O episódio bíblico que se reproduz no Brasil de hoje não é exatamente o nascimento de Jesus Cristo, mas sim o massacre dos inocentes, dizimados como moscas pela demência de um Herodes caricato e desprovido de qualquer grandeza.
E dizimados os inocentes são sem que haja justos reagindo ao genocídio com a coragem dos primeiros cristãos, os autênticos.
Aqueles preferiam esconder-se nas catacumbas, agonizarem nas cruzes ou serem dilacerados pelas feras nas arenas do que abdicarem de suas convicções. Eram fraternos e solidários com os humildes, ao invés de se prostrarem aos poderosos e descarregarem seu ódio contra os indefesos.
Então, não posso cantar, nem quero, a farsa macabra deste Natal celebrado como se estivéssemos em plena normalidade e não submetidos ao reinado de terror da covid, dos genocidas e dos pusilânimes diante do genocídio.
O Cristo que me inspira é o que andava sobre o mar e que expulsava os vendilhões do templo.
Não está nem estará conosco desta vez, por não havermos até agora encontrado coragem para ser fieis a ele e aos seus ensinamentos.
Tomara que, até o próximo 25 de dezembro, o façamos por merecer. (por Celso Lungaretti, inspirando-se na canção La Saeta, de Joan Manuel Serrat)
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