CPI INVESTIGA NEGÓCIOS FIRMADOS SOB A
OBSESSÃO DE BOLSONARO COM A CLOROQUINA
A CPI da Covid mudou de patamar. Até aqui, a comissão seguia as pistas deixadas por Bolsonaro para confirmar a inépcia administrativa do governo na gestão da pandemia. Nas próximas semanas, a investigação ganhará uma face financeira.
Sem alarde, os senadores do G7, grupo majoritário da CPI, inauguraram a nova etapa ao incluir no rol de convocações aprovadas nesta 4ª feira (9) o nome do empresário bolsonarista Renato Spallicci.
Spallicci é presidente da Apsen Farmacêutica. Vem a ser o maior fabricante de hidroxicloroquina do país. Em notícia veiculada em março, a Folha de S. Paulo informou que a empresa assinou em 2020, dois empréstimos com o BNDES, o banco estatal presidido por Gustavo Montezano, amigo de infância dos filhos de Bolsonaro.
Juntos, os financiamentos do BNDES à Apsen somam R$ 153 milhões, dos quais R$ 20 milhões já foram liberados.
Documentos oficiais obtidos pela CPI vinculam Bolsonaro à intermediação do fornecimento de insumos a um par de empresas para a fabricação de hidroxicloroquina. A Apsen Farmacêutica é uma delas. A outra é a EMS, vistosa logomarca do mercado de remédios.
São esses fios da meada sanitária que os senadores do grupo majoritário da CPI desejam puxar nas próximas semanas. (por Josias de Souza)
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TOQUE DO EDITOR – Instalada a CPI da Covid, refleti com meus botões: se eu fosse parlamentar oposicionista e fizesse uma aposta tão alta como essa, qual seria o motivo de estar partindo, praticamente, para o tudo ou nada (ou conseguir provas irrefutáveis de crimes cometidos pelo Governo Bolsonaro ou desmoralizar de vez todos que o acusam de criminoso)?
A resposta era óbvia: ter, na manga, um trunfo tão poderoso que pudesse vir a ser a bala de prata que mataria o lobisomem.
E qual seria tal trunfo? Logo me ocorreu que a pior revelação possível seria a de que o desperdício estratosférico de recursos com uma droga inócua contra o coronavírus beneficiara empresas e pessoas, fazendo-as responsáveis pelo maior extermínio em larga escala de brasileiros em todos os tempos.
Não se necessitava de nenhum grande voo de imaginação para chegar a estas duas suposições, pois eram simplesmente as mais plausíveis para explicar o que se passava sob nossos narizes.
Se ficar agora comprovado que houve não apenas uma fraude politico-sanitária, mas uma conspiração criminosa-crapulosa para enriquecer tão poucos matando tantos, não haverá punição no mundo à altura da magnitude de tal crime.
Nem mesmo o garrote vil, hoje banido pela civilização, seria suficiente para equilibrar os pratos da balança. (por Celso Lungaretti)
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