sábado, 24 de dezembro de 2022

JESUS NÃO ALAVANCAVA BEM AS VENDAS, ENTÃO O TROCARAM PELO PAPAI NOEL

apollo natali
O BELO NATAL
O
 que essa gente não faz para disparar as vendas... 

Numa inspirada jogatina de marketing, homens de negócios dotados de imensa aptidão lançaram fora  a comemoração do dia do nascimento do personagem mais celebrado do universo. O nome dele é Jesus.

Em seu lugar estamparam no calendário o nome de um novato conhecido como Papai Noel.

Nesta reviravolta, Jesus deve ter sido considerado fraco em alavancar compras e vendas, então o substituíram pelo Papai Noel, figura modelada por exímios empreendedores, nada contra eles, como um alegre velhinho de barbas brancas e, valha-nos Deus,  detentor de milagrosa façanha mercadológica: numa só noite, chova ou faça neve, compra e distribui presentes para milhões e milhões de crianças e adultos do mundo inteiro. 

Um só velhinho de voz rouca, entoando hô, hô, hô,  põe para funcionar todas as atividades econômicas ao mesmo tempo, de tecidos a bancos, de alimentos à indústria do petróleo, porque de petróleo são feitas as roupas,  os presentes de plásticos, calçados, cintos, veículos, tudo.  A dinheirama para o Papai Noel sai do bolso dos papais e das mamães.  

Monumental o faturamento. Nada contra. Gerar empregos é bom. Pois não é o emprego a salvação dos pais de família e seus rebentos?

De Jesus fala-se há mais de 2 mil anos. Mais, muito mais. Compêndios sagrados perdidos na lembrança,  templos misteriosos desaparecidos nas noites do passado, a própria  Bíblia, sopram, de longe em longe,  milenários murmúrios de sua vinda à terra. Mesmo no Corão ele e sua mãe são louvados. 

De Papai Noel fala-se há bem menos tempo. Era um frade turco 400 anos depois de Cristo. Fazia o bem. Canonizado como São Nicolau, 900 anos depois de Cristo.

Digam-me, eu não sei, dia, ano e mês exatos em que Papai Noel foi alçado a promotor de vendas de sucesso global pelo sistema capitalista. Cada país dá um nome a ele. Em nome da deusa economia,  todos se curvam diante desse inventado deus. Por enquanto é assim. Quem quer realidade melhor, que aguarde novas profecias.

Um empurrãozinho a mais na ciência da riqueza foi apostar numa fantasia colorida de  trenós e renas cruzando os céus. Jogada de mestre.

Faz  80 anos. De autoria dos publicitários estadunidenses. É o delírio das crianças e de muito adulto por aí. Faz o consumidor salivar e correr para as compras. E como Tio Sam, também não é nada, nada fraco em negócios,  deu até nome para cada uma das nove renas. Perfeito.

A quem não é ligado a religião organizada nenhuma, como muitos, e mantém um pezinho atrás da religiosidade, melhor dizer solenidades monásticas, é confortador considerar Jesus como o maior psicoterapeuta que já surgiu neste planeta. 

Detida análise  comprova: os dois, o texto de Jesus e o da psicologia, convergem no comportamento. Proceder bem é bom, agir mal é mau, rezam ambos.


Quanto aos maus, a  natureza deles se vinga,  dizia-me o padre Antonio, do Colégio Dom Bosco, na minha paulistana infância querida, na Mooca.  Bem feito.

A variante aqui, mesmo no entender dos terráqueos não religiosos, é o  universalmente  proclamado e desmedido amor pela humanidade ofertado pelo judeu de Nazaré, perfeito psicoterapeuta, tudo o que é perfeito é divino, e como em amor ele não é nada, nada fraco, desvenda todos os enigmas existenciais da espécie humana. 

Eia, vamos, tentemos emparelhar a semelhança entre sua linguagem religiosa e a da psicologia.

Detalhe religioso:
 
"mesmo aqueles todos não ligados a religião organizada nenhuma, são  testemunhas de que a religiosidade não sucumbiu ao socialismo, a  teoria da evolução não a asfixiou, a era digital não a silenciou". Palavras do psicanalista Augusto Cury.

"A determinante é que Jesus anunciou uma nova era, um novo relacionamento, um inédito e notável comportamento, com base numa afeição profunda, fortalecedora forma de ver e reagir à vida"Do mesmo Augusto Cury, em seu livro O homem mais inteligente do mundo. 

Quanto a mim, a vós também, correndo vou, braços amigos, desde que sem qualquer artifício dogmático.
A imagem definitiva do Papai Noel, criada por publicitários
Sim,  sim, o  mundo seria um paraíso se existisse uma gotinha de bem-querer  um pelo outro, como quer Jesus. Sem cerimônias, por favor.  

Tal modo de vida é a síntese da mensagem comportamental do homem mais inteligente do mundo: querer bem. O contrário de falar a língua dos anjos e nem sequer cumprimentar o porteiro do prédio. 

