quarta-feira, 5 de junho de 2024

SOMOS UMA SOCIEDADE DOENTE, MAS AINDA DÁ TEMPO PARA EVITARMOS A NOSSA EXTINÇÃO COMO ESPÉCIE

dalton rosado
GUERRA NUCLEAR E AQUECIMENTO GLOBAL SÃO AS DUAS GRANDES AMEAÇAS À HUMANIDADE

"Temos potencial nuclear de destruição da civilização. A Russia está preparada para a guerra nuclear" (Putin)

Leio no noticiário internacional: Putin ordena exercícios nucleares com tropas perto da UcrâniaOcidente condena nova ameaça nuclear da Rússiaa Rússia ameaça bombardear militares britânicos na Ucrânia e aumenta a tensão, e por aí vai...

A hecatombe nuclear mundial já pode ocorrer, pois, infelizmente, está à mão de tiranos governamentais.

Ligo a televisão e vejo em tempo real o maior desastre natural da história do Rio Grande do Sul, com centenas de mortes e desaparecidos em face de uma submersão de parte do Estado gaúcho sob tempestades de vento e inundações nunca antes experimentadas. 

O aquecimento global, causado principalmente pelos Estados Unidos e China, locomotivas do capitalismo mundial pela emissão incontrolável de gás carbônico na atmosfera que produz o efeito estufa retendo os raios solares, já toma ares de irreversibilidade, segundo os cientistas.  

Na rua em que moro, ou em qualquer local da minha cidade, ou de qualquer outra cidade do Brasil, não se pode sair a pé com um celular porque corre-se de ser roubado, e quase todas as pessoas têm histórias de assalto ou tentativa de tal violência para contar, etc.  

Segundo dados da Food and Agliculture Organization, a fome aumenta mundo afora, e mais de 700 milhões de pessoas (cerca de 10% da população mundial), tem subnutrição alimentar crônica, mesmo com todo o desenvolvimento da engenharia agrícola.  

Três fatores contribuem para o aumento da fome no mundo, por conta da concentração absurda da riqueza abstrata e da terra agricultável:
 a desertificação pela escassez de água;
— a produção voltada para a exportação para quem pode comprar (o Brasil é o segundo maior produtor de alimentos no mundo e seu povo passa fome); e
 o uso de equipamentos em substituição preponderante ao trabalho abstrato, contradição capitalista basilar.  
 
Recentemente formos vítimas de uma pandemia devastadora que causou a morte de cerca de 7 milhões de pessoas num processo de propagação mundial acelerado, reeditando em menor parte a peste bubônica do século 14, e no qual o Brasil foi o infeliz campeão na estatística de mortos por habitantes. 

Sob pretexto de combate ao grupo Hamas, o governo sionista de Israel impõe um genocídio aos palestinos indefesos com mortes e provocando uma diáspora destes mundo afora, reeditando a própria história de que os judeus foram vítimas, numa prova atual da desarmonia de convivência humana.   

Ao ficarmos indiferentes às causas de tudo isto, estaremos sendo negacionistas?
 
Por que, em plena terceira década do século 21, era da tecnologia de ponta e dos ganhos inimagináveis do saber em todas as áreas, estamos tão ameaçados de extinção? 

A resposta a tal indagação não pode ser outra, senão a de que 
somos sociedades mundiais doentes.  

Quando se está doente, a primeira providência para a cura da enfermidade é o diagnóstico desta. Só a partir do diagnóstico se pode pensar no remédio.  

Há hoje uma completa inadequação entre forma e conteúdo da relação social atual, por obsolescência dos seus fundamentos existenciais. Entretanto, ao invés de se estudar as causas primárias de tal enfermidade, prefere-se usar antitérmicos para aplacar a febre sem atacar a doença (e por medo do desconhecido!). 

É evidente que a fórmula social própria ao sistema produtor de mercadorias, que sempre foi excludente e segregacionista, agora encontrou o seu limite existencial por conta de suas contradições endógenas. Encarar a existência humana como somente possível pela via da produção de mercadorias, no exato momento em que tal produção se inviabiliza, é submeter a vida da humanidade a um reducionismo irracional. 

Metaforicamente falando, é a irracional insistência em tentar fazer com que uma massa corpórea maior caiba dentro de um invólucro menor que está a provocar os problemas ora vividos pela humanidade.  

É claro que, sob outro critério de produção e forma de organizações sociais, e com o uso de todos os saberes adquiridos pela humanidade, poderíamos ter uma vida completamente diferente, seja do ponto de vista da subsistência da vida material, seja como racional harmonia social promotora da paz e sustentabilidade ecológica. 

Já não se produzem mercadorias, mais-valia e lucro nos níveis exigidos pela economia porque não há quem compre tudo que se precisa produzir em valor (decresce a massa global de valor pela queda de valor de cada mercadoria e volume de produção destas).

E não há quem compre porque o consumo humano tem limites, mas, principalmente, porque o trabalho abstrato, única forma de produção de valor, está sendo substituído pela máquina em maior proporção. 

