CPI LEVA O PLANALTO A CRIAR STRIP-TEASE
AO CONTRÁRIO
A lista de 23 desatinos sanitários que a Casa Civil remeteu a 13 ministérios para que providenciem explicações tem a aparência de um strip-tease ao contrário: Bolsonaro perambula pela conjuntura nu.
Com uma CPI prestes a apalpar as vergonhas do capitão na frente das crianças, Luiz Eduardo Ramos, o general que comanda a Casa Civil da Presidência, pediu aos ministérios que providenciem desculpas para recobrir Bolsonaro.
O presidente despiu-se sozinho. Seu umbigo veio à luz quando chamou pandemia de gripezinha. Seguiu-se um desnudamento progressivo e ininterrupto. De repente, o chefe da nação estava —horror, frisson!— integralmente exposto.
Bolsonaro impôs ao Brasil o nu que ninguém queria ver. Aos poucos, a nudez presidencial foi perdendo o suspense. Hoje, o país vive a mais despida das épocas. O brasileiro convive com uma Presidência obscena.
A diferença é que, nessas áreas, o despudor vinha sendo espiado através das seteiras. A pandemia, com seus quase 400 mil mortos, mostrou que é do telhado de vidro que se tem o melhor ângulo. Dali, a visão do strip-tease é irrestrita.
As desculpas encomendadas pelo general Ramos aos ministérios, por esfarrapadas, contribuem para acentuar o vexame.
É como se o chefe da Casa Civil, ao expor 23 partes da anatomia presidencial que se encontram à mostra, ensaiasse os futuros depoentes da CPI para o strip-tease ao contrário:
- Disfarça o negacionismo!
- Esconde a cloroquina!!
- Encobre a escassez de vacinas!!!
Se o documento da Casa Civil serviu para alguma coisa, foi para deixar Bolsonaro ainda mais nu em cena. (por Josias de Souza)
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