Entrada de leão... |
Após a abertura oficial dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, só se ouvia falar da grandiosidade do espetáculo. De fato, foi de um brilhantismo incontestável.
Empolgados por definição, muitos brasileiros perceberam que a autoestima da Nação estava nas nuvens. A festa foi esplêndida. A partir daí, como sempre, têm sido apenas derrotas e justificativas.
Como legado ficará somente a cerimônia de abertura e, talvez, a de encerramento, para os estrangeiros aproveitarem.
Pelo desempenho até agora, quando terminar a competição, o Brasil terá sido o país-sede com menos medalhas conquistadas na História.
Todos têm suas culpas pelo desempenho pífio em esportes e quaisquer competições internacionais. Pode ser por falta de investimento dos governos e da iniciativa privada, mas isso justifica em parte.
Outro motivo seria um componente emocional que acomete de maneira prejudicial os nossos atletas, mas parece que é este mesmo requisito que leva os nossos adversários às vitórias.
Para os atuais Jogos Olímpicos, p. ex., não se ouviu falar em nenhum projeto do governo federal, nem dos governadores, muito menos de prefeitos, com vista a incentivar a iniciação esportiva comum. Muito menos se tem conhecimento da criação de algum centro de formação de atletas de alto rendimento.
O primeiro serviria para a descoberta de eventuais atletas olímpicos. Sabe-se que, para o surgimento de um atleta comum, é preciso de uma filtragem dentre milhares de praticantes comuns. No Brasil faltam ambos.
Para vender ilusão, a imprensa cria falsos favoritos, sem nenhuma condição real de vitória. Enquanto isto ocorre, os responsáveis pelo esporte aumentam a quantidade de atletas participantes.
Como se não bastasse, outro equívoco recorrente é atribuir as derrotas às fatalidades, à sorte, aos poderes místicos. Como disse o escritor Lair Ribeiro, “sorte é o encontro da preparação com a oportunidade”. Não nos preparamos adequadamente, com praças esportivas apropriadas, nem com atletas capazes de terem bom desempenho, e justificamos os resultados negativos com mentiras, em vez de reconhecermos a nossa preparação insuficiente e a superioridade dos adversários.
Os atletas brasileiros deslumbram-se com poucas conquistas facilmente. Por conta disto, jamais teremos um Michael Phelps. Só para ficarmos num exemplo, diante de mais um fracasso de uma atleta brasileira nas Olimpíadas de 2004, o comentarista atribuiu a derrota à imaturidade dela, por ter só 19 anos. Uma veterana de 13 anos foi a ganhadora da medalha de ouro...
No futebol, o Brasil poderia ter a mesma quantidade de medalhas de ouro que os Estados Unidos têm no basquete, caso.fosse verídica nossa tão propalada superioridade mundial no futebol.
Coincidentemente, logo após os jogos serão eleitos ou reeleitos 5.568 prefeitos. Seria um bom início se cada um começasse a investir no esporte, como o fez o prefeito de minha cidade natal, Nova Soure/BA, ao realizar os Jogos Escolares em quase todos os anos dos seus dois mandatos.
Muito mais pode ser feito com iniciativa, improviso e responsabilidade administrativa. Os resultados positivos viriam a longo prazo, mas o desempenho já seria bem melhor nos Jogos Olímpicos seguintes.
Por enquanto, como não se consegue sair deste ciclo vicioso de derrotas e desculpas que já dura 120 anos, resta-nos torcer para que os deuses não deixem Michael Phelps, sozinho, nos superar na quantidade de medalhas de ouro obtidas em Olimpíadas. (por Pedro Cardoso da Costa)
Como legado ficará somente a cerimônia de abertura e, talvez, a de encerramento, para os estrangeiros aproveitarem.
Pelo desempenho até agora, quando terminar a competição, o Brasil terá sido o país-sede com menos medalhas conquistadas na História.
Todos têm suas culpas pelo desempenho pífio em esportes e quaisquer competições internacionais. Pode ser por falta de investimento dos governos e da iniciativa privada, mas isso justifica em parte.
...e saída de chorão. |
Outro motivo seria um componente emocional que acomete de maneira prejudicial os nossos atletas, mas parece que é este mesmo requisito que leva os nossos adversários às vitórias.
Para os atuais Jogos Olímpicos, p. ex., não se ouviu falar em nenhum projeto do governo federal, nem dos governadores, muito menos de prefeitos, com vista a incentivar a iniciação esportiva comum. Muito menos se tem conhecimento da criação de algum centro de formação de atletas de alto rendimento.
O primeiro serviria para a descoberta de eventuais atletas olímpicos. Sabe-se que, para o surgimento de um atleta comum, é preciso de uma filtragem dentre milhares de praticantes comuns. No Brasil faltam ambos.
Para vender ilusão, a imprensa cria falsos favoritos, sem nenhuma condição real de vitória. Enquanto isto ocorre, os responsáveis pelo esporte aumentam a quantidade de atletas participantes.
Como se não bastasse, outro equívoco recorrente é atribuir as derrotas às fatalidades, à sorte, aos poderes místicos. Como disse o escritor Lair Ribeiro, “sorte é o encontro da preparação com a oportunidade”. Não nos preparamos adequadamente, com praças esportivas apropriadas, nem com atletas capazes de terem bom desempenho, e justificamos os resultados negativos com mentiras, em vez de reconhecermos a nossa preparação insuficiente e a superioridade dos adversários.
Rafaela Silva, a que lavou a nossa alma. |
No futebol, o Brasil poderia ter a mesma quantidade de medalhas de ouro que os Estados Unidos têm no basquete, caso.fosse verídica nossa tão propalada superioridade mundial no futebol.
Coincidentemente, logo após os jogos serão eleitos ou reeleitos 5.568 prefeitos. Seria um bom início se cada um começasse a investir no esporte, como o fez o prefeito de minha cidade natal, Nova Soure/BA, ao realizar os Jogos Escolares em quase todos os anos dos seus dois mandatos.
Muito mais pode ser feito com iniciativa, improviso e responsabilidade administrativa. Os resultados positivos viriam a longo prazo, mas o desempenho já seria bem melhor nos Jogos Olímpicos seguintes.
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