quarta-feira, 2 de agosto de 2017

O BLOG DO NÁUFRAGO CHEGA A 9 ANOS DE EXISTÊNCIA E 4 MIL POSTS PUBLICADOS. CONHEÇA O MAIS EMBLEMÁTICO.

Por Celso Lungaretti
Entre hoje (02/08) e amanhã, este Náufrago da Utopia estará completando 4 mil posts publicados; e no início da próxima semana (08/08), nove anos de existência.

Em meio a uma campanha pública de grande importância para o futuro do blog (e para meu próprio futuro, como criador e editor do Náufrago), não terei, desta vez, condições para produzir algo mais trabalhoso a respeito dos marcos atingidos.

Ainda assim, tem sido um projeto tocado com tanto carinho e esperança que algum registro era simplesmente obrigatório. Então, para complementá-lo à altura, pensei com meus botões: qual, dentre tantas postagens, seria a mais emblemática? 

Escolhi Cesare Battisti: da depressão à esperança. De um lado, por evocar a principal luta que o blog travou; de outro, por haver sido meu melhor momento como jornalista depois do encerramento da carreira profissional propriamente dita. Foi em maio de 2009, quando entrevistei o Cesare na penitenciária da Papuda sem consentimento de nenhuma autoridade .

Eu havia sido convidado pelo Comitê de Solidariedade a Cesare Battisti para acompanhar a audiência pública com o ex-ministro Tarso Genro, na Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, sobre o Caso Battisti. Aproveitando o ensejo, iria também visitar o Cesare.

O Sylvio Costa, diretor do aguerrido site Congresso em Foco, propôs que eu escrevesse sobre este nosso primeiro encontro, com ênfase no fato de Cesare e eu termos vários pontos de contato em nossas histórias de vida.
Papuda: presídio menos sinistro os dos anos de chumbo

Aceitei com entusiasmo, pensando, principalmente, na repercussão que obteríamos junto aos centros de decisão de Brasília, público-alvo do site.

Pouco antes, o Cesare dissera, numa mensagem a mim repassada pelos companheiros do comitê, que, mesmo havendo um oceano de distância e a diferença de uma década, nossas experiências tinham sido muito parecidas: "Alegrias e misérias, sonhos quebrados, decepções, mas o coração aguenta e os sentimentos se fortalecem, são mais claros".

E o encontro confirmou isto. Pessoalmente, Battisti se mostrou um sujeito afável e, sem sombra de dúvida, inofensivo. Conheci os homens de ferro da esquerda e logo deu para perceber claramente que nosso companheiro italiano não era um deles.

Nem eu. Se fosse sincero comigo mesmo, teria reconhecido que a luta armada não era para mim no exato instante em que, participando da equipe precursora para a instalação de uma escola de guerrilhas no Vale do Ribeira (SP), coloquei um animalzinho na minha mira e, vendo-o tão gracioso e inconsciente do perigo, não tive forças para apertar o gatilho.

"Nós sabemos: / o ódio contra a baixeza / também endurece os rostos! / A cólera contra a injustiça / faz a voz ficar rouca!", disse o grande Brecht. Mas, não é bem assim. Os humanistas estamos predispostos a sofrermos como vítimas, mas não a matarmos como os guerreiros.
Parlamentares foram convencer Battisti a cessar greve de fome 

Num filme recente sobre Nelson Mandela, atribui-se a ele esta resposta exemplar, a um interlocutor que lhe pergunta se seria capaz de  matar  por seus ideais: "Eu seria capaz de morrer por esses ideais".

Da mesma forma, Battisti e eu somos do tipo dos que morrem por suas causas. Demo-nos mal por iludirmos a nós mesmos, querendo acreditar que fôssemos também capazes de matar. Pagamos um preço alto por isso.

De resto, foi emocionante escrever novamente uma matéria jornalística tão complicada, depois de dois anos. A última havia sido aquela em que narrei minha visita à reitoria da USP ocupada pelos estudantes.

A orientação do Congresso em Foco foi de fazer não uma entrevista, mas relatar o encontro de dois personagens com trajetórias de vida similares. Fácil de falar, difícil de fazer.

Mais ainda tendo de levar em conta a rede de difamação da extrema-direita, que certamente me acusaria de cabotinismo (o que já vinha fazendo, aliás, para desqualificar minha atuação como porta-voz do comitê de solidariedade).

Então, tinha de colocar meus sentimentos na matéria, mas não a ponto de ofuscar o personagem principal.

Teria ficado mais apropriado, jornalisticamente, se um terceiro descrevesse o nosso encontro, mas não havia como viabilizar isso.
Box de uma longa reportagem da revista IstoÉ

Pensei até em narrar tudo na terceira pessoa, referindo-me a mim mesmo como Celso, mas conclui que soaria artificial.

