terça-feira, 1 de dezembro de 2020

O ESTADO É UM ENTE INSTITUCIONAL EMINENTEMENTE OPRESSOR, FUNDADO NUMA RELAÇÃO SOCIAL ESCRAVISTA – 1

dalton rosado
RADIOGRAFIA BÁSICA DE UMA DEPRESSÃO ECONÔMICA
Os ciclos de depressão econômica capitalista estão cada vez mais curtos e intensos, como previu Karl Marx. 

Já não há remédios possíveis dentro do receituário econômico que sejam capazes de curar a doença: tais ciclos caminham para um desfecho de colapso sistêmico!

A pandemia do covid-19 com sua devastadora capacidade de causar infecções e mortes (ainda nesta semana o total chegará a 1,5 milhão de óbitos e 65 milhões de contaminados, configurando-se como a maior tragédia humanitária do pós-guerra), apenas acentuou aquilo que já estava anunciado pelos organismos multilaterais capitalistas como FMI, OCDE, OMC e ONU, além dos fóruns internacionais como o Fórum Econômico Mundial: em 2019 no ano passado eles já previam forte depressão forte em 2020.

Motivo: chegamos ao limite interno de expansão capitalista, de vez que todos os poros mundiais de expansão territorial do capital já foram tomados e a capacidade de consumo humana é limitada. Ninguém almoça, usa outra camisa ou dirige um carro mais de uma vez por vez, etc., etc., etc. Além dos dispêndios obrigatórios e por mais que se inventem quinquilharias de estímulo ao consumismo desenfreado, há um limite para o consumo. 

Também concorre para a depressão econômica mundial a perda acentuada do valor das mercadorias decorrente da guerra concorrencial de mercado, que propõe redução de custos de produção, daí decorrendo a redução da massa global de valor produzido. 

O capital precisa de continuado aumento de sua reprodução sob pena de virar fumaça, como abstração que é. 

Assim as mercadorias, todas, perdem valor e preço (que são coisas diferentes, embora umbilicalmente ligadas) e, ao invés de estimularem o consumo, como pode parecer, diminuem-no porque a perda de capacidade aquisitiva se dá em maior proporção, como consequência dos baixos salários e do desemprego estrutural. 

Algo assim como se querer terraplanar um terreno cavando buracos para tapar outros. 

Neste contexto a China tem papel relevante, com sua produção de mercadorias baratas pagando salários de fome, conjugada com a produção tecnológica de empresas capitalistas multinacionais que lá se instalaram atraídas, inclusive, pelos financiamentos oferecidos para essa produção que alimenta o sistema de crédito financeiro mundial. 

Tal fenômeno ocorreu com a populosa e miserável China, mas, se ela não existisse, terminaria por ocorrer com a Índia e com o bloco asiático como um todo (aí incluído o mundo árabe), pois o capital tem a forma da água, que acomoda-se no lugar onde possa ganhar estabilidade.

Ressalte-se que a redução do ritmo de crescimento chinês já é a resultante do limite interno de expansão capitalista, prenunciando, ademais, um calote gigantesco no sistema de crédito mundial: a China está com uma colossal dívida de quase 300% do seu PIB. 
Ela é também a maior emissora na atmosfera do monóxido de gás carbono que causa o aquecimento global (por lá tudo é gigantescamente ruinoso!).

A consequência mais previsível dessa situação será a depressão econômica marcada pela redução do PIB e desemprego estrutural; e dela decorrerá a falência do Estado, que depende da arrecadação de impostos para a manutenção da máquina de opressão regulamentadora-institucional de sustentação capitalista.

Isto quer dizer que um candidato honesto para com os eleitores deve considerar esta circunstância em sua administração estatal sob pena de ter resultados cobrados pelos que o elegeram sem poder dar respostas a tais pleitos (o que nunca acontece, pois, se assim, procedesse seria logo substituído pelo partido).

O candidato honesto deve afirmar seus compromissos com a verdade (que é revolucionária), ainda que isto lhe custe o desencanto do eleitorado que deseja que o Estado seja eficaz e que o capitalismo dê certo, ignorando que se trata de uma impossibilidade. (por Dalton Rosado)
(continua neste post)

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