sábado, 23 de dezembro de 2023

CADÊ O FERNANDO DINIZ QUE ESTAVA AQUI? O PEP GUARDIOLA COMEU.

Se já era duvidoso que o vitorioso Carlo Ancelotti fosse mesmo trocar o profissionalismo do Real Madrid pela zorra total da CBF, agora há mais um forte motivo para ele não cometer tal loucura. 

É que o presidente da Casa Bandida do Futebol ao qual ele teria feito tal promessa foi afastado e um interino assumirá em janeiro para convocar nova eleição.

Ou seja, a seleção faz péssima campanha na eliminatória e continuará ao Deus dará até que haja um desfecho para a luta interna. 

Ou mesmo depois, já que o novo eleito será farinha do mesmo saco: quem decide tal eleição são os presidentes das 27 federações estaduais, cujos votos têm peso maior até que o dos dirigentes de grandes clubes da série A.  

Exemplificando. A Federação Roraimense de Futebol conta com uma única equipe disputando o Brasileirão, e ainda assim na série D. Trata-se do São Raimundo EC, cujo estádio tem capacidade para 4.556 gatos pingados. No entanto, o seu cartola é mais decisivo no colégio eleitoral da CBF do que o presidente da nação rubro-negra, com quase 47 milhões de torcedores espalhados pelo Brasil.

Como o Brasil só vai retomar as disputas pelas eliminatórias em setembro, pode até dar-se ao luxo de ser goleado nos amistosos contra a Espanha, a Inglaterra e o México, bem como nas partidas da Copa América. 

Mas, depois de não ver a cor da bola como visitante contra o Uruguai (2x0) e a Colômbia (2x1), além de decepcionar em casa contra uma Argentina pouco inspirada (0x1) e atolar-se no Pantanal contra a Venezuela (1x1), já dava para perceber que com Fernando Diniz não vai a lugar nenhum.

E isto ficou escancarado nas ridículas exibições do Fluminense no Mundial de Clubes, a competição mais importante já disputada pelo tricolor carioca. 

Venceu o Al Ahly por 2x0, mas os egípcios desperdiçaram um rosário de chances de gol, enquanto os dinizistas só embalaram depois de beneficiados por um pênalti mandrake aos 26' da etapa complementar. 

Já contra um Manchester City desfalcado de seu melhor jogador e do seu artilheiro mais mortal, o Fluminense, por caridade do Pep Guardiola, levou um chocolate de apenas 4x0. Se o melhor time do planeta forçasse o jogo, o placar chegaria facilmente ao dobro.

Mas Fernando Diniz é teimoso qual uma mula, como ficou demonstrado nas coletivas que deu após a vitória inconvincente e a derrota acachapante:
— valoriza mesmo é uns 15 minutos nos quais o Flu manteve mais posse (inócua) de bola do que o City, depois de já estar perdendo por 1x0;
— considera um ato de coragem ter tentado jogar de igual para igual contra um time imensamente superior, enquanto o adversário é que ia criando as melhores oportunidades de gol;
— fez questão de deixar sua torcida à beira de um ataque de nervos na final, com a insistência em trocar bolas na própria área, correndo grandes riscos sem proveito nenhum; e 
— não dá a mão à palmatória quanto ao aproveitamento de veteranos (tanto que o Flu acaba de contratar o Renato Augusto, um cracaço de outrora que, infelizmente, hoje passa mais tempo curando contusões do que atuando), embora tanto Al Ahly quanto Manchester City tenham acuado o tricolor em termos de imposição física. Afora o fato de que o trintão Marcelo, cometendo um erro digno de juvenil, tenha enterrado seu time com meio minuto de partida.

Em meio à confusão e à lama na qual está chafurdando a CBF, Diniz poderá até ir permanecendo no comando da seleção por forma da inércia. Seria um flerte com o abismo. O Brasil disputou todas as 22 Copas do Mundo, mas o Diniz é o técnico ideal para deixá-lo fora da próxima  
(por Celso Lungaretti) 

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