Enfim, fiz o possível para sair-me bem da empreitada, tentando conciliar os três papéis que estava desempenhando simultaneamente: o de revolucionário solidário ao Cesare, o de porta-voz do Cesare Livre e o de jornalista.

Não dava para posar de repórter imparcial: eu já tomara partido há muito tempo. Então, só me restava deixar bem claro para os leitores (boa parte dos quais já deveria saber disto, aliás) que se tratava do relato de alguém engajado, não de um observador neutro.

Aliás, não existem observadores neutros. O que existem são jornalistas simulando uma isenção que verdadeiramente não têm.

Eu sempre preferi o jogo franco.
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CESARE BATTISTI: DA DEPRESSÃO À ESPERANÇA.
Estou à espera de que Cesare Battisti seja trazido a um escritório do Centro de Internamento e Reeducação Papuda, para que nós (vim com uma deputada e uma companheira do comitê de solidariedade) conversemos com ele numa mesa de canto, enquanto funcionários prosseguirão com seus afazeres de rotina, ao redor.
Meus sentimentos são contraditórios. Para começar, fiquei surpreso com as características pouco opressivas deste presídio-modelo. 

Em 1970/71, quando fui preso político da ditadura militar, estive em terríveis centros de tortura como os DOI-Codi's de SP e RJ, e o quartel da PE na Vila Militar (RJ); e, de passagem, fiquei conhecendo o Presídio Tiradentes e o Deops de SP, igualmente soturnos. Além de haver mais tarde visitado um amigo, preso comum que cumpria pena no Carandiru, captando tanta energia negativa no ar que em nada me surpreendeu, em 1992, o massacre dos 111 detentos, iniciado exatamente no Pavilhão 9 que impressão tão má me causara.

E, depois de escrever mais de 60 textos em defesa de Battisti nos últimos meses, acabando por me tornar porta-voz do  Cesare Livre, inquieta-me a possibilidade de não ter tanta empatia com o homem como tenho com sua causa. Várias vezes já me decepcionei ao travar contato com os famosos do noticiário.

Battisti não me reconhece de imediato, mas abre um largo sorriso quando somos apresentados. Abraçamo-nos, sem que nenhum segurança se preocupe com a possibilidade de eu lhe passar sorrateiramente algum contrabando. Decididamente, não o consideram perigoso.

Aparenta exatamente os 54 anos que tem. É loquaz, fala rapidamente e enfatiza suas palavras com gestos, como bom italiano. Na sua agitação, às vezes assume, de relance, poses meio caricatas.

Tendo atuado como jornalista profissional nos 34 anos seguintes à minha passagem pelos porões e prisões da ditadura, sei que uma série de fotos do Cesare, feitas por um profissional, invariavelmente conterá muitas que o tornarão simpático aos leitores, enquanto outras tantas vão lhe dar aparência esquisita, desagradável. Invariavelmente, são as segundas que a grande imprensa brasileira pinça para ilustrar as notícias sobre ele. Goebbels explica...
Cesare (esq.) quando estava preso na Itália

Olho no olho, percebo ser Cesare um homem pacato, do tipo não-faz-mal-nem-a-uma mosca. Nada do olhar de pedra dos verdadeiros assassinos, seja os que matam por dinheiro, seja os que o fazem em nome de causas (conheci exemplares dos dois universos). 

Pelo que valer, saí de lá convencido de que seria mesmo incapaz de haver cometido os três-assassinatos-que-eram-quatro a ele tardiamente imputados pela Justiça italiana.
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CRIMES SIMULTÂNEOS – É que, anos depois de condená-lo pelo que ele realmente fez (ter militado num grupúsculo de ultra-esquerda e participado de algumas das chamadas expropriações, sem que nelas fosse derramado sangue), a Itália o levou de volta ao tribunal, a partir unicamente do testemunho de delatores premiados: o que o acusou e os que foram incumbidos de corroborar a acusação. Sabendo como eram montados os processos brasileiros dos anos de chumbo, bastou-me ler esse material para sentir o cheiro inconfundível de armação...

Parece que os Torquemadas brasileiros tinham mais zelo na montagem de suas farsas. Duas ações armadas em que Cesare haveria apertado o gatilho ocorreram no mesmo dia, em localidades distantes, de forma que sua presença física em ambas era materialmente impossível. Então, os trapalhões italianos trataram de tapar o sol com a peneira, reescrevendo a acusação de forma que ele passasse a figurar apenas como autor intelectual de um dos crimes – o que não impede nossos jornalões e revistonas de continuarem até hoje atribuindo-lhe quatro homicídios, sem ressalvas.
Grupo Crítica Radical marcou presença em todos os julgamentos

Quando o refúgio humanitário que o ministro da Justiça Tarso Genro concedeu a Battisti foi publicado no Diário Oficial, em janeiro último, ele e todos nós começamos a preparar-nos para sua libertação. Até montamos esquemas de segurança para o Dia D, temerosos de algum atentado articulado pela extrema-direita italiana ou pelas viúvas da ditadura brasileira.

