domingo, 18 de dezembro de 2016

¿POR QUÉ NO TE CALLAS, FELIPÃO?

É simplesmente repulsiva a entrevista que o ex-técnico Luiz Felipe Scolari deu ao site Chuteira FC. Títulos conquistados no insignificante futebol chinês lhe devolveram a antiga arrogância. 

Ao invés de estar pedindo até hoje humildes desculpas aos brasileiros pelo terrível vexame a que conduziu nossa seleção no Mundial disputado em casa, teve a cara de pau de afirmar:
"O mínimo que eu posso dizer aos que querem me culpar é que, se sou o culpado pela derrota de 2014, então sou o único responsável pela vitória de 2002. Eu pergunto: quem é o último campeão do mundo com o Brasil? Sou eu. Então, se perdi sozinho a Copa de 2014, ganhei sozinho a Copa de 2002".
Quem entende o mínimo que seja de futebol, sabe muito bem que o Brasil foi campeão em 2002 não por causa do Felipão, mas apesar dele. Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e Ronaldo Fenômeno é que decidiram tudo, no campo. 

E, como as outras seleções de ponta estavam numa fase de entressafra, bastaram estes três foras de série, mais os talentosos Marcos, Cafu e Roberto Carlos, para nosso escrete sair vitorioso. 

Quanto ao técnico, não foi brilhante nem decidiu jogo nenhum graças a grandes vislumbres estratégicos ou táticos; apenas pragmático. Acabou protagonizando o canto do cisne dos treinadores com mentalidade de boleiros, que logo em seguida seriam varridos de cena pela revolução catalã, só sobrevivendo em centros menores... como a China. 

Scolari praticamente se aposentara depois de colocar o Palmeiras no rumo da 2ª divisão do Campeonato Brasileiro, mas foi exumado pelo igualmente jurássico José Maria Marin. 

Sua campanha no Mundial foi das mais discretas, empatando com o México (0x0) na 1ª fase e com o Chile nas oitavas de final (1x1 no tempo normal e 0x0 na prorrogação, salvando-se na bacia dos almas, ou seja, na loteria dos pênaltis). As vitórias foram sobre a Croácia, Camarões e Colômbia.

A história real foi, portanto, bem diferente da enganação filipônica:
"O resultado do nosso trabalho não vinha sendo ruim. Estava bem feito. Naquele jogo deu errado. Os alemães foram felizes e nós, não".
O fcerto é que, quando finalmente enfrentou uma força do futebol mundial, Felipão tremeu. Contra a opinião de toda a Comissão Técnica, enfraqueceu o meio de campo... por ter sonhado na véspera que Bernard conduziria o Brasil à vitória!

A Alemanha tinha um selecionado melhor e mais ajustado, além de um técnico contemporâneo de sua época ao invés de uma relíquia do passado. Mesmo assim, como a Argentina em seguida provou, não era nenhuma máquina de jogar bola, a ponto de infringir-nos a maior goleada que sofremos em mais de 100 anos de existência do escrete canarinho. 

Foram os imensos espaços desguarnecidos na nossa intermediária, onde os alemães puderam trocar bolas à vontade e organizar seus ataques sem serem incomodados, que fizeram a diferença.

A derrota era previsível, mas o chocolate vexaminoso se deveu unica e exclusivamente à insensatez do Felipão, que preferiu a superstição à lógica. 

E, quer queira, quer não, ele será sempre mais lembrado pelo fracasso retumbante de 2014 (culpa sua) do que pelo sucesso de 2002 (mérito coletivo). O povo não é bobo.
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