segunda-feira, 22 de junho de 2020

BOLSONARO HOMENAGEIA UM MORTO E IGNORA 50 MIL

Jair Bolsonaro mandou retirar o jato presidencial do hangar em pleno domingo. Voou de Brasília para o Rio de Janeiro. 

Num gesto de rara solidariedade, participou do funeral do soldado Pedro Lucas Ferreira Chaves, que morrera na véspera durante um treinamento de paraquedistas. 

O presidente fez questão de discursar. Rendeu homenagens ao morto. Consolou os pais. Ficou demonstrado que Bolsonaro não ignora o valor da compaixão. 

Quem ouviu Bolsonaro ficou se perguntando: por que diabos o capitão não estende aos 50 mil mortos do coronavírus e aos que sofrem com o infortúnio o tratamento que dispensou ao soldado e seus familiares? 

Já está entendido que o presidente abriu mão de presidir a crise sanitária. Mas deveria pelo menos perceber o óbvio. 

Submetidos às trapaças de um vírus letal, os brasileiros precisam de muita coisa, sobretudo de uma vacina. Como não dispõem de tudo, acabam precisando de muito pouco: só uns dos outros. 

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