segunda-feira, 29 de novembro de 2021

APÓS 3 ANOS DESTRUINDO O PAÍS, O BOZO EXULTA: OS BRASILEIROS DEIXARAM DE SER VERMELHOS! AGORA ESTÃO ROXOS DE FOME

leonardo sakamoto
BOLSONARO QUERIA O BRASIL COMO ERA
50 ANOS ATRÁS. COM A FOME, CONSEGUIU
"O pão de cada dia quem me dá é o lixo. Todo dia, meus filhos e eu vamos para o lixo para comer. Quando o caminhão chega, a gente tem que ser muito ligeira para pegar." 

A declaração é de uma mulher que disputava restos de alimentos em um caminhão de lixo em Fortaleza – cena que viralizou pelas redes, tornando-se representativa deste momento do país. 

Não foi a única. Noutro caso, um caminhão que transportava restos de carne e ossos era disputado por famílias no Rio de Janeiro. O motorista afirmou ao jornal Extra que, antes, as pessoas buscavam os ossos para os cachorros, mas hoje pedem para si. 

Na mesma época em que essas imagens provocavam indignação, no início de outubro, a Companhia Nacional de Abastecimento soltava a previsão de que o Brasil deve ter uma safra recorde de grãos no período 2021/2022, com 288,61 milhões de toneladas – um aumento de 14,2% em relação ao ciclo anterior. 
A economia brasileira, uma plataforma de exportação de
commodities, é pensada para abastecer o mundo, mas não a nossa própria despensa. Vale lembrar isto, quando tentarem te convencer de que o problema não é a desigualdade social, mas apenas a pobreza. 

De acordo com pesquisa da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, 19,1 milhões passaram fome num universo de 116,8 milhões que não tiveram acesso pleno e permanente à comida no final de 2020. Os famintos eram 9% da população, a maior taxa desde 2004. 

Os números, claro, já estão desatualizados e a fome cresceu por conta da política adotada pelo presidente Jair Bolsonaro na pandemia – apesar de seus seguidores mais fiéis culparem pelo caos as medidas que salvaram vidas da covid-19. 

Caso ele não tivesse sabotado as medidas de isolamento social, nem combatido o uso de máscaras, muito menos promovido remédios inúteis para a covid-19, como a cloroquina, a pandemia teria sido mais curta e a economia voltado ao normal antes, com menos mortos e menos fome. O Brasil registrou mais de 614 mil óbitos pela doença até agora. 

Para piorar, no momento em que a crise apertou, Bolsonaro suspendeu o auxílio emergencial que estava sendo pago a pobres sem emprego no começo deste ano durante 96 dias. E só o retomou após grande pressão social, com valores insuficientes para comprar 25% da cesta básica de alimentos em grandes cidades do país. 

Enquanto isso, o dólar disparava frente à moeda brasileira devido à instabilidade criada pelo próprio presidente, que ameaçava um golpe de Estado, e pela falta de projeto de seu governo para a economia. O dólar mais alto impactou no preço do petróleo e, portanto, do gás de cozinha e dos combustíveis e, por conseguinte, na inflação no preço dos alimentos. 

Durante a campanha eleitoral, em outubro de 2018, Jair Bolsonaro afirmou, em entrevista à Rádio Jornal de Barretos que o objetivo de seu governo era fazer "o Brasil semelhante àquele que tínhamos há 40, 50 anos atrás". 

Em termos da fome, ele conseguiu. É novembro de 2021, mas parece a luta contra a carestia do início dos anos 1970, escondida pela ditadura militar. 

Em muitos lugares, tudo isso geraria uma convulsão social. No Brasil, contudo, o sistema é desenhado para a contenção. 

Após ter sido presa por furtar dois pacotes de macarrão instantâneo, dois refrigerantes e um suco em pó, no dia 29 de setembro num supermercado de São Paulo, uma mulher teve seu pedido de liberdade negado duas vezes pela Justiça. Mãe de cinco filhos, desempregada, morando com a família na rua, ela disse que roubou por fome. 

Mas como não era o primeiro crime que havia cometido, os juízes não queriam soltá-la. Foi necessária uma comoção nacional e uma decisão de uma alta corte para que fosse liberada. Seu roubo havia custado R$ 21,69. Parte do Brasil convive bem com a fome dos outros, desde que ela não faça barulho.
 
Em tempo: Nessas horas, lembro-me de uma citação atribuída ao já falecido Hélder Câmara, arcebispo de Olinda e Recife, que lutou contra a ditadura e esteve sempre ao lado dos mais pobres: 
"Se falo dos famintos, todos me chamam de cristão, mas se falo das causas da fome, me chamam de comunista"
Denunciar a fome que brota da incompetência do governo voltou a ser coisa de comunista na boca dos fãs do presidente. (por Leonardo Sakamoto)
TOQUE DO EDITOR  Neste exato instante, a manchete do UOL é sobre coitadezas que desmaiam de fome nas filas de postos de saúde de São Paulo, a cidade brasileira que ocupa o 10º lugar dentre as mais ricas do mundo inteiro. 

Já no primeiro semestre eu alertava a esquerda institucional de que seu desinteresse (para não dizer ojeriza) pelo impeachment do genocida, baseado no cálculo mesquinho de que será o candidato mais fácil de derrotar no 2º turno da eleição presidencial de 2022, poderá vir a ser um tiro pela culatra: o Brasil caminha a passos largos para uma convulsão social de consequências imprevisíveis.

Convulsão que, tudo leva a crer, vai chegar antes do pleito e poderá mandar o calendário eleitoral pelos ares. A contagem regressiva está em curso. (CL)

3 comentários:

Fausto Neves disse...

Caro Celso

Escárnio só nacional? Que horror!
https://brasil.elpais.com/opiniao/2021-11-26/se-depois-da-cpi-bolsonaro-ficar-impune-sera-um-escarnio-nacional.html

Abraços

Anônimo disse...

Caro Celso

Em tempo...
https://br.noticias.yahoo.com/mulher-xinga-bolsonaro-de-filho-da-p-e-e-detida-pela-policia-141930182.html

Para a biblioteca:
https://pdfcoffee.com/alberto-pimenta-discurso-sobre-o-filho-da-puta-pdf-free.html

Abraços

celsolungaretti disse...

Meu caro Fausto,

o Juan Arias deita falação indignada sobre a possibilidade de o genocida e seus cúmplices não serem devidamente punidos pela matança que promoveram, mas se desmancha em elogios para a candidatura do Lula, o principal símbolo da pusilanimidade da esquerda brasileira com relação ao impeachment do Bozo.

Estamos no fundo do poço de tanto nos conformarmos com o mal menor. A diferença entre o Bozo e o Lula é apenas que, sob o primeiro, o capitalismo nos estupra na marra; sob o segundo, com lubrificantes e papo furado.

Quanto à dona que xingou o serial killer de bastardo, deveria xingá-lo de assassino e demente, o que ele realmente é; a mãe não teve culpa nenhuma, ele se construiu sozinho como esse ser totalmente inútil, que se constitui numa vergonha para o Brasil e para a humanidade.

Related Posts with Thumbnails