Dá para imaginar-se o impacto que lhe causou a estapafúrdia decisão do Supremo Tribunal Federal de mantê-lo preso, contra a lógica jurídica e o bom-senso dos leigos. Afinal, já se haviam passado quase dois anos desde que fora aprisionado no território brasileiro, a mando do STF, por crimes supostamente cometidos alhures.

Concedido o refúgio, que até então vinha sendo invariavelmente reconhecido pelo próprio Supremo como fator determinante do arquivamento de processos de extradição, era de esperar-se que, no mínimo, aguardasse em liberdade o cumprimento das últimas formalidades jurídicas.

Negativo. O STF manteve a prisão e até sinalizou que poderia neste caso adotar decisão diferente de todos que lhe foram anteriormente submetidos. De quebra, a Itália articulou uma das mais avassaladoras pressões a que uma decisão soberana do Executivo brasileiro foi submetida por governo estrangeiro, com o apoio explícito de boa parte da mídia brasileira.

Battisti mergulhou em profunda depressão, tendo de tomar medicamentos pesados, não conseguindo mais um sono repousante nem tendo paciência para ler seja lá o que fosse.
Gilmar Mendes tudo fez para que Cesare fosse extraditado

Então, fico comovido quando ele me confessa: ao receber meu livro Náufrago da Utopia, que lhe remeti pelo correio, obrigou-se a lê-lo, por considerar ser essa sua obrigação. Mas, a narrativa o prendeu tanto que acabou devorando-o e... retomando o gosto pela leitura. O bloqueio fora quebrado.

Fez-me lembrar meu próprio tempo de preso. Passado o pior período da tortura e incomunicabilidade, que para mim durou dois meses e meio, continuava com a mente turvada pelos traumas, misturando realidade e imaginação.

Mas, o companheiro da cela ao lado conseguiu que lhe trouxessem os livros existentes no quartel, pois, cardíaco, precisava de algo que o acalmasse. Reivindiquei e acabei obtendo o mesmo tratamento.

Foi a leitura dos chatíssimos manuais militares e relatos sobre Caxias, e depois dos volumes de Julio Verne (uma dádiva dos céus: sua obra completa estava pegando pó naquela biblioteca marcial!), que me devolveu a clareza de raciocínio.

Não esperava que, um dia, seria eu o Julio Verne de alguém. Nem mesmo quando o pessoal do comitê me enviou a mensagem de Battisti, com um parágrafo marcante:
"Acabo de ler seu livro. Um mergulho no passado, através das grades. Como tudo se parece! Alegrias e misérias, sonhos quebrados, decepções, mas o coração aguenta e os sentimentos se fortalecem, são mais claros. O sonho continua, são os meios para realizá-los que mudam".
Barroso, depois ministro, foi o advogado de Battisti no STF
Aos 58 anos, já não tenho confiança irrestrita no que dizem pessoas a quem, por um ou outro motivo, convém me agradar. Daí a satisfação que senti ao captar sinceridade em Battisti! Meu passado de repórter me faz acreditar, aí sim totalmente, na leitura que faço das expressões dos interlocutores.

Outro motivo para eu citar esta frase é o de que as entrevistas com Battisti estão proibidas na  Papuda, então sou obrigado a reconstituir nossa conversa pelas anotações que fiz precariamente (para não dar muito na vista) e pelo que retive na memória. Então, o parágrafo acima, pelo menos, é algo inteiramente dele, para dar uma ideia de como se expressa.
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MOTIVOS DA PERSEGUIÇÃO – Passemos à sua visão sobre a via crucis que percorre desde a prisão na Itália em 1979, passando por exílios no México, França e Brasil, afora os países que atravessou na fuga (Espanha, Portugal, Ilha da Madeira, Ilhas Canárias). Vou reproduzir, entre aspas, as frases de Battisti que consegui anotar, transmitindo o restante com minhas palavras, mas seguindo sua linha de raciocínio.

"Eu não sou ninguém, sou só um instrumento para a luta contra o que representou 1968 na história da humanidade", diz ele, aludindo à pouca importância que teve durante a militância. Seu grupo, os Proletários Armados para o Comunismo, estava a anos-luz de distância das poderosas Brigadas Vermelhas, p. ex., não passando de mais um dentre os aproximadamente 500 agrupamentos de ultraesquerda na Itália dos anos de chumbo.
1968: manifestação estudantil na Itália.

Por que passou depois a sofrer perseguição tão encarniçada? Porque "1968 ainda não acabou", deixando sementes que continuam a inspirar projetos de mudança, alternativas ao capitalismo globalizado que aí está. Então, as forças reacionárias querem desacreditar esse legado, “caracterizando 1968 como um movimento criminoso”.

