Detentor de uma das maiores e melhores carreiras do jornalismo brasileiro, o veteraníssimo colunista da
Folha de S. Paulo vê escassas possibilidades
de um autogolpe do genocida obter êxito
e nenhuma de ele se consolidar.
BOLSONARISMO MILITAR PERDEU AS CONDIÇÕES DE DAR UM GOLPE
O golpe se antecipa às urnas, sob a forma de uma derrota de Bolsonaro já consumada, mas ainda a se mostrar. Como uma batalha já decidida antes do seu fim reconhecido. O golpe está golpeado de morte.
Seja como alternativa ou preventivo, o golpe de Bolsonaro fraquejara entre temores do próprio ou prováveis indecisões do bolsonarismo militar.
A inutilidade em que terminaram suas situações mais ameaçadoras indicava o improviso na protelação dos planos. E o tempo a mais não os favoreceu.
Comprovada a viabilidade da derrota eleitoral de Bolsonaro e, seguindo o modelo do ultradireitista Steve Bannon, o consequente ataque de militares ao sistema eleitoral, iniciou-se um novo processo: a formação de um ambiente internacional, sobretudo no Ocidente, em defesa da democracia no Brasil.
Até há pouco, e por desatenção ou política, imprensa e TV expuseram os fatos desse processo o mínimo possível, e meio às escondidas. Há países em que liberdade de expressão é o nome social da liberdade também de omitir e deformar.
Os militares latino-americanos são reconhecidos mundo afora como forças do conservadorismo e golpistas.
A renitente ação do Ministério da Defesa e de militares do Exército contra a segurança das urnas e da apuração, mais do que comprovada, terminou por provocar a tomada de posição até de governos em defesa do Estado de Direito e do sistema brasileiro de votação.
Vários deles são vizinhos, mas são numerosas as reações originárias do governo dos Estados Unidos e de países europeus, da ONU, da polêmica OEA, de universidades célebres, do Parlamento Europeu e de entidades importantes no mundo.
E da chamada mídia influente, inclusive baluartes da centro-direita como The Economist e Bloomberg/Businessweek.
O ambiente internacional armou-se contra o golpismo. Está escandalizado com o Brasil de Bolsonaro, o simpático Brasil outra vez ameaçado pelo grupo da tortura, das cassações, de umas 30 mil mortes na limpeza anunciada por Bolsonaro.
O bolsonarismo militar perdeu as condições de dar um golpe. Antes ou depois da eleição presidencial.
Os pronunciamentos externos contra o golpe envolvem uma disposição que não é gratuita: sua essência é o temor incutido pela escalada da direita extremista.
O golpe bolsonarista encontraria uma barragem intransponível, por não convir a forças poderosas econômica e militarmente. A proximidade dos governos direitistas com Putin é uma das diversas explicações.
Que os bolsonaristas militares não veem e não ouvem, com a mira posta nas urnas inimigas.
(Jânio de Freitas tem 90 anos de idade e é jornalista há nada menos do que 69 deles, com passagens por veículos do RJ, como o Diário Carioca, Jornal do Brasil, Correio da
Manhã, Última Hora e Jornal dos Sports; e pelas revistas Manchete e
Cruzeiro, até fixar-se na Folha de S. Paulo em 1980)
Um comentário:
Con fusiles Kalashnikov, Rusia impulsa la votación por etapas en Ucrania
https://www-washingtonpost-com.translate.goog/world/2022/09/24/ukraine-putin-referendums/?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=es&_x_tr_hl=es
já imaginou isso daí aqui?
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