O texto abaixo está publicado na coluna da Mônica Bergamo (uma das mais bem
informadas sobre os bastidores dos podres Poderes) deste sábado, 30, com o
título de Paulo Guedes cita 'psicologia do pânico' para explicar
Bolsonaro, e governo quer acordo para o futuro:
O governo de Jair Bolsonaro voltou a buscar autoridades do Judiciário e do Congresso para um acordo que dê garantias ao presidente de que não sofrerá o que seus interlocutores definem como perseguição no futuro, caso perca as eleições.
Em troca, ele não esticaria ainda mais a corda e amenizaria o tom de suas críticas ao sistema eleitoral. Os militares alinhados ao governo seguiriam na mesma linha, aliviando a pressão que têm feito ao Tribunal Superior Eleitoral.
As eleições presidenciais serão determinantes para o destino jurídico de Bolsonaro. Caso seja derrotado e deixe a Presidência, ele poderá ser julgado pela Justiça comum, o que eleva as possibilidades de responsabilização penal.
O presidente é alvo de centenas de denúncias, em especial por sua conduta durante a epidemia da Covid-19 e pelos ataques ao sistema eleitoral.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, já afirmou a interlocutores de outros poderes que é preciso buscar um entendimento maior para tranquilizar o país. E tem dito que a psicologia do desespero pode levar Bolsonaro a esticar a corda, como autodefesa. O que levaria a novas reações da Justiça, numa escalada sem limites. Procurado, Guedes não retornou à coluna até a conclusão deste texto.
O manifesto pela democracia assinado por banqueiros, empresários, advogados, procuradores, juristas, artistas e personalidades de diversas áreas escancarou o isolamento do presidente na tentativa de desqualificar as eleições –e aumentou a tensão no governo.
O diálogo entre o governo e outras autoridades, no entanto, é difícil: Bolsonaro já descumpriu outros acordos em que se comprometia a não mais insistir nos ataques às urnas eletrônicas, p. ex.
Uma das ideias já colocadas em andamento, e que levaria a um acordão, é a aprovação de uma emenda constitucional que cria o cargo de senador vitalício para ex-presidentes.
Além de garantir foro privilegiado e estrutura política a Bolsonaro, ela incluiria todos os ex-presidentes vivos –José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff.
Lula, no entanto, já declarou ser contra a proposta. (por Mônica Bergamo)
TOQUE DO EDITOR – Quando estava chegando o momento do aguardado duelo na rua principal, ele piscou. Ao incumbir acólitos de aferirem a receptividade de uma proposta para trocar os blefes histéricos pela impunidade, o Bozo confirmou o que muitos, inclusive eu, sempre dissemos: como golpista, ele não passa de um... palhaço!
A partir deste último tiro pela culatra, só continuará inspirando paúra nos eternamente apavorados. (CL)
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