terça-feira, 18 de maio de 2021

ELE É MESSIAS OU A BESTA DO APOCALIPSE?

Cara de um...
O
s evangélicos têm uma fixação: o apocalipse, o número 666 e a destruição do nosso planeta. 
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Antes, quem cuidava das profecias da desgraça era uma seita exportada pelos estadunidenses: a dos testemunhas de Jeová. 
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Ela tinha uma legião de colportores, alguns gringos, que iam de porta em porta nas cidades e no interior, anunciando estar próximo o fim do mundo e vendendo livros que decifravam o apocalipse, o último livro profético da Bíblia e o número 666. 
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Foram precedidos pelos adventistas do sétimo dia, que guardam o sábado como dia de repouso e não o domingo. Ambas têm poucos seguidores. Por que? Porque aquele que dá Ibope é Jesus, o messias!
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Quem vem acompanhando a trajetória dos enviados de Deus para salvar os pecadores brasileiros da destruição final, terá observado haver nas pessoas, geralmente sem formação escolar, uma predisposição para acreditar ou colocar suas esperanças em alguma coisa diferente. 
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Foi essa predisposição o húmus dos movimentos messiânicos ocorridos no Brasil:
— alguns derivados da tradição católica, como o do padre Cícero em Juazeiro e o de Antônio Conselheiro em Canudos; 
— outros do espiritismo, como do alagoano mestre Yokanaam, que acreditava ser reencarnação do profeta Elias ou de João Batista;
— e até um dizendo-se judeu e enviado por Jeová, mas rejeitado pela comunidade judaica, qual seja o extremista de direita Aladino Felix, cognome  Sábato Dinotos.
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Alguns políticos ganham de tal forma a credibilidade popular, que se tornam, além de líderes, figuras de devoção quase messiânica, tanta a crença neles depositada. Foi o caso de Getúlio Vargas, o pai dos pobres, e de Jânio Quadros, o homem da vassoura contra a corrupção. .
...focinho da outra!
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Entretanto, com o presidente Bolsonaro ocorreu um processo diferente: foram os evangélicos que o escolheram como um enviado de Deus, levando-o para ser batizado no rio Jordão e assim ser sagrado, como seu nome prenunciava, como um messias.
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Um messias diferente, pois, em lugar de ressuscitar os mortos, enterra os vivos às centenas de milhares. 

E que, embora não se saiba onde esconde seu número da besta, parece decidido a apressar o apocalipse. Um messias fajuto porque não se impôs, foi imposto. Os evangélicos apostaram nele e ganharam: as eleições e ministérios.
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Depois dessa introdução escatológica, vamos à profecia bíblica da destruição do planeta, confirmada agora pela ciência. Segundo os cientistas, com o aquecimento do nosso planeta, que já começou e vem acelerando-se, a temperatura dos oceanos está aumentando e este aumento poderá chegar a 2 graus até 2080. 
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Muitos dos que ora me leem ainda  estarão vivos dentro de 59 anos. Mas a maioria poderá ver, testemunhar e mesmo sentir os primeiros efeitos desse anunciado aquecimento do planeta. porque ele começará a se tornar evidente a partir de 2030/35. 
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Mesmo agora, como as tevês têm mostrado, as calotas polares derretem e a Groenlândia, que era e sempre foi uma ilha coberta com montanhas de gelo, vem perdendo esse manto gelado. O causador desse derretimento em fase de aceleração é o aumento do dióxido de carbono na atmosfera, provocado pela queima de combustíveis fósseis. Segundo cálculos, se toda neve e gelo da Groenlândia  derretesse, já seria suficiente para os oceanos cobrirem boa parte do nosso planeta. 
Haverá tempo para salvarmos o Rio de Janeiro?
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Mas ainda não chegamos lá. O importante, neste momento, é saber que o aumento de um grau Celsius na temperatura dos oceanos corresponde a 6 graus na superfície terrestre. 

Aumento de temperatura difícil de conseguirmos revertes nos próximos séculos. Para se ter uma ideia, os verões começarão a ser cada vez mais quentes e, nos países tropicais como o Brasil, se tornarão insuportáveis. 
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Pior, o nível dos oceanos e dos mares irá aumentando, até chegar a um metro em 2100. Ora. a costa brasileira, e isto inclui grandes cidades como Rio de Janeiro e Santos, está na altura do atual nível do mar. Haverá tempo para cercá-las com muralhas de concreto ou serão inundadas e engolidas pelo mar? 
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E como será na bacia do rio Amazonas, onde existe a pororoca no encontro das águas do rio com as águas do mar, quando este último, aumentando de nível, inundar toda a planície amazônica?
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Mas nem tudo será água! Sem grande parte da floresta amazônica, os pecuaristas pensam poder encher o terreno liberado das árvores com gado de exportação para a China. E os agricultores comemoram suas enormes colheitas de soja, também para os chineses. Porém, e se houver seca? 
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Já existem os primeiros sintomas de seca em diversos Estados. Ora, só para o capitão, os pecuaristas e os agricultores bolsonaristas ainda não caiu a ficha de que, sem a floresta amazônica, mudará o clima, teremos seca e vai faltar água para irrigação. 

O aquecimento não vai afetar só o Brasil, será global. Muitos países estão se preparando para deixar de jogarem o dióxido de carbono na atmosfera, pois a vida em geral no planeta vai mudar. A seca, a invasão das costas dos continentes, o calor extremo, tempestades, vão provocar fome, êxodos e destruições. 
"E é assim que acaba o mundo/ Não com um
estrondo, mas com um suspiro" (T. S. Eliot)
Piores do que as mortes provocadas pelo coronavírus serão as mortes causadas pelo aquecimento da Terra. 

O Brasil poderia, talvez ainda possa, dar uma contribuição positiva à humanidade, com a suspensão, o quanto antes, de todo desmatamento no seu território. 

Com isto, estaria se juntando aos melhores países: aqueles que, de alguma forma, dispõem-se a participar do enormes esforço global necessário para preservarmos a vida humana no nosso sofrido planeta. 

A contagem regressiva está em curso. (por Rui Martins)       

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