Na política, as velhas formas de acesso ao Estado, e a própria função social do Estado como pretenso provedor das demandas sociais (obrigação constitucional nunca cumprida a contento por conta da verdadeira essência opressora do estado como serviçal do capital), denunciam a falência sistêmica com dívidas públicas crescentes e juros sacrificantes para os países pobres, e o ridículo da incompetência de suas funcionalidades.   

A fórmula de relação social do passado escravista mais remoto (após a introdução da forma-mercadoria e abandono da partilha), a escravização direta, como no Império romano (Roma, no ano zero da era cristã, tinha uma população de 1 milhão de habitantes, e 80% eram escravos) funcionou pela força das armas brancas.
  
Foi a relação social imposta pelo mercantilismo das armas de fogo que criou a produção de valor pelo trabalho abstrato pretensamente livre, e que funcionou como forma de relação social capitalista dita mais civilizada em substituição ao escravismo direto do feudalismo fisiocrata (a abolição dos escravos no Brasil, há pouco mais de cem anos, atendeu a um objetivo mercantilista interesseiro). 
Tal relação social de produção baseada no trabalho abstrato agora foi substituída pelas máquinas que não produzem valor, impondo a concorrência de mercado. Esta é uma contradição fundamental: mata-se a galinha dos ovos de ouro (o trabalho abstrato), confirmando o prognóstico de Marx de que 
o capitalismo cava a própria sepultura.    

Basta considerarmos que em nenhum dos bens de consumo tangíveis, e em nenhum tipo de serviço de que necessitamos, há um grama sequer de dinheiro, e que podemos produzir e consumir sem a intermediação dessa coisa demoníaca (mas aparentemente ingênua) que é a troca de mercadorias. 

Como disse Belchior, não devemos temer o novo que sempre vem, mas, mesmo assim, ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais.  

Ainda dá tempo para evitarmos a nossa extinção como espécie. Mas, quando é que vamos sair da casa antiga deteriorada e disfuncional e construirmos uma nova morada para uma vida social adulta? (por Dalton Rosado) 

11 comentários:

SF disse...

***
Grande Dalton!

Deixemos de alarmismo.
Não estamos num ponto de não mais retorno.
*
Eu mesmo estou desenvolvendo um projeto chamado "Do Capinzal ao Florestal", no qual pretendo transformar uma área degradada em floresta.
A previsão é de oito anos.
*
Os caras da agricultura sintrópica determinaram que, para se realizar o replantio da floresta demora isso (oito anos).
Sebastião Salgado fez isso e colocou os vídeos no iutubi.
*
Digite "sebastião salgado reflorestamento" na aba de pesquisa do iutubi e veja.
*
Logo, quando os bambambãs quiserem demora oito anos para reflorestar o planeta todo.
***
Ameaça nuclear.

Tem muito de propaganda nisso.
O saber a respeito dos artefatos nucleares impõe, a quem o tem, poder, liberdade e a concomitante responsabilidade.

A espada de Dâmocles não é só uma fantasia.

E depois, lembre do Equilíbrio de Nash.
Não faz o menor sentido usar armas nucleares.
Elas representam o impasse da artilharia.
Assim como os drones, atualmente, representam o impasse da infantaria.
***
Um evento auspicioso.

Está marcado para 2026 a segunda tentativa de medir o campo de Higgs (bosón de Higgs).
Na primeira, em 2012, se comprovou a existência, prevista teoricamente em 1960, de um campo (nem sei direito o que é), pois bem, de um campo que "dá" massa a tudo quanto há (partículas atômicas).
Só que o valor medido em milionésimos de volt não permitiu calcular se estamos num universo ou num multiverso.
Caso estejamos num multiverso a teoria das cordas terá um avanço.
Esse é o nível em que está a espécie humana.
A dois anos de entender o universo.
Ou não.
***
Você acha que um fanfarrão como Vladimir tem algum poder sobre essa turma?
É sabido que pertinho dele, em São Petersburgo, mora Grigori Pereman, o cara que resolveu a conjectura de Poincaré.
Esse é outro nível de avanço da consciência humana.
O cara calculou na quinta dimensão.
E Pereman é um tapa na cara dos consumistas e academicistas.
Simprão de tudo! Olha com suave desprezo a imbecilidade reinante enquanto bebe vinho e assiste ópera.
Inclusive a ópera bufa de Vlad.
*
P.S. - São Petersburgo foi de onde o covarde Lenin correu quando o exército branco chegou perto. Está vendo que não se pode mudar a história? Bem que tentaram.
***

Valmir disse...

"o homem não de propõe problemas que não possa resolver"...k marx

Anônimo disse...

Caro SF,
Comi duzia John Lennon, se vice quiser a guerra acaba amanhã. Mas como querer se o nosso querer é condicionado por outro querer que nos impede de querer???
O bambambã denomina-se siatema prosutir de mercadorias que determina a forma e o conteúdo do nosso querer e de tal forma que desertifica antes de reflorestar. Nao e uma questão de possobilidade técnica, mas de condicionamento social que is da ordens destrutivas e que caminha para a proplria autodestruição.
Mas como disse no artigo, podemos, e so nós podemos, reverter esse processo. Mas é preciso outro querer; urgentemente!!!
Dalton Rosado

Neves disse...

