Os poetas são eternos.
Eles não pertencem ao gênero da racionalidade cartesiana que tudo enquadra na esfera do possível, de vez que navegam no éter de um universo onde o impossível não existe, sendo, por isto, imortais.
São capazes de ver, no voo estático de um beija-flor, a singeleza e a grandeza daquele pequeno pássaro, daí captando a beleza do beijo na flor e sua importância para a reprodução da vida.
Assim é Apollo Natali. Um poeta que é capaz de tratar os assuntos mais tensos com a leveza dos que veem a vida pelas lentes do bem-querer, tornando a vida bela.
Não tive, ainda, o prazer de conhecê-lo pessoalmente, mas todos nós somos capazes de ver, em seus escritos, a bondade de sua alma, a firmeza do seu caráter e o exemplo de solidariedade humana que emana do sentido desses textos, que mais não são do que a extensão de uma vida exemplar, da qual tenho conhecimento de belas passagens.
Sem ter medo de ser piegas, sinto a necessidade de fazer este testemunho elogioso em benefício dos jovens, para que saibam que existem quem chegue a uma idade octogenária sem senões que comprometam a sua biografia, ainda que pequenos pecadilhos possam ter existido para confirmar a sua condição humana.
Faço este elogio por ter bem presente uma certeza: a de que aqueles seres humanos capazes de, nos momentos que exigem têmpera, atuarem de modo a receber a admiração de todos, inclusive daqueles que se lhes opõem, são merecedores do nosso reconhecimento.
Faço isto em vida para que o Apollo saiba a dimensão da admiração dos seus pares, pois ele faz jus à avaliação que todos nós, combatentes da causa da humanidade, tantas vezes briosos náufragos da utopia, fazemos sobre sua personalidade ímpar.
Em cada profissão, cada profissional pode deixar a marca do seu contributo para a humanidade e o anúncio de que o ser humano está evoluindo e vai alcançar um estágio superior, derrotando a iniquidade que não raro permeia o seu itinerário evolutivo.
Bem disse Charles Baudelaire que todos os poetas se tornam, naturalmente, fatalmente, críticos. Você, Apollo, sempre soube fazer as suas críticas de um modo que até os criticados as recebessem de modo compreensivo e aceitável.
Como jornalista, função da mais alta importância no sentido da formação da opinião pública tantas vezes manipuladas por interesses escusos dos que controlam as empresas midiáticas da informação, você sempre conseguiu manter-se íntegro e, tal qual um garrincha de alma leve, driblar com informação sublinear aquilo que os eternos censores, tradicionalmente burros, não conseguem entender nem vetar.
Obrigado Apollo, por você existir e ser como é, pois você nos estimula a perseverar na trilha heroica da perigosa contra-mão do combate a uma rota social segregacionista que caminha para uma colisão catastrófica.
Com a pretensão pouco competente de ser fiel ao seu estilo incomparável, escrevi este texto para que você receba o mais fraterno abraço de todos os colaboradores do blog Náufrago da Utopia. (Dalton Rosado)
Observação do editor: temo que esta homenagem fique um tanto incompreensível se eu não revelar que o Apollo esteve hospitalizado mais de uma semana em função de uma doença geralmente grave, mas que, no caso dele, parece ter sido apenas um susto. Acaba de voltar para casa e fará agora tratamento ambulatorial. Espero estar comunicando, adiante, o seu pleno restabelecimento. (Celso Lungaretti)
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