sábado, 16 de outubro de 2021

DAS DUAS, UMA: OU SE TRANCAFIA O BOZO NO PINEL OU SE OFICIALIZA A CONVERSÃO DO PALÁCIO DO PLANALTO EM HOSPÍCIO.

marco antônio villa
BOLSONARO TEM DE SER INTERNADO JUDICIALMENTE
O
Brasil se acostumou com Jair Bolsonaro: ele pode fazer o que bem desejar, por mais escatológico que pareça, que, dias depois, será esquecido. É um processo de adaptação à loucura. 

Como não é possível constitucionalmente nos livrarmos dele, resta comodamente aceitar as idiotias do primeiro mandatário. 

São quase 34 meses de absurdos, de medidas sem nexo, de falta de planejamento. Jair Bolsonaro age na Presidência da República como se fosse um deputado do baixo clero. 

Durante três décadas tratou o mandato parlamentar como um negócio – as rachadinhas representam apenas uma parte das suas atividades ilícitas – permeado por declarações estapafúrdias que afrontavam a Constituição. 

Foi tratado como um político folclórico, como tantos outros que passaram pelo Parlamento. Porém, no caso dele, sua atuação transcendeu o patético. Foi além. 

Teve no Estado democrático de Direito seu principal inimigo. E não recebeu a devida resposta legal. Pelo contrário, era convidado para programas populares com o objetivo de apimentar as discussões e aumentar a audiência. 

Mesmo sua campanha presidencial, até certo ponto, não foi levada a sério. Era, para muitos, um Enéas que, ao invés de um jaleco, vestiu uma farda na distante década de 80. 
 
Mas as aparências encobriam um perigoso elemento nocivo à ordem pública, à democracia, aos valores consubstanciados na Constituição de 1988.

No governo, não passou semana sem atacar covardemente seus adversários. Mentiu, injuriou, caluniou, difamou quem se antepôs às suas ações caracterizadas pela barbárie, pelo ódio às instituições. 

O país assistiu atônito a estas manifestações. Não estava acostumado. Mais ainda, isto nunca tinha ocorrido na nossa história republicana. 

Os atos de perversidade foram sendo intensificados com a chegada da pandemia. A crueldade se transformou em política de Estado. Teve a companhia de ministros, médicos, políticos, empresários, jornalistas, que referendaram bovinamente as sandices presidenciais. 

Viu-se, e isto devemos às apurações da CPI da Pandemia, que parte desta ação tinha como objetivo auferir altos lucros para laboratórios amigos e, no caso das vacinas, para a obtenção de propinas milionárias. 

Jair Bolsonaro permanece ativo e agindo criminosamente. Os 600 mil mortos nada representam para ele. 

O pior não é o comportamento de psicopata. Até aí, é possível explicar – e a literatura médica o faz fartamente. A questão é o país aceitar passivamente seus desmandos, suas ações lesivas à vida de milhões de brasileiros, o desastre econômico e o caos social. 

Chegamos ao ponto de engolir comportamentos que seriam repudiados em tempos não tão distantes. O circo de horrores a que assistimos diariamente passou a ser visto como se fosse uma pena imposta ao país. E o pesadelo teria data para terminar: 1º de janeiro de 2023, com a posse do novo presidente da República. 

O comodismo da sociedade civil, dos partidos políticos, das lideranças, paralisou o país como nunca na nossa história. Aguarda-se mansamente o processo eleitoral do próximo ano. Da mesma forma como ele não foi levado a sério nos 30 anos de vida parlamentar, agora o mesmo comportamento se repete. 

Com a impossibilidade da abertura de um processo de impeachment e o desinteresse das lideranças políticas em enfrentá-lo, resta uma alternativa de sobrevivência para o Brasil: a interdição judicial de Jair Bolsonaro. 

É simples, basta um exame com um especialista. Após o laudo sairemos às ruas para comemorar. (por Marco Antônio Villa)

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