FLORIDA | La ley HB-433 contra las protecciones del calor afecta a los trabajadores | EL PAÍS
https://www.youtube.com/watch?v=sqZN6ESRj5k

EE UU | Más de 40 grados por domo de calor en Estados Unidos | EL PAÍS
https://www.youtube.com/watch?v=V_ePwTEf6P0

Neves disse...

https://www.theverge.com/2024/5/14/24155408/tree-rings-hottest-summer-climate-change-nature-research

Neves disse...

Inspirado em Picasso, cartunista do RS pinta "Guernica gaúcha
https://www.rbsdirect.com.br/filestore/3/0/9/7/7/9/4_7b2842880173ff4/4977903_267005c270a1b56.jpg?w=1024&h=1024&a=c

Neves disse...

https://climateactiontracker.org/countries/brazil/

SF disse...

***
Grande Dalton!
Agradecido por ter respondido ao meu comentário.
***
E você tem razão. A decisão de reflorestar implica coragem de ir contra o pensamento reinante.
Minha família queria que eu fosse médico ou advogado.
Quando decidi fazer agronomia ficaram decepcionados.
Eles não viam que a faculdade de agronomia da Paraíba era um paraíso.
Água boa, clima bom e pensão completa de grátis!
***
Não seja tão duro com os companheiros agricultores.
A maioria está dominada pelo medo.

É engraçado como meus vizinhos citam a presença de cobras.
Eles nem sequer sabem que tipo de cobra é e nem veem os carcarás e corujas buraqueiras que tem na área. Corujas comem filhotes de cobra.
Outro dia estavam me avisando da presença de jaguatiricas (eles dão o nome de gato-mourisco) e me recomendaram andar armado.
Medo de um felino que nunca ataca o ser humano.
Os gatos são covardes.
Só a onça, e olhe lá, ataca um homem em condições especialíssimas.
E esse medo é a base de muito do que eles fazem.
E quem não é cheio de fobias?
O inimigo é a ignorância.
*
Pois bem, bem estou plantando uma agro-floresta.
Um tipo de agricultura regenerativa que produz alimento, madeira e proteção para o solo e as fontes de água.
Meu vizinho tem um lote que parece um jardim. Ele só falta raspar o solo.
Medo das queimadas.
O meu um capinzal roçado, o solo coberto de palha de capim, as plantas nativas crescendo e interferindo o mínimo possível na dinâmica.
Ele deve ter uma opnião confusa a meu respeito, rsrs.
*
Esses dias, devido a manchas de solo de baixa fertilidade e a chegada da época seca pedi-lhe umas mudas de abacaxi.
Ele me deu o dobro do que tinha pedido e manivas de macaxeira, que eu nem tinha pedido.
Disse que a "lua" estava boa para plantar macaxeira.
Veja só... como direi que, como não há previsão de chuvas, não faz sentido plantar macaxeira?
E como explicarei que não tenho interesse em produção para o mercado?
Ou que na agricultura sintrópica se imita a floresta evitando adensamentos?
É uma aventura social e econômica.
E contra paradigmas!
***
Estou registrando tudo em vídeo e jogando na nuvem.
***
É possível plantar uma agro-floresta, mas o cara tem que deixar de lado as atividades viciosas e inúteis da cidade e ir para o campo suar a camisa.
Faz um bem imenso a saúde... mas quem disse que os doentes querem mesmo se curar?
*
A paz.
***
P.S. Veja que o vizinho deu gratuitamente as mudas. É muito bom quando as pessoas eliminam o dinheiro de suas relações pessoais.
Vamo que vamo!
*

Neves disse...

Día Mundial del Medio Ambiente
5 junio
https://www.un.org/es/observances/environment-day

Cambio climático: no somos los dinosaurios, somos el meteorito, advierte Guterres
https://news.un.org/es/story/2024/06/1530321

La tierra, el sumidero de carbono del planeta
https://www.un.org/es/climatechange/science/climate-issues/land

CARTILHA DA RESTAURAÇÃO DE ECOSSISTEMAS
https://wedocs.unep.org/bitstream/handle/20.500.11822/35858/ERP_PT.pdf?sequence=16&isAllowed=y

Túlio disse...

Olá, Dalton
Realmente, a lógica capitalista é desumana e contra a vida.
Alguém já disse que a vida na Terra equivale à luz trêmula de uma vela em meio a vastidão de escuridão e vácuo do universo.
Dessa forma , poderíamos aproveitar melhor esta oportunidade única e usufruirmos igualmente, e com justiça social, as benesses da ciência e tecnologias. Numa comunhão fraterna da humanidade.
Mas no meio do caminho, tem o capitalismo...
E la nave va...

https://www.bbc.com/portuguese/curiosidades-63901851

Luiz Rocha disse...

Há tempos, estamos em tempo de revertermos a degradação da nossa existência, enquanto civilização e espécie... Continuamos no caminho reverso! Até quando!?

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