Nem reeleição, nem golpe. O que os meses restantes de 2022 reservam para o genocida é uma derrota eleitoral acachapante, com grande chance de não chegar sequer ao 2º turno; e um fracasso retumbante se tentar reproduzir a invasão do Capitólio, pois flopará como a micareta golpista do último 7 de setembro.
A quartelada de 1964 vingou porque os EUA, sob a presidência do caipirão Lyndon Johnson, a respaldaram; porque os poderosos que davam as cartas na economia brasileira a incentivaram; e porque a alta oficialidade das Forças Armadas se apavorou com a contestação que sofria dos subalternos. O apoio de uma classe média altamente manipulável pela Igreja e pela mídia foi só a cereja do bolo.
Hoje, Joe Biden e os principais governantes europeus querem mais é entenderem-se com o sucessor do celerado, que é ruim para os negócios do capitalismo globalizado e, pessoalmente, exala um mau hálito insuportável para eles, ao apoiar invasões disparatadas, criticar-lhes as esposas e alinhar-se com seus adversários nas eleições.
Os empresários a bordo do trem fantasma do palhaço sinistro, por sua vez, são os vira-latas do capitalismo, que querem liberdade de ação para destruir a Amazônia, as reservas indígenas e tudo que lhes proporcionar lucros estratosféricos e imediatos, deixando depois uma terra arrasada atrás de si. Os que têm visão de médio e longo prazos já estão trocando figurinhas com o Lula na surdina.
Se há algo que as Forças Armadas aprenderam com a agonia lenta do regime militar na década de 1980 é que não lhes convém governar o Brasil quando a economia está estagnada. Trata-se exatamente do cenário que ora se vislumbra.
Se não acreditam em mim, ouçam o que o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Jr., disse nesta 2ª feira (23) a jornalistas que cobriam o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, segundo noticiou Luciana Coelho na Folha de S. Paulo:
"Acredito que a inflação vá continuar persistente neste ano todo, e a expectativa é que ela comece a ficar mais controlada a partir do ano que vem. Isso globalmente, e no Brasil em especial.
O mundo todo está preocupado com o que está acontecendo com o fornecimento das cadeias globais de suprimentos, então isso enseja uma preocupação ou uma expectativa de continuidade da inflação por mais tempo.
E isto de fato deve acontecer, até que você restabeleça todas as cadeias de suprimentos globais, que é o que precisa ocorrer efetivamente para que você tenha o melhor controle da inflação, que hoje é de oferta, não de demanda.
Você ainda tem o problema da pandemia, que tem uma influência relevante, e o problema da guerra [na Ucrânia], que também tem influência importante porque tanto a Ucrânia quanto a Rússia são produtores importantes de matéria-prima e de produtos exportáveis".
Trocando em miúdos: as eleições de outubro transcorrerão com nossa economia no fundo do poço e, ao tentar travar canhestramente aumentos como o dos preços de combustíveis, o pária, além de não reconquistar a classe média, vai aumentar o receio que os poderosos da economia têm da gestação de um novo Chávez.
No seu desespero de véspera de derrota, o pior presidente brasileiro de todos os tempos só consegue acelerar a própria desconstrução. Sem o apoio dos que o empurraram para cima com disparos ilegais de fake news e facadas cenográficas, ele se tornará, a partir da posse do Lula, exatamente o que era antes de fabricarem-no como presidente.
Antes que volte a ser nada, deveria é estar negociando alguma saída honrosa, que lhe garantisse ao menos a impunidade para si e seus rebentos. Mas, falta-lhe discernimento até para isto. (por Celso Lungaretti)
2 comentários:
Sábias palavras.
Decerto ignoradas.
***
Quos volunt di perdere dementant prius.
Economia!?
https://www.theguardian.com/business/2022/may/25/ukraine-war-weighs-heavy-as-apocalyptic-mood-shrouds-davos
OU
https://www-theguardian-com.translate.goog/business/2022/may/25/ukraine-war-weighs-heavy-as-apocalyptic-mood-shrouds-davos?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=es&_x_tr_hl=es
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