segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

NÃO RECOMENDO "O MILICIANO QUE SABIA DEMAIS": O FINAL FOI MUITO PREVISÍVEL...

leandro colon
COM A MORTE
 DE MILICIANO, PERGUNTAS SOBRE FAMÍLIA BOLSONARO PODEM FICAR
 SEM RESPOSTA
A morte do ex-PM Adriano da Nóbrega, apontado como chefe de uma das principais milícias do Rio, pode deixar sem respostas uma série de perguntas sobre suas relações nebulosas com a família Bolsonaro. 

A prisão de um dos homens mais procurados do país era importante para esclarecer o esquema das rachadinhas no gabinete de Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República, nos tempos de deputado na Assembleia do Rio.

Hoje senador, Flávio empregou até novembro de 2018 a mãe e a mulher de Nóbrega. Na época da exoneração, cada uma ganhava um salário de R$ 6.490,35. 

A mãe do miliciano, Raimunda, repassou dinheiro para Fabrício Queiroz, policial aposentado e homem de confiança dos Bolsonaros há mais de 30 anos.

Queiroz recebeu R$ 92 mil em 18 depósitos feitos numa agência próxima a um restaurante de Raimunda e na mesma rua onde seu filho também tinha negócio. Segundo o Ministério Público, contas controladas por Nóbrega abasteciam Queiroz. 
As autoridades investigam Flávio e Queiroz pela suspeita de integrarem um esquema de lavagem e ocultação de bens. Funcionários do gabinete de Flávio repassariam parte dos seus salários ao policial aposentado. 

Sobram pontos de interrogação sobre o envolvimento da família Bolsonaro com o miliciano. Em 2005, p. ex., o então deputado federal Jair Bolsonaro usou a tribuna para elogiar Adriano da Nóbrega e criticar as acusações de dentro da polícia contra ele. 

Segundo Bolsonaro, Nóbrega era um brilhante oficial e estava sendo injustiçado A morte do ex-PM Adriano da Nóbrega, apontado como chefe de uma das principais milícias do Rio, pode deixar sem respostas uma série de perguntas sobre suas relações nebulosas com a família Bolsonaro. 

Como deputado estadual, Flávio homenageou o ex-PM duas vezes. Em 2003, disse que o hoje miliciano morto desenvolvia sua função pública com dedicação, brilhantismo e galhardia. Dois anos depois, concedeu a ele a Medalha Tiradentes

Até ser morto neste domingo numa cidade da Bahia, o foragido Nóbrega era acusado de ligação com homicídios e de comandar a milícia de Rio das Pedras. É também suspeito de ligação com a morte de Marielle Franco.
A Milícia do Rio das Pedras que Rolaram para o Quinto dos Infernos tem novo comandante?
Por que Flávio exaltava tanto o ex-policial e empregava seus parentes? O que levou Jair Bolsonaro a gastar tempo na tribuna para defendê-lo com tanta garra? Por que a mãe do miliciano mandou dinheiro para Queiroz? 

Com a morte de Nóbrega, essas perguntas podem nunca mais serem respondidas. (por Leandro Colon)
Aproveitando para disponibilizar aqui este filmaço de 1956 do Alfred Hitchcock,
com atuação impecável do James Stewart como pai que casualmente toma conhecimento de algo explosivo e tem seu filho sequestrado.

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