Jornalistas da Folha de S. Paulo, do UOL, da Band e do Grupo Globo não mais cobrirão o simulacro de entrevista coletiva que o pior presidente da República do Brasil em todos os tempos armava sempre às manhãs, mais parecendo um mafuá de grotão do que o cumprimento da obrigação que todo governante tem de prestar conta à opinião pública dos atos por ele praticados no exercício do cargo.
Há muito, com toda razão, o veterano Ricardo Kotscho (uma das lendas vivas da nossa imprensa, quatro vezes ganhador do Prêmio Esso de Jornalismo) já vinha conclamando os jovens colegas a não participarem daquele espetáculo matinal grotesco, durante o qual eram expostos ao achincalhe dos mentecaptos que iam lamber os pés do seu mito.
Infelizmente, tal decisão está sendo tomada com enorme atraso e por decisão de empresas jornalísticas, não dos profissionais do jornalismo.
Enquanto isto, por todo o país pipocam os insultos e as agressões às equipes de reportagem, ou seja, atingindo tanto os repórteres quanto os fotógrafos e motoristas (embora estes não determinem o enfoque que será dado à notícia).
Profissionais tentando trabalhar, apesar das condições indignas que lhes são impostas |
Será necessário matarem outro Vladimir Herzog para os colegas das novas gerações se tocarem de que há situações em que precisam reagir, acima de tudo, como cidadãos? E que não faz parte dos seus deveres servirem de sacos de pancadas para hordas de celerados açuladas por um presidente totalmente desequilibrado?!
A escalada de agressões a jornalistas só tem feito aumentar desde que o miliciano do baixo clero passou a enverg(onh)ar a faixa presidencial. E, enquanto ele estiver sabotando o funcionamento de todas as instituições da vida civilizada, como o faz com o combate à pandemia, não se pode esperar que jornalistas sejam poupados.
Fanáticos boçais e raivosos tudo fazendo para atrapalhar, instigados por um presidente ensandecido. |
O fim das arbitrariedades consentidas e até estimuladas pelas autoridades só chegará com a remoção da excrescência que hoje comete um genocídio e arma seus zumbis para uma guerra civil estuprando as franquias democráticas e utilizando para seus próprios e ignóbeis fins todo o peso do cargo que aberrantemente ocupa.
Até lá, colegas jornalistas da ativa, resistir é preciso! (por Celso Lungaretti, em nome da esquipe do Náufrago da Utopia)
2 comentários:
Aliás, se, no futuro, alguém quiser ter um quadro fidedigno do que vem ocorrendo a esta pobre república, de forma sucinta e certeira, bastará ler as colunas do Balaio do Kotscho desde que se (re)estabeleceu na Folha/UOL. O velho jornalista parece remoçado, apesar da modéstia ao dizer que se sente alquebrado, ao comentar com preocupação e humor a tragédia por que passamos. Salve, Kotscho!
É uma lenda viva do jornalismo brasileiro. Que continue vivo e ativo por muitos e muitos anos!
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