sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

UNIDADE ENTRE TEORIA E PRÁXIS REVOLUCIONÁRIAS PARA A SOLUÇÃO DO ENIGMA ATUAL - PARTE 2

(continuação deste post
 O
s que fizeram as revoluções marxista-leninistas não negaram as categorias capitalistas - valor, trabalho abstrato, dinheiro, mercadorias, mercado, estado, partidos políticos, políticos, etc. - e terminaram por se submeter à tirania da lógica funcional dessas categorias fundantes, com dissemelhanças políticas que em quase nada se diferenciam nas suas essências e raízes mais profundas.  

Por sua vez o capitalismo ocidental vive de um eterno retorno, numa alternância de liberalismo clássico de Milton Friedmann e semi-estatismo capitalista de John Maynard Keynes, ambos cegos batendo numa mesma porta.    

Entendo que o mundo necessita de adotar um novo modo de produção e de organização social, e isso somente pode ser construído em um processo revolucionário mundial que possa conter a tirania da forma-valor e do Estado, antes mesmo que haja a tragédia anunciada por fatores impulsionadores do colapso de médio prazo, como a falência do sistema bancário mundial, aumento da temperatura a níveis insuportáveis à nossa existência e guerras civis generalizadas.  

Que se valorize a vida em detrimento de qualquer outro interesse. Afinal, o que é o lucro de um banco ou o equilíbrio financeiro de uma grande empresa multinacional, ou ainda a necessidade de manutenção por aparelhos de Estados falidos, diante do bem estar e da vida da humanidade? 

A teoria e a práxis revolucionárias são complementares e indissociáveis, razão pela qual há que se conscientizar e lutar para sairmos da opressão da tirania da forma-valor e de sua formação política estatal. 

As revoluções armadas, necessitam, por sua natureza, da manutenção de um poder armado que a sustente perante a contrarrevolução. Mas a força maior de uma revolução desse tipo não está necessariamente nas armas, mas no comportamento resultante da consciência popular que apoiou a vanguarda revolucionária. 


Ora, que consciência maior de população pode haver se as mãos que produzem valor permanecerem paradas e em resposta à tirania do capital?  

Se você considera que isto é impossível dado o baixo nível da consciência revolucionária dos trabalhadores abstratos, entenda que não somente isso é possível como já está acontecendo, mais pela contradição capitalista que está a prescindir substancialmente desses mesmos trabalhos abstratos.  

Já não se pode trabalhar, mas não se pode viver atualmente sem a mercadoria trabalho abstrato: uma equação irresolúvel sob o capital.  

O desemprego estrutural é crescente mundo afora, graças à cibernética e microeletrônica - cálculos, comunicação e robotização -, e simplificação de costumes - o sucesso do carro elétrico é bom exemplo da grande paralisia que causa no sistema produtor de mercadorias pela obsolescência do uso de combustíveis fósseis e produção de peças e serviços -, e a vida se inviabiliza nos países pobres das África, Ásia, Américas Central e do Sul, nos quais o trabalho abstrato se reduz a valores miseráveis. 

Se amanhã os trabalhadores abstratos de todas as áreas se desvencilharem de tal condição capitalista e passarem a ser simples contribuintes do esforço de produção para o consumo coletivo - que não tem nada a ver com trabalho abstrato -, e disserem NÃO! à produção de valor, dinheiro e mercadorias, não haverá força estatal e militar que possa se contrapor a tal decisão. 

O trabalho e o trabalhador explorado é a face complementar da moeda, e não o seu oposto, não devendo ser incensado como fez Hitler, Mussolini e Stalin; ou como fez o trabalhismo de Getúlio Vargas, e de todos os matizes desde Lula a Tony Blair, e deve ser superado. 

Se você quiser, a miséria capitalista acaba com muita brevidade e se descortina uma relação social radiosa com o apoio de todo o saber adquirido pela humanidade ao longo dos séculos, e agora, então, em benefício dela mesma.  

Simples assim! (por Dalton Rosado)  

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