sábado, 1 de outubro de 2022

JUSTIÇA ITALIANA ADMITE TER ERRADO NO REGIME CARCERÁRIO DE BATTISTI

A
agência Ansa noticiou anteontem (29/09) que a Justiça italiana finalmente decidiu tirar o escritor Cesare Battisti do draconiano regime carcerário de segurança máxima que lhe vinha sendo imposto havia 3 anos e 8 meses. Ele já foi transferido do presídio de Ferrara para o de Parma.

Numa entrevista no último mês de julho, o Cesare informara que a batalha jurídica de seus advogados naquele momento era "a retirada do regime AS2, que, como foi dito na sentença, não me pertence, mas, mesmo assim, perdura".

Houve muita chiadeira da extrema-direita italiana contra a decisão judicial de, tanto tempo depois, reconhecer que esse idoso (67 anos) de periculosidade zero deveria receber tratamento de prisioneiro comum, sem continuar sendo submetido a restrições que, segundo a própria legislação daquele país, não podem alongar-se tanto assim, caso contrário destroem fisica e mentalmente qualquer indivíduo de qualquer idade. 

O garantidor regional das pessoas submetidas a medidas limitativas ou restritivas da liberdade na Emilia-Romagna (onde está encarcerado o Cesare), Galeazzo Birgnami rechaçou a demagogia dos vingativos:
"Para julgar esses provimentos da administração penitenciária é preciso conhecer as normas e as leis. Dizer que não é aceitável quer dizer admitir que não as conhece. Essa pessoa seguiu o pedido normativo correto e a administração penitenciária reconheceu aquilo que não estava reconhecido... 

...é uma questão de gestão e logística. Não incide sobre o tipo de condenação, só quer dizer que ele virou um detento comum". (CL)

Um comentário:

SF disse...

Alguma, ainda que ínfima, bondade ocorreu. É uma aragem no deserto do ódio.

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