O presidente Michel Temer está sendo festejado pela imprensa canalha como o grande vitorioso do episódio da salvação de um peculatário útil à custa da degradação dos Poderes republicanos: ele teria articulado nos bastidores, com o apoio de senadores servis e de servis ministros do Supremo, o mostrengo jurídico que deu ao recordista de processos alguma sobrevida como presidente do Senado, só que oficial e vexaminosamente excluído da linha sucessória da Presidência da República.
Como parte do troca-troca, o dito sujo (ôps, quer dizer, cujo), por sua vez, prometeu ser um bom menino: não vai mais enfiar o dedo no olho da deusa Têmis, símbolo da Justiça...
Fez lembrar o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Marco Polo Del Nero, que cumpre mal e porcamente seu papel aqui dentro mas recusa todos os convites para representar a CBF lá fora, pois teme ser preso como corrupto pelo FBI assim que transpuser nossas fronteiras. Ou seja, fez da patriamada seu valhacouto.
É chocante o impudor com que tanta gente aceita como coisa normal a manutenção em tão alto cargo de um cidadão clamorosamente indigno de o exercer, apenas para que ele possa colocar tal ou qual projeto em votação! Enquanto for útil para os poderosos, teremos de o engolir.
Caso o problema seja recuperar nossa economia, podem-se também poupar muitos recursos dissolvendo-se o Legislativo e o Judiciário, já que, em momentos decisivos, ambos se prostram da forma mais abjeta à vontade do Executivo.
Se as decisões agora serão tomadas única e tão somente segundo critérios utilitários, poderíamos voltar a ter apenas um Poder de verdade, o Executivo, como nos nefandos tempos da ditadura militar.
Mas, eu ainda prefiro outra solução, diametralmente oposta: que os membros do Legislativo e do Judiciário tomem vergonha na cara e deixem de se comportar como miquinhos amestrados do Executivo.
Sou um eterno otimista.
Sou um eterno otimista.
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