mariliz pereira jorge
LULA, O INCRITICÁVEL
Lula, o incriticável. É isso mesmo. Desde o dia em que o ex-presidente ganhou a liberdade, a pressão para que não se critique o petista e seu partido teve uma escalada violenta no debate público, com o intuito de obviamente calar o debate.
Não é a hora de apontar os erros, as contradições, as idiossincrasias, porque a democracia corre perigo, pregam seus partidários.
Não é a hora de apontar os erros, as contradições, as idiossincrasias, porque a democracia corre perigo, pregam seus partidários.
Bolsonaro e companhia já deram motivos de sobra para acreditarmos que seu caráter é despótico. Mas olha que maravilha. Para resguardar a democracia, defende-se que as pessoas se autocensurem porque não é conveniente bater no partido que os democratas acham ser a única alternativa ao autoritarismo do governo atual. Deixa ver se eu entendi, a opção a um governo autocrata é uma oposição que não gosta de quem se manifesta livremente se for contra ela?
Não basta ser crítico ao governo, seus desmandos, seus ministros borra-botas, defender que o STF julgue procedente a suspeição de Sergio Moro. É preciso demonstrar apoio irrestrito ao PT e a Lula para não ganhar o selo de fascista.
Apoiadores ficam indignados quando comparações são feitas às duas principais figuras na política do país. Falsa simetria, gritam. Mas o que não faltam são atitudes que colocam Bolsonaro e Lula dentro do mesmo espectro em que habitam líderes populistas.
Com Lula em campanha pelo país, o seu comportamento de hoje e de ontem voltará a ser passível de escrutínio por parte da sociedade e da imprensa – aquela culpada pela vitória de Bolsonaro, segundo os petistas. O que se vê é que qualquer crítica negativa já começou a ser rebatida com a pobre e infame retórica bolsonarista.
De um lado, "e o PT?", apontam os governistas para tudo o que acontece no país. Do outro, "e o Bolsonaro?", rebatem os apoiadores do lulopetismo quando as opiniões são desfavoráveis. E tem gente que tem a pachorra de falar em falsa simetria entre esses dois extremos. (por Mariliz Pereira Jorge)
.
Toque do editor: para quem não se deixa intimidar por chantagens desse tipo e faz questão de continuar exercendo sua capacidade crítica digam o que disserem os stalinistas em pele de democratas, este blogue será sempre uma trincheira.
Desde já denuncio que a recaída autoritária do PT não se justifica em termos de combate ao bolsonarismo (pelo contrário, neste momento é que deveríamos evidenciar ao máximo o quanto somos diferentes dos boçais ignaros), mas se trata apenas de uma fuga dos petistas às responsabilidades pelos erros crassos que cometeram nos últimos anos.
Não têm como explicá-los nem como justificá-los, então recorrem a tal terrorismo para que sejam esquecidos. Mas, a enorme contribuição que involuntariamente deram para a vitória do Bozo foi grave demais para ser relevada. Ou coisa parecida voltará a acontecer adiante.
Querem tapar o sol com a peneira. Se depender de nós, não conseguirão! (por Celso Lungaretti)
5 comentários:
Mariliz Pereira Jorge...ahahahahhahahhha. Mais uma teórica progressista (argh!), ou seja, uma esquerdista de araque (supondo que seja mesmo "progressista"). E lá isso é hora de se pegar em questiúnculas?! Se o caldeirão entornar -- como na Bolívia, no Chile --, esses ditos progressistas serão os primeiros a se esconderem debaixo da cama, e de lá não sairão. Ficarão homiziados por ali, cegos,surdos e mudos como se em nada tivessem contribuído para a debacle. Postura típica da "esquerdinha identitária". PQP!
Nada do que você colocou impede que ela esteja certíssima em criticar a blindagem e o culto à personalidade do Lula.
Se o caldeirão entornar, decerto será em grande parte por não termos renovado as lideranças da esquerda, deixando-nos conduzir por um populista completamente superado pelos acontecimentos, que nada mais tem a oferecer para os explorados.
Essa colOnista do jornal da ditabranda não faz nada mais nada menos do que apenas e tão somente o jogo de seus patrões. E só!
O jogo dos patrões quem também faz é o Lula, que em nenhum momento admite que a esquerda tem de renascer nas ruas, não nas urnas.
Será que 2016 já não demonstrou suficientemente que presidente(a) eleito(a) fica enquanto o poder econômico quer e recebe um pé na bunda quando o poder econômico decide?!
E o Lula sai da prisão com esse enfoque de vencer a eleição presidencial de 2022, quando até a pedras da rua percebem que, com o governo horrorosa do Bozo, a explosão social chegará antes do pleito!
Em vez de articular a substituição do Bozo por um presidente de verdade (motivos legais para impeachment existem às dúzias!), ele veio dizer pra nós: "Aguentem mais três anos, passam depressa...".
Então, não me venham criticar a Mariliz, porque ela está certíssima em criticar esse jogo sujo de intimidar quem critica o Lula. A esquerda sempre praticou a crítica e a autocrítica, caso contrário estagna e fica sem ideias, exatamente como o PT está neste momento.
Pô, em vez de estudarem um jeito de tirar a esquerda do fundo do poço os petistas estão reinventando as PATRULHAS IDEOLÓGICAS?! O retrocesso não tem fim?
Pelo menos nisso estamos de acordo:"o jogo dos patrões quem também faz é o Lula", assim como a colOnista do jornal da ditabranda.
Postar um comentário