Mas não podemos pensar que tal crime é apenas um fato isolado de criminosos. Na realidade, há um elo econômico e político unindo as ações destes grupos na floresta com interesses localizados muito longe do rio Amazonas.
Indiretamente, o presidente Jair Bolsonaro é responsável pelas mortes por ter aberto guerra contra os organismos de defesa do meio-ambiente dos índios. Bruno, p. ex., foi perseguido pelo presidente após uma ação que destruiu balsas de garimpeiros em região indígena.
Ao mesmo tempo, a Funai foi desmantelada em funcionários e recursos, tendo mesmo sido proibido o uso de armas por suas bases – uma ação no mínimo incoerente para um governo tão orgulhoso em defender o porte delas.
Por sua vez, o comércio ilegal de produtos retirados da floresta alimenta o setor bancário e comercial, dando ganhos ao sistema financeiro. O próprio empréstimo para bancar as ações criminosas na Amazônia gera lucros às financeiras.
Por trás, portanto, das mortes e das ações devastadoras na floresta estão poderosos interesses econômicos que lucram com o avanço da fronteira agrícola e com a retirada de recursos. Na política, lá está a bancada ruralista para garantir a manutenção deste processo.
Desconsiderar o papel do circuito econômico do capitalismo predatório neste processo é encobrir a realidade concreta e transformar estas ações em simples atividades de criminosos isolados, o que de modo algum procede.
Um comentário:
De Nayara Felizardo e Dom Phillips = 5 de Outubro de 2018
https://theintercept.com/2018/10/05/advogado-de-trump-eleicao-amazonas/
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