Atirar Battisti numa masmorra italiana teria, portanto, alto valor simbólico: “Eu represento a criminalização do pós-1968”.

E como se explica o fato de que muitos dos que querem ver Cesare extraditado sejam antigos comunistas, como o presidente Giorgio Napolitano? “Nosso enfrentamento nas fábricas era contra o sindicalismo do PCI, não contra a democracia cristã.” Antes de pegarem em armas, os grupos de ultra-esquerda já tinham como inimigos diretos os comunistas italianos, que tentavam de todas as formas evitar o crescimento da influência dos autônomos.

Estes adquiriam cada vez peso, conseguiam colocar “mil pessoas na rua de um dia para outro”, enquanto os comunistas não empolgavam mais os trabalhadores jovens. “Houve um episódio muito noticiado na época, em que o PCI convocou um congresso para reagir à ascensão dos autônomos nas fábricas, mas seus representantes acabaram sendo escorraçados.”

Então, quando parte desses autônomos pegaram em armas contra os atentados direitistas e contra a aliança histórica entre o comunismo e a democracia-cristã, tiveram pela frente, como principais repressores, os próprios comunistas. Por conta da experiência acumulada na luta contra Mussolini, "o PCI é que tinha experiência de guerrilha, não a democracia-cristã; foi nosso inimigo nº 1".
O PCI acabaria se aliando à corrupta democracia-cristã
É para evitar que seja trazido à tona o papel histórico deplorável do PCI durante as décadas de 1970 e 1980 que antigos comunistas desenvolvem tamanho esforço para encarcerar quem conquistou prestígio literário. “Poucos têm credibilidade para falar nisso em nível internacional. Quando eu me tornei escritor, virei uma ameaça.”

Neste sentido, um dos nomes mais emblemáticos dos excessos cometidos pela Itália durante a repressão aos ultras, o subprocurador Armando Spataro, é quem municia Walter Maierovitch com as informações (extraídas de inquéritos e processos) que este repassa em sua coluna da CartaCapital. "É um torturador documentado. Quantos morreram por causa dele, executados nas ruas! Ele é quem deveria ir preso, da mesma forma como os torturadores da Argentina estão sendo presos agora!"
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SOLIDARIEDADE FINANCEIRA DOS AMIGOS – A companheira que me acompanhou na visita garantiu que Cesare estava bem mais animado quando saímos. Sem ter parâmetros para julgar, também tive a impressão de que seus passos eram mais leves na despedida, quase como quem quisesse dançar.

Faz sentido. Transmiti-lhe a avaliação de que tudo converge para o arquivamento do processo de extradição, sem análise de mérito, no julgamento que o STF deverá marcar para junho.
Libertação do Cesare ainda demoraria 2 anos

Como ele sabe que já participei de várias cruzadas semelhantes, deve ter levado a sério meu prognóstico. Tanto que, meio relutante a princípio, acabou revelando o que fará quando reconquistar a liberdade.

Viverá de e para a literatura. "Mesmo porque estou precisando muito de recursos, desde 2004, por causa das perseguições, não consigo ganhar a vida trabalhando. Hoje estou vivendo da solidariedade dos amigos."

Neste sentido, pretende morar no Rio de Janeiro ou São Paulo, "que é onde as editoras estão". Quer atuar na divulgação dos seus livros, pois, deixados ao léu, sem empenho do autor, "não acontece nada".

Convidará sua filha mais velha, Valentina, para vir morar com ele no Brasil, mesmo porque ela é biogeneticista e aqui encontrará bom campo para seu trabalho.

Quanto à outra filha, de 14 anos, "é melhor que, por enquanto, continue morando com a mãe".

De resto, o fim da depressão veio acompanhado por uma trégua que a hepatite B concedeu a Cesare: "Nos últimos dois meses ela me deixou em paz...".
O livro seria lançado em 2012

E, aliviado com a liberação, por ordem judicial, do livro cuja única cópia estava na memória do computador apreendido pela Polícia Federal, Battisti trata agora de escrever os dois capítulos que faltam. Seu título: Ao pé do muro.

Trata-se do segundo volume da trilogia sobre suas andanças e desventuras desde que lhe cancelaram o asilo político na França, entremeadas por lembranças da militância.

O já lançado Minha Fuga Sem Fim aborda, exatamente, a atuação (muitas vezes escusa) do lobby italiano junto aos políticos, a Justiça e a mídia franceses, no sentido de que fosse desconsiderada no seu caso a legislação de forte conteúdo humanístico do tempo de François Mitterrand.

O terceiro também já tem nome: Ser Bambu, aludindo à flexibilidade do caniço, como símbolo do jogo-de-cintura necessário para quem enfrenta adversidades como as de Cesare.

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