O novo plano infalível do Lula não passa de uma imitação extemporânea do escracho dos jovens |
Sua frase sobre pressionar deputados despachando militantes para a frente das respectivas residências, ao estilo dos escrachos contra ex-torturadores, é avaliado por Gielow como mais uma "enorme casca de banana" na qual o Lula faz questão de pisar, e que está vindo na sequência de outros "atos falhos":
"Ora é a regulação da mídia, ora é a incapacidade de crítica a ditaduras amigas. Mais recentemente, houve a crítica direta aos militares, dizendo que retiraria "quase 8.000" que estão na gestão do governo".
Com inteira razão, Gielow diz tratar-se de um tipo de provocação "que drena sua energia da mesma fonte obscura que move os golpismos bolsonaristas".
Vou além: trata-se de uma temeridade pueril ou de uma puerilidade temerária, que fica no mínimo bizarra partindo de um sexagenário. O Lula incita o que fatalmente causará enfrentamentos e os fanfarrões bolsonaristas reagem exibindo as armas com as quais prometem receber aqueles que os forem escrachar. Faz lembrar as batalhas de pastelões na cara das comédias de um século atrás.
E é tudo de que a esquerda brasileira não precisa neste ano já radicalizado e que marcha para a fervura máxima no quarto trimestre.
Se Lula queria exibir o muque, por que não o fez pessoalmente, comparecendo à infinidade de manifestações #ForaBolsonaro das quais se omitiu, uma por uma?
E se o que quer é mostrar valentia retórica, por que não honra o compromisso assumido pelo Partido dos Trabalhadores em 10/02/1979, no seu manifesto de fundação ("O PT buscará conquistar a liberdade para que o povo possa construir uma sociedade igualitária, onde não haja explorados nem exploradores")?
Cadê o igualitarismo que estava ali? O oportunismo comeu?
Declarar-se favorável a uma sociedade sem explorados nem exploradores seria muito mais ousado do que insuflar brigas de torcidas organizadas. Mas, tanto quanto o Bozo, o Lula e o PT parecem propensos a substituir as propostas de governo por arranca-rabos e baixarias, talvez porque tanto um como outros nada tenham de novo e consequente para propor.
Fazendo uma campanha realmente de esquerda, mesmo que derrotados, acumularíamos forças para as batalhas subsequentes, porque a verdadeira guerra de quem quer transformar nossa sociedade injusta e desigual não acaba com a posse de um novo presidente, seja ele quem for.
Mas, se trocarmos os ideais pelas porradas e pelos insultos, uma eventual derrota equivalerá para nós a uma perda total e nada há de restar para continuarmos lutando no dia seguinte. (por Celso Lungaretti)
4 comentários:
Alexandre Veiga:
O que poderá ocorrer nas eleições deste ano é a repetição do desastre da chapa fantasma de 2018 com Lula candidato até poucas semanas antes da votação.
Comentavam no início de 2018 que "que a esquerda seria derrotada se quisesse". E fomos derrotados sendo Lula foi o mentor dessa magistral estratégia
Vai rareando nos blogs lulopetistas denominarem o ex presidente de estadista muitas vezes com base no rosário de títulos de Doutor Honoris Causa recebido de inúmeras universidades do exterior.
O filósofo Sartre numa palestra criticou esses prêmios que na hora certa era dados a intelectuais que professavam ideias revolucionárias. Cita a Academia Francesa e o Premio Nobel.
A maioria desses títulos foram dados por Universidades mais por Lula ter sido um eficiente gerente do capital que numa conjunta econômica favorável, segurando a grande massa de trabalhadores com migalhas do Bolsa Família e dando nacos de filés ao capital agropecuário e do sistema financeiro.
Essa migalha do Bolsa família é tão fácil para o capital manter que ficará como tomar três conduções com um bilhete aqui na capital no prazo de poucas horas. A exploração e o lucro continuaram aumentando.
Que estadista é este cujas nomeações para o STF , mais as nomeações de sua sucessora, formam a mais medíocre composição de nossa Suprema Corte desde a redemocratização?
Que estadista foi este que junto com seu brilhante ministro e tão festejado chanceler, parecendo desconhecedores da história dos povos da América Central, continuadamente invadido por tropas dos EUA no início do século passado, que, a pedido , dizem por telefone, do presidente estadunidense envia tropas ao sofrido Haiti sob o manto da ONU?
Sabemos o que saiu daquele ninho de militares recolhidos à caserna que foram em missão de paz no pais do grande libertador Toussaint Louverture.
Terminando, uma das maiores injustiças , omissão quanto à sorte de milhões de aposentados foi Lula não ter efetuado o escalonamento do aumento do salário mínimo.
Como sabemos o Salário Minimo durante 13 anos de Lula/Dilma teve reajuste acima do IPCA-Índice de Preços do Consumidor e para aqueles acima do mínimo, o IPCA.
Em muitos anos a diferença foi enorme : Reajuste Para o SM:12% - Acima do SM: IPCA de 6%.
Todos aposentados desde 2003 está deixando de receber em torno de R$ 400,00 , até um pouco mais,mensalmente, porque esse "grande estadista" não procedeu com justiça porque NÃO QUIS. Quis ser palatável, agradar o sistema financeiro.
Não creio que essa eleição será um passeio lulista. Denuncias como da omissão de reajuste justo àqueles [as] que mais necessitam e muitas outras a serem feitas em debates na televisão por um candidato realmente comprometido com o povo sofrido irá embaralhar os resultados esperados.
Teremos uma visão mais clara a partir de julho.
Celso
Até ouço o som das rodas do carro de boi!
Nem tem o talvez; enquanto 'tanto um como outro nada tenham de novo e consequente para propor'.
Sempre tenho tido o Luíz Inácio como uma lástima.
Um Ignácio no lugar do Ignaro seria só para variar. Não escapam nem o desemprego nem a Amazonia. Só vai dar Agro & Negócios
Nunca me esquecerei de quando entrevistei o Lula em 1989, para a Agência Estado, no começo da campanha para a eleição de 1989.
Entrou esperando ser recebido como um ídolo, pois era assim que muitos jornalistas menos conhecidos o tratavam. Deu para perceber seu espanto ao notar que eu era cordial e nada mais. Estava lá como entrevistador e não como fã.
Depois de ter conhecido os companheiros da luta armada, que arriscavam a vida pela causa, um mero sindicalista não me impressionaria.
Dos políticos profissionais, o único em quem eu captava grandeza era o Brizola. Conseguira abortar uma tentativa de golpe e tinha uma eloquência condizente.
Era um homem para os grandes momentos, de porte épico, ao contrário do Lula, cujas arengas eram típicas do sindicalismo, um amontoado de lugares-comuns e demagogia rasteira. Foi um dos oradores menos brilhantes da campanha das diretas-já.
Enfim, tendo acompanhado toda a trajetória do Lula a partir das greves do ABC, continuo achando que a grande culpada pela criação desse monstro foi a esquerda que o catapultou para alturas às quais nunca deveria ter chegado e jamais chegaria sozinho.
Movida por interesses mesquinhos, poder & boquinhas, a esquerda formadora do PT virou as costas ao verdadeiro inimigo da direita civil e militar (Brizola) e encheu a bola de um indivíduo no máximo reformista, que nunca teve a mais remota afinidade com os ideais revolucionários.
Foi uma opção trágica. Estamos pagando por ela até hoje.
É ou não é uma Lástima?! Sugiro incluir 'Lula' no verbete, na próxima edição do Houaiss
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