"Estamos diante de um modelo que já se esgotou e acredito que a tarefa para aqueles envolvidos na política é pensar em uma solução.
...Temos de rechaçar a austeridade, não só porque ela afeta mais aqueles que têm menos, mas porque [o resultado é ruim] se você a combina com a maior disponibilidade de recursos por parte dos bancos centrais…
Pense em termos da quantidade de dinheiro circulando: se um governo coloca mais dinheiro para circular, mas ao mesmo tempo está cortando gastos, o único lugar para onde esses recursos podem fluir é para os mais ricos.
Então, essa combinação de imprimir mais moeda enquanto se reduz o Estado só vai produzir mais desigualdade.
...qualquer governo da América Latina que se proponha a fazer essas duas coisas ao mesmo tempo está conscientemente enchendo o bolso das classes mais altas".
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Algum leitor acostumado com os textos do Dalton Rosado pode até supor que as afirmações acima tenham sido extraídas de uma entrevista dele.
Provêm, contudo, do britânico Paul Mason, que, como jornalista, tanto escreveu nas últimas décadas sobre as grandes crises econômicas e os movimentos sociais que acabou chegando a conclusões próprias e muito interessantes, daí a repercussão dos dois livros que lançou nesta linha.
As declarações destacadas no topo são, portanto, de uma entrevista que Mason deu ao jornalista Juan Carlos Pérez Salazar, da BBC News Mundo, publicada neste sábado (11) pela BBC Brasil.
As declarações destacadas no topo são, portanto, de uma entrevista que Mason deu ao jornalista Juan Carlos Pérez Salazar, da BBC News Mundo, publicada neste sábado (11) pela BBC Brasil.
O título: A alternativa para os próximos 20 anos é uma forma sustentável de capitalismo, que não será vista como capitalismo (acessem a íntegra aqui).
Curiosamente, Mason coincide em quase tudo com o Dalton no tocante aos impasses capitalistas atuais, inclusive quanto a não existir cura possível para a doença dentro do modelo neoliberal, que somente estaria agravando a moléstia.
Mas, a partir de um diagnóstico tão parecido, Mason receita remédios diferentes dos propostos pelo Dalton.
Então, agradecendo ao comentarista anônimo que me encaminhou o link da entrevista, sugiro aos leitores que a acessem na BBC Brasil, pois é extensa demais para os padrões deste blog.
E, claro, o Dalton certamente se posicionará adiante sobre ela. (do editor)
Um comentário:
Caro, CL
Este é o foco que deve ser refletido e combatido pela nossa esquerda consentida pelos milicos e pela globo: Não à política de terra arrasada de P. Guedes.
Mas nenhum parlamentar que se diz de esquerda vai à tribuna da Câmara ou do Senado criticar veementemente esse massacre do trabalhador e da soberania nacional que ocorre acintosamente desde o Temer.
Daí que podemos suspeitar que foram cooptados e/ou chantageados.
Do outro lado, globo e toda a mídia nacional sabem perfeitamente da esfakeada para catapultar o bozo à posição em que ele jamais deveria ter assumido.
Mas por que, então, não desmascaram de uma vez por todas essa farsa ?
Ora, justamente por causa dessa política destruidora do Guedes que muito lhes agrada.
Mas essa nossa esquerda consentida só fala do Queiroz, jamais do Guedes. Tudo isso virou fake news...
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