Será o deus hindu da destruição o equivalente mais próximo do Bozo... |
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"...Além de motoqueiros e milicianos, ainda há empresários e profissionais liberais, que, por conveniência, o apoiarão.
Alguns ocultamente, outros descaradamente.
Vejam o triste episódio proporcionado recentemente na CPI da Covid, quando uma quase ministra, a dra. Nise Yamaguchi, tergiversou, mentiu e (...) o Conselho Federal de Medicina veio em sua defesa, além de nunca ter tido uma posição decente em relação à cloroquina.
É necessário, portanto, compreender qual apelo tem um personagem tão inepto para parte dos motoqueiros, médicos, advogados, engenheiros etc. É preciso descobrir de onde vem esse fascínio. Busquei por todos os lados...
...Afinal, encontrei uma possível paródia de Bolsonaro. O hinduísmo tem 300 milhões, de acordo com uma estimativa, ou 600 milhões, de acordo com outra, de divindades. Não poderia deixar de encontrar alguns sósias de quem quer que seja.
...ou caberia melhor a analogia com um personagem histórico também insano? |
Mas, vejam só que sorte. Encontrei de início uma paródia de Bolsonaro: Shiva, um dos deuses mais importante do hinduísmo.
Shiva assume diversas identidades, ou melhor, personalidades. Mas a sua principal missão é destruir. Seus adeptos o defendem dizendo que é preciso destruir para renovar, e aí está o paradigma.
Ao destruir a ciência, a substituição será pelos negacionistas, pelos ignorantes.
Ao fragmentar as Forças Armadas e a Polícia Federal, abrirá espaço para as milícias, para os traficantes.
Ao subjugar o Congresso e outras instituições, estará abrindo espaço para os oportunistas, para os ressentidos, para os medíocres (e o atual ministério é a comprovação viva desse seu estratagema!).
Su Shi (Su Dongpo), um poeta chinês do século 2, disse:
'Quando nasce uma criança, todos pedem para que seja inteligente. Eu não, quero que meu filho seja apoucado, idiota, pois só assim fará uma carreira, chegará a ministro'.
Bolsonaro é a oportunidade dos medíocres, dos oportunistas, dos bandalhos. E são muitos no Brasil. Toda estratégia para derrotá-lo tem de levar isso em consideração". (por Rogério Cezar de Cerqueira Leite)
2 comentários:
Hannah Arendt no seu livro, As Origens do Totalitarismo, comenta que a ralé é um grupo no qual são representados resíduos de todas as classe sociais.
Por isso é comum confundir a ralé com o povo, o qual compreende [também] todas as camadas sociais.
"Enquanto o povo , em todas as grandes revoluções, luta por um sistema realmente representativo, a ralé brada sempre pelo homem forte, pelo grande líder".
A ralé odeia a sociedade da qual é excluída e odeia o sistema de governo onde não é representada.
Ante essa lição da filósofa, fica a compreensão que: 1] na falta de uma definição mais adequada, devemos entender como coitadezas o grande número de brasileiros que estão em situação de miserabilidade extrema e perambulam desnorteados, perdidos de todas esperanças em nossas praças públicas;
2] que os ministros, o corpo de assessores de Bolsonaro, são resíduos de suas classes sociais originárias. Moralmente nem resíduos são.
(Raul Monteiro)
Caro Celso
O Prof. Rogério é um bálsamo. Veja outros artigos dele:
Era uma vez um país do futuro 15.abr.2021 na Folha
Desvendando Moro - 11/10/2016 na Folha
Abraços
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