Clóvis Rossi: ovo da serpente. |
Articulistas do porte de Demétrio Magnoli e Clóvis Rossi dificilmente recebem alguma informação prévia sobre o que o outro acaba de escrever. Então, a publicação simultânea de dois artigos tão assemelhados quanto o de Magnoli (Brexit, o fim do mundo) e o de Rossi (Incubando o ovo da serpente) indica apenas que, para os analistas mais sensíveis, é realmente assustadora a possibilidade de, paralelamente, o Reino Unido sair da União Européia e Donald Trump se tornar o próximo presidente dos EUA.
A perspectiva também me causou calafrios, daí ter escrito uma complementação do texto do Magnoli que, pelo ângulo dos precedentes históricos, reforça o alerta de que algo muito ruim pode estar se desenhando para o futuro imediato.
Eis os trechos finais do artigo de Rossi, que começa atribuindo aos ultradireitistas a responsabilidade pelo brutal assassinato da deputada Jo Cox, tenham ou não estado diretamente envolvidos no atentado (a paternidade moral é indiscutível, restando apenas apurar se houve algo além disto):
Jo Cox, a primeira baixa. Quantas ainda virão? |
"...os defensores originais do Brexit foram os líderes do Partido pela Independência do Reino Unido, de extrema-direita, xenófobos e sempre prontos a gritar Britain first!.
Ou seja, injetam há tempos o veneno que acabou impregnando a mente do assassino de Jo Cox.
Se fosse só no Reino Unido, já seria terrível, pelo imenso acervo cultural e civilizatório do país. Mas é preciso levar na devida conta que o discurso sobre política externa de Donald Trump, virtual candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, tinha como mote exatamente America first!.
Some-se a esse slogan de forte eco nazistoide a pregação de Trump contra os imigrantes, em especial os mexicanos e os muçulmanos, e se está incubando o ovo da serpente".
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