra vaga no segundo turno.
Mas, mesmo que hoje não se constituam verdadeiramente numa alternativa de poder, os extremistas de direita tendem a causar muito estrago. E, se ocorrer uma grave crise capitalista, eles poderão até ganhar fôlego para voos maiores.
Temos mais é de esmagar esses ovos de serpente antes que eclodam. (por Celso Lungaretti)
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