Trocado em miúdos, passou da hora de os integrantes da espécie humana frequentarem uma escolinha risonha e franca para aprender as primeiras letras do respeito ao próximo. Tão fácil. 

De resto, quão celestial é a festa de se comemorar a mensagem de bem-querer, no Natal de Jesus,  com permuta de carinho, abraços, docinhos e salgadinhos e tudo,  em meio  ao repicar dos sinos, do coral dos anjos, do tilintar das caixinhas de música. Que festa bonita!

De resto, quão terreno é o festim de se comemorar o Natal de Papai Noel, o simpático velhinho gorducho dinheirento garbosamente coberto de vermelho, tamanha ruidosa solenidade de distribuição de bens materiais e de geração de empregos. Que divertimento proveitoso! (Sempre em mente: não só de pão vive o homem, e todos sabemos quem disse isto!) 

Não existe nenhuma foto de Jesus. Nem pintura ou escultura dele. Artistas tiram do nada a inspiração para criar obras de arte representando com diferentes feições o chamado Messias. Multidões comemoram  o seu Natal  sem  saber como ele realmente era.

No entanto, existe um documento histórico precioso, até que bem conhecido, escrito por uma autoridade romana que conheceu Jesus pessoalmente e faz sua descrição física e moral. 

É uma carta,  escrita ao imperador Tibério Cesar pelo então governador da Galileia Publio Lentulus, encontrada  no arquivo de um mencionado Duque de Cesadini  em Roma e hoje entesourada no Vaticano. 

A narrativa  nos privilegia ficar frente a frente,  neste exato momento, com o homem mais inteligente e mais amoroso de todos os tempos, contemplar seus olhos claros iluminados  Jesus tinha olhos claros! —, admirar seu semblante majestático, seu porte modesto, conhecer a cor de terra reluzente dos seus cabelos, divididos ao meio, caídos até as espáduas. E confirmar seus milagres.

A carta encerra prodigiosa  mensagem  de Natal  para religiosos e não religiosos:

"Sabendo que desejas conhecer quanto vou narrar, existindo em nossos tempos um homem, o qual vive atualmente de grandes virtudes, chamado Jesus, que pelo povo é inculcado de profeta da verdade e pelos seus discípulos de filho de Deus.

Em verdade, ó César, a cada dia se ouvem coisas maravilhosas desse Jesus. Ressuscita os mortos, cura os enfermos. É um homem de justa estatura e é muito belo no seu aspecto, e há tanta majestade em seu rosto que aqueles que o veem são forçados a amá-lo ou a temê-lo. 
Tem os cabelos da cor da amêndoa bem madura, são distendidos até as orelhas; e das orelhas até as espáduas; são da cor da terra, porém reluzentes. 

Tem o meio da sua fronte uma linha separando os cabelos, na forma em uso pelos nazarenos. Seu rosto é cheio, de aspecto muito sereno; nenhuma ruga ou mancha se vê em sua face; o nariz e a boca são irrepreensíveis. 

A barba é espessa, semelhante aos cabelos, não muito longa; seu olhar é muito afetuoso e grave; tem os olhos expressivos e claros, resplandecendo no seu rosto como os raios do Sol, porém ninguém pode olhar fixo seu semblante, pois se resplende, subjuga; e quando ameniza, comove até às lágrimas. Faz-se amar e é alegre, porém com gravidade. Diz-se que nunca alguém o viu rir, mas, antes, chorar.

Tem os braços e as mãos muito belos. Na palestra contenta muito, mas quando dele se aproxima, verifica-se que é muito modesto na presença e na pessoa. É o mais belo homem que se possa imaginar, muito semelhante à sua mãe, a qual é de uma rara beleza, não se tendo jamais visto por estas partes uma mulher tão bela.

Porém, se a Majestade Tua, ó César, deseja vê-lo, como no aviso passado escreveste, dá-me ordens, que não faltarei de mandá-lo o mais depressa possível. 

Dizem que um tal homem nunca fora visto por estas partes. Em verdade, segundo dizem os hebreus, não se ouviram jamais tais conselhos de tão grande doutrina, como ensina este Jesus; muitos judeus o têm como divino e muitos me querelam, afirmando que é contra a lei da Tua Majestade. 

Diz-se que Jesus nunca fez mal a quem quer que seja, ao contrário, aqueles que o conhecem e com ele Têm praticado, afirmam ter dele recebido grandes benefícios e saúde, porém à Tua obediência estou prontíssimo; aquilo que Tua Majestade ordenar, será cumprido.

Vale, da Majestade Tua, fidelíssimo e obrigadíssimo, 

Publio Lentulus, presidente da Judeia".
(não poderia faltar crônica do saudoso
Apollo  Natali neste 5º Natal que
passamos sem sua presença benfazeja
ao nosso lado, corporificando o que de
melhor existe na tradição religiosa)

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