domingo, 24 de junho de 2018

A POLÊMICA NA QUAL DESCONSTRUÍ O ESPANTALHO DE UM ANTICOMUNISTA PROFISSIONAL AINDA REPERCUTE

Minha grande arma sempre foi a palavra...
Já lá se vão 10 anos e 8 meses que polemizei com Olavo de Carvalho sobre o Foro de São Paulo. Eis o post no qual reproduzi todos os textos da polêmica.

Foi tempo suficiente para ficar inteiramente comprovado o acerto da avaliação que fiz então do Foro: um "sarau de esquerda" que produzia (produz até hoje, aliás, mas reduzido a tal insignificância que nem para espantalho dos anticomunistas profissionais serve mais...) "um blablablá triunfalista que nada tem a ver com a correlação real de forças".
...já o OC adora exibir outras. Freud explica.

Dito e feito. Nenhuma revolução decorreu da atuação do Foro e os ricaços que deram contribuições financeiras ao OC para ajudar a combater a ameaça comunista, já devem ter percebido que queimaram dinheiro.

Acabo de tomar conhecimento de que a polêmica rendeu o vídeo abaixo no Youtube. Está feito  o registro.

4 comentários:

Unknown disse...

A esquerda acaba de levar um chocolate na sua Itália. Perdeu até na Toscana.
Diagnóstico: a esquerda suicidou-se.
E não foi só lá.

celsolungaretti disse...

Você ouviu o galo cantar, mas não sabe onde. Quem disse que eu dou a mais remota importância aos pleitos italianos? Para mim, os partidos que disputam eleições não passam de forças auxiliares do capitalismo.

São as lutas sociais que nos podem conduzir à construção de uma sociedade livre das injustiças sociais, não o jogo de cartas marcadas da democracia burguesa.

Eduardo Lima disse...

Sou o professor Eduardo Lima. Agora que percebi que você postou o meu vídeo Lungaretti, muito obrigado. Acompanho seu blog a muito tempo e lembrei da polêmica que você teve com Olavo de Carvalho, mesmo quando esse "filósofo" não era tão conhecido assim. Infelizmente, parece que Olavo de Carvalho hoje está em seu auge, pelo menos na Internet. Mesmo assim a tua crítica persiste como uma rocha: Ora, cadê a "revolução organizada pelo Foro de SP" que iria transformar o continente numa ditadura de esquerda? Cadê os revolucionários do Foro de SP que não impediram a queda da Dilma e a saída do poder dos diversos presidentes de Esquerda da América Latina? Porque o Foro de SP não impede o cerco econômico e militar contra a Venezuela? Cadê o exército do Stédile? Não se vê reação alguma do tal Foro de SP que além de não ter força alguma para mobilizar as massas, quanto mais para uma revolução, não é um fórum tão importante e conhecido nem mesmo pela maioria das pessoas de Esquerda. Basta fazer uma pesquisa simples no Youtube que o que mais se encontra são reacionários falando desse tal Foro de uma forma bizarra: um misto de espantalho, fetiche e paranoia.

celsolungaretti disse...

Eduardo, quando um companheiro me informou da existência do seu bom vídeo, avaliei que seria uma oportunidade para reavivar a memória da companheirada. Afinal, estamos sofrendo derrotas e mais derrotas desde 2016, é importante não deixarmos cair no esquecimento as batalhas que ganhamos contra a direita.

No momento da polêmica, a direita estava muito forte na web e o Olavo de Carvalho posava de grande filósofo, sem que nenhum de nossos articulistas ousasse duelar com ele. Então, quando ele caiu na besteira de me desafiar, aparentemente supondo que eu fosse um zé ninguém, eu encarei a coisa com muita seriedade. Tínhamos de parar de perder batalhas ou de fugir delas. Senti que tinha a responsabilidade de derrotar aquele cara.

De certa forma, fiz algo que detesto ver os outros fazendo: joguei no erro do adversário. Superestimei-o, na verdade. O OC cometeu tantos erros que não foi difícil sair-me melhor do que ele. Mas, quando acusei-o de SOFISMAR — ele, filósofo; eu, jornalista — e nem para isto ele encontrou uma boa resposta, percebi que poderia ter sido muito mais contundente e agressivo do que fui. Como dizíamos antigamente, ele não passa de um tigre de papel.

Infelizmente, a esquerda majoritária evita ciosamente levantar a bola de quem não pertence a ela. Então, essas paradas que vencemos, em sintonia com os nossos ideais, são minimizadas e pouco divulgadas, de forma que as gerações posteriores não ficam sabendo de vitórias que lavaram nossa alma.

Hoje, encontro até quem republique o primeiro ataque do OC contra mim, celebrando-o como se tivesse me arrasado, sem saber que houve outros cinco textos divulgados e a coisa acabou de forma bem desfavorável para ele.

Também já caiu no esquecimento que o Boris Casoy abriu processo criminal contra mim e o juiz decidiu que, no que havia escrito sobre ele, exercera apenas meu direito de opinião.

O próprio Caso Battisti, que me absorveu durante anos e me fez escrever uns 250 textos diferentes, nem parece mais ter ocorrido. Foi uma vitória épica contra um país do 1º mundo e contra toda a grande imprensa brasileira, além de servir para atenuar um pouco o amargor de havermos entregado a Olga Benario para ser assassinada pelos nazistas. Evitamos que a infâmia se repetisse.

Muito menos a greve de fome dos "quatro de Salvador" em 1986, que divulguei praticamente sozinho e (com um tanto de sorte, admito) consegui levar à vitória. É uma forma de luta pouco utilizada pela esquerda brasileira e daquela vez, contra toda a imprensa e contra o próprio PT (para o qual aqueles quatro eram eleitoralmente inconvenientes), vencemos.

Vale lembrar que, no atual século, as outras três nós perdemos: a do bispo do São Francisco, a do Garotinho e a do Lula.

Enfim, esses e outros exemplos de bons combates travados não só com abnegação, mas também com competência para levá-los à vitória, devem ser transmitidos às novas gerações.

Você cumpriu exatamente tal papel. Valeu!

Um abração!

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