segunda-feira, 16 de setembro de 2024

...E A MÚSICA DE HOJE VAI PARA UM CANDIDATO A PREFEITO QUE DÁ PENA!

Em 1963, ao cursar a 2ª série ginasial, fiquei conhecendo um colega espanhol que gostava de falar das coisas do seu país, satisfazendo a minha insaciável curiosidade sobre usos e costumes de outros povos.

Ele era um menino ao chegar com a família e, ao desembarcar no porto de Santos, viu vários moleques agredindo apenas um adversário. Indignado, perguntou ao pai: "São animais?".

É que espanhóis consideravam uma enorme covardia as brigas desiguais. Se uma turma queria acertar as contas com alguém, tinha de vir um contra um enquanto os outros apenas assistiam. Caso contrário, todos seriam desprezados pela vizinhança.

Lembrei-me disto ao ver o vídeo de um candidato (que troca de partidos como de sapatos e ficou famoso comandando medíocres programas policiais na TV) reagir a uma acusação de arregão agredindo quem o ofendera num debate político com... uma cadeira! 

Pelos critérios do meu colega espanhol, ele estava comprovando ser mesmo um arregão, ao não responder ao desafeto com as mãos limpas.

Lembrei-me também de que o pessoal da minha turminha de rua já me advertia quanto a não utilizar minhas pernas compridas para desfechar pontapés na virilha daqueles com quem brigava. 

Quem não aprende essas coisas quando criança, passa a vida inteira comportando-se como... um arregão! 

Além de bobalhão, pois o alvo da cadeirada, provocador contumaz, estava querendo gerar uma bizarrice que colocasse em evidência sua participação naquele debate entre insignificâncias políticas num canal a que quase ninguém assiste. 

Conseguiu exatamente o que pretendia, tendo apenas a lamentar uma costela fraturada. Faz parte do jogo.

Quanto às eleições da nossa democracia burguesa e aos políticos profissionais que delas participam, estão sendo um festival de horrores. (por Celso Lungaretti) 

8 comentários:

Anônimo disse...

Discordo. Datena com 70 anos fez aquilo que muitos gostariam de ter feito. A hipocrisia e a demagogia de muitos dos ditos de esquerda, inclusive, faz coro aos sempre hipócritas e demagogos de direita. Pela tua lógica, poderíamos enquadrar célebres personagens de esquerda como covardes, também. João Saldanha, pela tua ótica, seria um deles. Só para ilustrar um pequeno exemplo. O Homão (Yustrick) que o diga.

celsolungaretti disse...

O Saldanha foi confrontar o Yustrich numa propriedade do Flamengo. Não sabia o que encontraria pela frente e nem sequer chegou a usar a arma.

O Dá Pena sabia que não tinha nada a temer quanto à sua integridade física (a turma do "deixa disso" o protegeria) e mesmo assim agrediu o coach provocador com uma cadeirada.

Foi covarde e foi idiota, pois transformou o desafeto em notícia importante, o que não aconteceria caso ele houvesse contido o ímpeto de mostrar o muque.

Nesses casos, eu sempre recomendei aos companheiros que não fossem eles a apelarem para a violência, mas também jamais deixassem qualquer agressão sem uma resposta à altura.

Precisamos deixar claro que preferimos os argumentos às porradas; mas, sempre que tomarem a iniciativa de nos agredir, daremos o troco.

Anônimo disse...

Oi Celso tudo bem por aí? Aqui é Hebert.

Bem, sobre "circo dos horrores", há uma tirada ótima da crossdresser, Senhorita Bira, fundador do canal no YouTube "O Algoritmo da Imagem": "A política é para os estratégicos, não para os emocionados." Se alguém se propõe a falar de arroz (do cultivo ao consumo), que fale só de arroz. Ninguém tem chamado os mediadores dos deboches (digo debates) às suas responsabilidades, por que será? Só falta agora, chamarem o datena de novo ícone de esquerda, não é verdade? As reações mostram o estado "Mad Max" de espírito social previsto por Você. Isso coincidindo com uma reportagem, ontem (15/09/2024), no "Domingo Espetacular", sobre Armas de gel que viram febre e preocupam autoridades. E o ex-ministro de direitos humanos, já havia perguntado ao David (se não me engano) e pergunto a Você; Ele frequentava reuniões sindicais, ou movimentos, antes do destaque, ou caiu de paraquedas?

PS: Semana passada foi exibido o clássico "Três homens em conflito" pela enésima vez. Vamos ver o que passará amanhã, na Rede Brasil de TV, as 22:00, 22:30. Forte abraço.

Anônimo disse...

Não usou a arma porque o Yustrick correu, pulando muros desesperadamente quando soube que o Saldanha estava no seu encalço.

David Emanuel disse...

Hebert, o Silvio Almeida era um tanto quanto um sujeito em voo solo. Ele tinha certa relação com a esquerda, mas se destacou escrevendo livros - primeiro com um marxismo superficial, depois com aspectos de debate acadêmico sobre o racismo -, mas nunca foi um quadro de sindicatos ou movimentos sociais. Até por isso caiu tão fácil.

celsolungaretti disse...

Anônimo das 18h15, que eu saiba o Yustrich correu foi RIDICULAMENTE, um sujeito metido a machão que se borrou todo e fugiu da propriedade pulando a cerca, com banhas (era obeso) e tudo.

Mas, como sabermos se o que o Saldanha pretendia não era apenas provar que o "homão" era um bundão? O fato é que ele não encostou nem uma unha naquele sujeito grotesco e repulsivo que o xingara de corno.

Já o Dá Pena consumou a agressão covarde, mostrando que o negócio dele nunca foi brigar de homem para homem. Um fiasco moral e político, com a agravante de que levantou a bola para o desafeto marcar um monte de pontos.

celsolungaretti disse...

Hebert, quanto ao episódio do Sílvio Almeida, prefiro ater-me ao óbvio: há acusadores que têm evidentes motivações ideológicas (rezam pela cartilha do feminismo fanático), mas nada foi provado nem ele teve direito à defesa.

A decisão precipitada e de viés populista do Lula foi inaceitável. Ainda mais tratando-se de um presidente que mantém no cargo um ministro já indiciado pela Polícia Federal por crimes como corrupção passiva, fraude em licitações e organização criminosa.

Quem há tanto tempo poupa Juscelino Filho não tinha o direito moral de linchar o Sílvio Almeida, descartando-o a toque de caixa. Se nada ficar finalmente provado contra ele, de que adiantará, se já foi punido com uma sentença capital em termos políticos.

Quanto ao xis da questão, não dá para concluirmos nada nesta altura dos acontecimentos. Apenas que a punição veio antes da condenação.

Anônimo disse...

Obrigado David e Celso. Forte abraço do Hebert.

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