terça-feira, 29 de junho de 2021

COVAXINGATE: O ÁLIBI FAJUTO QUE O PREVARICADOR TENTA IMPINGIR-NOS TEM MAIS FUROS DO QUE QUALQUER PENEIRA!

josias de souza
COVAXIN CONSOLIDA PAZUELLO COMO BOI DE PIRANHA
Escondido atrás da escrivaninha de secretário de Estudos Estratégicos há um mês, Eduardo Pazuello está prestes a retornar à boca do palco. 

Pretende-se que ele exerça o papel para o qual Bolsonaro o considera mais qualificado: o general será utilizado novamente como boi de piranha, para tentar evitar que o chefe seja enquadrado no crime de prevaricação no Caso Covaxin. 

Boi de piranha é aquele bicho que é jogado no rio para ser comido enquanto o resto da manada passa. Na encrenca da vacina indiana, o Planalto trombeteia a versão segundo a qual Bolsonaro, depois de ser informado sobre irregularidades no contrato pelo servidor Luís Ricardo Miranda e seu irmão, o deputado Luís Miranda, repassou a denúncia ao então ministro Pazuello. 

De acordo com o Luis Miranda, Bolsonaro atribuíra as tramoias da Covaxin ao seu líder na Câmara, o deputado Ricardo Barros. E prometera acionar a Polícia Federal, não Pazuello. 

De resto, a blindagem a ser fornecida pelo general desafiaria o calendário. Os Miranda estiveram com Bolsonaro em 20 de março. Cinco dias antes, em 15 de março, o presidente anunciara que o cardiologista Marcelo Queiroga assumiria o cargo de ministro da Saúde.

Pazuello permaneceu no ministério até 23 de março, dia em que transmitiu o cargo para Queiroga. Quer dizer: decorreram apenas dois dias entre o encontro de Bolsonaro com os Miranda, num sábado. e a saída de Pazuello, na terça-feira seguinte. 

Pela lógica, o presidente encomendaria o saneamento do contrato de compra da Covaxin ao doutor que assumia a Saúde, não ao general que batia em retirada. 

A CPI não parece disposta a digerir a versão oficial. Se Pazuello pular no rio, será mastigado pela comissão, que já aprovou a sua reconvocação. Falta apenas marcar a data. Amigos de Pazuello alertam para o perigo de assumir culpas alheias. 

No caso Covaxin, a blindagem alcançaria também o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros, um entusiasta da variante indiana do mercado de vacinas. 

A ocupação militar promovida por Pazuello na Saúde resultou em desastre. Mas no dia em que deixou o cargo, poderia ter saltado da frigideira em que Bolsonaro o fritou em sua própria gordura. 

O general despediu-se atirando. Ao lado de Queiroga, declarou-se vítima de ação orquestrada de políticos que queriam pixuléA alturas tantas, Pazuello declarou: "A operação de grana com fins políticos acontece aqui". Bastaria continuar nessa linha. 

Se Bolsonaro quisesse caminhar na mesma direção, teria cumprido o compromisso assumido com os irmãos Miranda, chamando a Polícia Federa. Haveria um curto-circuito. Mas talvez não houvesse CPI. 
Optou-se por sustar o pagamento antecipado de R$ 220 milhões por um lote de vacinas jamais entregue, mantendo inalterado o contrato micado de R$ 1,6 bilhão. Deu no que está dando. Pazuello engatou marcha a ré. 

Hipnotizado pelo lema segundo o qual um manda e o outro obedece, o general tomou gosto pelo papel de boi de piranha do capitão. (por Josias de Souza)

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