Durante toda a trajetória política de Paulo Maluf, encarei-o como um inimigo de classe a ser combatido.
Como sempre considerei a corrupção inseparável do capitalismo e impossível de ser erradicada sob o capitalismo, não era a roubalheira o que eu mais criticava nele, mas sim a polícia matadora do seu governo (1979-1982) e o bordão que passou a adotar nas campanhas subsequentes, vou botar a Rota na rua.
Os paulistas sabiam muito bem o que estava subentendido nesta promessa: licença para executar suspeitos a torto e a direito, com a certeza de que seriam aceitas sem questionamento nenhum as versões fantasiosas de que as vítimas haviam resistido à prisão. Os relatos destes extermínios correram mundo, para imensa vergonha dos brasileiros civilizados.
"Vou botar a Rota na rua" |
Hoje, contudo, o que ele tinha de nocivo, o tempo levou. Não passa de um ancião que se mantém deputado federal mas deixou de ter influência política. Está apenas esperando a morte chegar.
Discordo totalmente do envio à prisão de um homem com 86 anos que não haja cometido crime hediondo. É uma desumanidade chocante.
Antiquado ou não, sou um brasileiro cordial e brasileiro cordial morrerei. Se aqui for suprimida toda compaixão, virará um Estados Unidos, aquele país engendrado por fanáticos religiosos que sacralizou sua impiedade judicial e a impõe a ferro e fogo, passando por cima de culpados e também de inocentes.
O Brasil que condena Maluf a passar seu fim de vida em regime fechado, com grande chance de morrer encarcerado, não é o meu Brasil. Cada vez gosto menos de viver nele, em meio a tanta barbárie e tanto ódio.
5 comentários:
Se Maluf tem condições de"trabalhar" como deputado, também tem condições de aguentar prisão.
ISTO É, SIMPLESMENTE, UMA GRANDE ENCENAÇÃO, PATÉTICA, POIS, O MALUF, UM CLEPTOMANÍACO DE PRIMEIRA HORA, ADORADO PELOS PAULISTA MAIS CORRUPTOS DO QUE ÊLE PRÓPRIO, E, PELO MAIOR ASSASSINO DA HISTÓRIA DO BRASIL, O GENERAL EMÍLIO GARRASTAZU MÉDICI, O QUAL, LHE AGRACIARA, EM 1971, COM, A PRESIDÊNCIA DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, ONDE PERMANECERIA ATÉ 1975, TEMPO SUFICIENTE, PARA QUE, ENTÃO, ARTICULASSE SUA ELEIÇÃO PARA DEPUTADO FEDERAL, POR SÃO PAULO, ESTA INACREDITÁVEL TERRA DA GAROA, DO ADEMAR DE BARROS, DO JÂNIO QUADROS, E DOS TUCANOS, OS INTOCÁVEIS DO TUCANISTÃO...MAS, POR INTERESSES, DIFUSOS E INCONFESSÁVEIS, SOMENTE AGORA, E, ESTRANHO, MALUF ESPERARIA DE 1969 ATÉ 2017, PARA SER, AOS 86 ANOS, OU SEJA, COM UM PÉ NA COVA, PRESO...ORA CONVENHAMOS, ASSIM, DE QUE HÁ, DE FATO, INCONTESTAVELMENTE, ALGO DE PODRE EM PINDORAMA....ENXOFRE...??.....WHO KNOWS....BABY....GOSTAS DO DELÍRIO....?....
Ralph, a busca do Google tornou muito fácil a pesquisa de dados e biografias, por que você não a utiliza?
O Maluf assumiu a presidência da Caixa Econômica Federal em maio de 1967, quando o ditador da vez era o Costa e Silva. O Médici, àquela altura, chefiava o SNI.
Permaneceu na CEF até 1969, quando foi nomeado prefeito de São Paulo, ainda pelo Costa e Silva, que aceitou a indicação do Delfim Netto. Sua gestão terminou em 1971.
Seus postos seguintes foram: secretário de Transportes do Governo Laudo Natel (1971-1975), diretor e depois presidente da Associação Comercial de São Paulo (1975-1979), governador de São Paulo (1979-1982), deputado federal (1983-1987), prefeito de São Paulo (1993-1997) e deputado federal desde fevereiro de 2007).
Amélia, de um idoso como o Paulo Maluf, quando afastado dos negócios, não se esperaria que fosse jogar bocha com os outros velhos ou alimentar os pombos da praça.
Continuou na política, com os assessores fazendo o trabalho pesado e ele dando entrevistas, votando, discursando de vez em quando. Isto não é nada do outro mundo para um ancião fazer e lhe permite manter a ilusão de que ainda faz e acontece.
Como já não mexe com recursos públicos, não tem chance de reincidir nas práticas pelas quais foi condenado.
Já trancafiarem-no numa prisão, na idade dele, com a perspectiva de sair só no final de 2024, equivale praticamente a provocar sua morte.
Então, não vejo utilidade social nenhuma no cumprimento estrito da pena à qual foi condenado.
Merece ficar com o estigma da condenação, sim. Mas, uma prisão domiciliar estaria de bom tamanho para ele. Não me agrada pensar que um velhinho esteja recebendo tratamento tão insensível e desumano no finzinho de sua vida.
"Mas, uma prisão domiciliar estaria de bom tamanho para ele. Não me agrada pensar que um velhinho esteja recebendo tratamento tão insensível e desumano no finzinho de sua vida."
a esquerda não quer nenhum corrupto preso...faz sentido
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