Ele entrou como Durango Kid... |
Enquanto decide se fugirá ou não dos debates eleitorais após a saia justa em que o colocaram Guilherme Boulos e Marina Silva nos dois primeiros, o presidenciável ultradireitista Jair Bolsonaro invade praias alheias para aparecer um pouco.
Assim, sem ser chamado por ninguém, ele foi neste sábado (25) à Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, conseguindo apenas dar duas voltas por lá a cavalo, enquanto parte do público o vaiava e alguns fãs gritavam mito.
Ficou depois num local próximo ao palco, dentro da arena, na esperança de poder falar ao microfone.
Segundo a reportagem da Folha de S. Paulo, o pseudo-Durango Kid passou vexame, sendo enxotado com um sutil piparote:
"...o comentarista de rodeio Emilio Carlos dos Santos, o Cacá, informou que o diretor de rodeio, Marcos Abud, tinha pedido para todos desocuparem a arena. Bolsonaro então saiu...
...e saiu como Meteorango Kid. |
A visita do candidato à arena dividiu a associação que organiza a festa —uma parte temia que o gesto sinalizasse apoio ao político.
Integrantes da organização disseram que ele não falou porque o cronograma de horários estava atrasado".
Ou seja, embora tenha todo jeitão de quem, quando menino, sonhava que um dia se tornaria Durango Kid, a triste realidade é que hoje ele só serve para Meteorango Kid, o herói intergalático, anti-herói satírico de um filme do André Luiz Oliveira.
6 comentários:
Bom dia Celso.Entendo que Bolsonaro seja o seu pior candidato e concordo que suas idéias são "fora da curva ". Mas informação do UOL é que foi ovacionado por grande parte do público presente. Entendo que há uma interpretação errada. Ovacionar igual, delirar aplaudir. Lembrando que festa do peão é um local extremamente simpático à Bolsonaro. Agronegócio, armamento do campo, defesa da propriedade. Um terreno propício para o referido candidato. Conversei com amigo da cidade vizinha à Barretos, Olímpia e o mesmo disse que ouve apoio irrestrito ao candidato de ultra direita. Cuidado pois informações e interpretações não confirmadas passam a impressão de fake. O candidato Boulos disse uma grande verdade, alguns candidatos não poderiam entrar em favelas assim como Boulos jamais poderia pisar em Barretos. Abração.
Errado, William, o Bolsonaro não é o "meu" pior candidato, mas sim o pior candidato de todos os brasileiros civilizados. Sempre considerei um absurdo os que negam o holocausto serem até condenados à prisão na Europa e aqui os apologistas de genocídios e torturas poderem gritar impunemente "Viva Ustra!"
De resto, há muitos relatos da patética caça ao voto do Bolsonaro em Barretos, nem todos apologéticos como o que vc leu (provavelmente uma notícia do UOL).
De resto, o que estou fazendo é apenas a seção de humor do blog. Em termos políticos, o Bolsonaro não passa de um candidato que já fracassou. Uma quinzena de horário do TSE e isto se evidenciará para todos.
Não tenho receio nenhum de afirmar que não há NENHUMA possibilidade de o Bolsonaro chegar ao 2º turno (isto no caso de o Alckmin não liquidar a fatura no 1º). Quem viver, verá.
Celso, você poderia desenvolver mais esse breve comentário de Alckmin liquidar a fatura no 1o. turno?
Acredito que ele chegará no 2o. turno capengando, se chegar.
Ele terá um predomínio avassalador no horário do TSE (44% do total do tempo) e o marketing dos tucanos é bem profissional, tudo leva a crer que a vantagem adquirida na barganha com o Centrão será bem aproveitada.
A candidatura do Bolsonaro, p. ex., é a primeira que derreterá. Com a grandeza de trunfos que ele fornece para os adversários o detonarem, dificilmente se manterá na casa dos 20%. O mais provável é algo entre 10% e 15%.
Quanto à jogada mirabolante do Lula, embora bem tramada, fracassará por causa de um detalhe não desprezível: o Haddad é absolutamente sem carisma e não tem, de jeito nenhum, a cara do PT. Ficará abaixo da votação habitual do partido.
A Marina e o Ciro tendem a subir, mas não tanto assim.
Enfim, com estrutura partidária, mais grana para investir na campanha e uma vantagem enorme em tempo na TV, o Alckmin seguramente irá ao 2º turno, podendo liquidar a fatura no 1º.
Digo isto como analista. Pessoalmente, detesto os tucanos e amarguei uma demissão injusta por causa deles (quando conquistaram o Palácio dos Bandeirantes, demitiram todos os jornalistas da Coordenadoria de Imprensa que tinham o direito de demitir —dois ou três eram estáveis—, apenas para colocar a própria patota no lugar, sem nenhuma avaliação do desempenho da equipe anterior).
Mas, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Escrevo sobre o que presumo que vá acontecer, não sobre o que eu gostaria que acontecesse.
Haddad não tem carisma e foi incompetente como político e no controle da máquina administrativa quando prefeito. Um exemplo:
No bairro onde você viveu, Mooca, na Radial Leste, Alcântara Machado, chegando ao elevado, foram cortadas quase uma centena de árvores a pretexto de um túnel que sairia do Parque Dom Pedro, desembocando na Radial Leste. Nem as máquinas estavam no Parque Dom Pedro e nunca foram lá chegaram para tal fim.
Na época os moradores colocaram dezenas de cruzes junto aos tocos [tem imagens no google].
Ante tamanha repercussão negativa no bairro, fosse um administrador de pulso demitiria o administrador da subprefeitura, o chefe de gabinete e outros omissos. Não fez nada. Ficou tudo por isso mesmo.
E assim tem dezenas de pequenos casos, de meu pouco conhecimento, que somados às milhares de omissões para um governo que se dizia popular e do povo, levaram à humilhante derrota no primeiro turno para um farsante.
Também acredito, como já foi dito aqui no blog, Haddad não passa de um jovem Fernando Henrique Cardoso.
O Haddad se tornou detestado pela maioria dos paulistanos por dois motivos principais:
1) criou pistas para ciclistas de afogadilho, sem planejamento, a maioria das quais atrapalhava enormemente o tráfego nos dias úteis. O motorista irritado por não conseguir andar notava que, na pista exclusiva para bicicletas, passava um ciclista a cada 5 minutos. O certo seria mantê-las utilizáveis pelos carros nos dias normais e elas só serem ciclovias nos sábados, domingos e feriados.
2) os limites de velocidade nas marginais eram ridículos, irritantes. O pior é que, quando se chegava a um trecho com velocidade mais apropriada, os motoristas enfiavam o pé no acelerador com tanta raiva que era onde mais ocorriam acidentes. Que o veículo próprio tem de ser desestimulado, é óbvio. Mas, antes disto, temos de criar transportes coletivos decente. O que vejo nos ônibus, metrô e trem é tão aberrante que nem para transporte de animais se justificaria.
Enfim, o Haddad é o típico scholar politicamente correto da Vila Madalena (bairro paulistana preferido dos professores e estudantes da USP). Nem Lula nem Jesus Cristo conseguiriam transferir votos suficientes para ele ganhar a eleição presidenciável.
Postar um comentário