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| "Nasce um trouxa a cada minuto" |
Leiam o que dizem aqueles sites e articulistas até há pouco tempo favorecidos por patrocínios astronômicos das estatais vinculadas à União. Você ficará com a impressão de que a volta de Dilma Rousseff ao poder é iminente.
Leiam as avaliações praticamente unânimes dos analistas perspicazes. Você ficará sabendo que Dilma saiu de uma vez e, para usar uma expressão do agrado dela, não será reempossada nem que a vaca tussa.
Então, por que as redes petistas martelam sem parar tal lorota e tantos na internet a repetem como papagaios? Fico suspeitando que o empresário circense P. T. Barnum (saiba mais sobre ele aqui) tinha toda razão ao dizer que "nasce um trouxa a cada minuto"...
Quanto às motivações dos farsantes, a minha hipótese favorita é a de que o PT cometeu erros catastróficos e teme que haja um processo de crítica e autocrítica tão radical quanto o ocorrido depois da rendição sem luta de 1964, quando as forças do PCB se diluíram por várias agremiações e sua hegemonia foi definitivamente para o espaço.
Então, enquanto os crédulos continuarem acreditando que a Dilma vá tirar o bilhete premiado quando da votação definitiva do impeachment no Senado, não se começará a fazer o que mais tem de ser feito neste momento: discutir aprofundadamente os erros cometidos, o que deve ser mudado na atuação da esquerda doravante e quais os dirigentes que ainda reúnem condições morais continuarem integrando o nosso campo.
Esta divagação me ocorreu a partir de uma notícia secundária que a edição dominical da Folha de S. Paulo publica sobre as avaliações privadas dos grãos petistas.
Faço a ressalva de que as conclusões da repórter Cátia Seabra se assentam sobre o que os ditos cujos lhe teriam declarado em off (ou seja, com o compromisso de que seus nomes não fossem citados), então é difícil tirarmos a limpo se eles realmente disseram isso ou não.
Como jornalista experiente, eu apostaria que sim. As mentiras e/ou meia-verdades são reservadas para textos bem mais importantes na escala dos interesses econômicos e políticos que condicionam a atuação do jornal. O que recebe pouco destaque geralmente foi trabalho efetuado com profissionalismo, sem distorções manipulatórias.
Eis os trechos principais da notícia PT acha que delação de Machado pode forçar eleição, mas não ajuda Dilma:
"...Para integrantes da cúpula do PT ouvidos pela Folha, a delação de Machado não reverterá a tendência dos senadores de aprovação do impeachment no Congresso.
...uma nova etapa da Operação Lava Jato –a partir do acordo de delação de Machado– pode inviabilizar a permanência de Temer na Presidência, mas não deve levar Dilma de volta ao cargo.
Ainda segundo petistas, o teor das acusações do ex-presidente da Transpetro não beneficiará o partido nem atenuará seu desgaste.
Esses dirigentes apostam na queda de Temer seguida de uma eleição indireta. Essa votação seria conduzida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, caso prosperem as acusações de Machado contra o presidente do Senado, Renan Calheiros...
No PT, há também quem acredite em um movimento suprapartidário para a realização de novas eleições em 2017.
Hoje, para o comando do PT, não há sinais de que um petista seria eleito presidente em tão curto prazo".
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