quarta-feira, 19 de outubro de 2016

O MELHOR QUE BOB DYLAN TEM A FAZER É NÃO COONESTAR A FARSA DO NOBEL

Considero geniais algumas letras de canções de Bob Dylan (Forever young, Hurricane, I shall be released, Knockin' on heaven's doorLike a rolling stone), mas não chegam nem perto das obras-primas da poesia ela mesma, como À espera dos bárbaros (Konstantinos Kaváfis), Balada (Mário Faustino), Guantanamera (Jose Marti), Os homens ocos (T. S. Eliot)  e Romance sonâmbulo (Garcia Lorca).

Considero que, se fosse para igualarmos letristas de rock a poetas, Jim Morrison, Leonard Cohen e Paul Simon mereceriam ter sido premiados antes dele

Considero ridículas as justificativas fajutas para outorgar-lhe o Nobel de Literatura. O motivo verdadeiro: obter espaço na mídia para um prêmio que só a poucos e chatos continuava interessando. Ou seja, tudo não passou de um lance de marketing.

Mas, se Dylan continuar ignorando olimpicamente a premiação e batendo com o telefone na cara dos espertinhos da Academia Sueca que tentam arrastá-lo para o oba-oba, aí sim fará por merecer o respeito dos melhores seres humanos. 

E será meu candidato para o Prêmio Muhammad Ali de Coerência Ideológica, juntamente com:  
  • Tommie Smith e John Carlos, os atletas negros dos EUA que ergueram os punhos para o alto, fazendo a saudação do Poder Negro no pódio da Olimpíada de 1968; 
  • Marlon Brando, que não só recusou o Oscar por O poderoso chefão, como enviou à festa, para representá-lo, uma ativista da causa indígena; 
  • George C. Scott, que preferiu ficar em casa assistindo a uma partida de hóquei do que ir buscar seu Oscar por Patton, rebelde ou herói?
  • e o futebolista alemão Wilhelm Simetsreiter, que não deu a mínima para a presença de Adolf Hitler no vestiário antes da partida contra a Noruega nas Olimpíadas de Munique, ficando um tempão a amarrar suas chuteiras, enquanto os colegas, atônitos, administravam como podiam a saia justa.

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