terça-feira, 5 de abril de 2022

AFINIDADE DOS GENOCIDAS BOZO E PUTIN ESTAVA ESCRITA NAS ESTRELAS

hélio schwartsman
ATROCIDADES DIFICULTAM SOLUÇÃO NEGOCIADA
 NA UCRÂNIA
Ainda falta o carimbo de algum órgão investigativo, mas não creio que haja dúvida de que atrocidades foram cometidas na Ucrânia e de que tropas russas são responsáveis por elas. 

Se invadir um país soberano, expondo a população local aos riscos das operações de guerra, já é moralmente injustificável, muito pior é tolerar que as tropas perpetrem massacres ou mesmo utilizá-los deliberadamente para instilar o pânico entre civis. Se a última hipótese se comprovar, Vladimir Putin terá assegurado seu lugar na história como um dos grandes criminosos de guerra do século 21.

As implicações da escalada são não só éticas mas também práticas. As imagens de valas comuns e corpos estendidos nas ruas dão impulso a um movimento pelo endurecimento das sanções contra Moscou. 
O próximo passo seria os países da União Europeia deixarem de comprar gás e petróleo russos, medida economicamente dolorosa para as nações europeias, mas ainda pior para a Rússia, talvez afetando até sua capacidade de financiar a guerra.

A menos, porém, que as sanções levem a um colapso do regime, o que não parece um cenário iminente, os crimes contra civis tendem a prolongar e não encurtar o conflito. 

É que, quanto mais as diferenças entre russos e ucranianos são descritas em termos morais, isto é, quanto mais viscerais ficam, mais difícil é chegar a uma saída negociada. 

Se já é complicado acertar-se com seu inimigo, muito mais é entender-se com alguém que você vê como um genocida, empenhado em destruir seu povo.

Isso vale também para o Ocidente. Pintar Vladimir Putin como monstro ajuda a justificar a adoção de sanções que prejudicam os próprios países que as impõem, mas dificulta, se não inviabiliza, um retorno ao status quo ante

Se Putin é o novo Hitler, é difícil imaginar Biden e os líderes europeus apertando a sua mão. Qualquer desfecho em que o autocrata conserve o poder se torna inaceitável. (por Hélio Schwartsman)

4 comentários:

Anônimo disse...

A região das ocorrências das atrocidades antes da guerra era,ou é ainda, dominada pelo Batalhão Azov, agora regimento e outras milícias nazistas.

O Batalhão, regimento, Azov e as milícias têm suas origens nos Einsatzgruppen nazistas quando a Alemanha invadiu a Ucrânia na na 2a. Guerra Mundial.

Colaboracionistas ucranianos integraram-se aos Einsatzgruppen que eram esquadrões da morte alemães que tinham como missão de matar judeus, comunistas e ucranianos não cooperativos.

O Batalhão Azov e as milícias, no correr dos anos, desde 2014, foi fortemente armado, municiado, expandido pelo poder dominante que dá as cartas na NATO.

Todas as informações que nos chegam e que lemos nos jornalões e na televisão são colhidas nos inúmeros informativos propagandísticos dos EUA.

Como se pode ter certeza que foram as tropas invasoras que cometeram as atrocidades.
Com atenção do mundo voltado para essa guerra, seriam os russos estúpidos, suas tropas tão indisciplinadas, a ponto de fornecer essa propaganda ao inimigo?

Acredito ser temerário,colocar em risco a credibilidade,a confiança, que são os maiores valores que um jornalista possa ter, simplesmente repassar informações do poder dominante na área; os EUA.

Alexandre Veiga

celsolungaretti disse...

Alexandre,

as informações que tenho são de que o legado nazista é secundário na Ucrânia, enquanto o legado stalinista predomina nessa aventura infame e genocida, pois está corporificado em Putin, o antigo agente da KGB (o DOI-Codi de lá).

Ambos, nazismo e stalinismo, são o total contrário do socialismo. Não vejo motivo nenhum para qualquer esquerdista brasileiro consciente preferir um ao outro.

O nazismo, pelo menos, não engana mais ninguém.

Já o stalinismo ainda é tido por alguns inconsequentes do nosso lado como algo válido, embora tenha tornado a revolução anticapitalista execrável aos olhos do mundo civilizado e haja fornecido monumentais trunfos propagandísticos para os reacionários.

Anônimo disse...

This is where all the shit happens OU É aqui que toda a merda acontece.
Two-thirds of the global population live in countries that are neutral or Russia-leaning
https://www.economist.com/img/b/1280/1302/90/sites/default/files/images/2021/12/articles/body/20220409_wof947.png

Anônimo disse...

https://www.lemonde.fr/international/article/2022/04/05/en-russie-le-nouveau-souffle-des-ideologues_6120678_3210.html
Parte traduzida, PDF em:
https://www.4shared.com/s/fOvnrKcSWea

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