sábado, 9 de janeiro de 2016

PODEMOS, SIM, NEGAR AS RELIGIÕES! PODEMOS, SIM, ZOMBAR DAS RELIGIÕES!

DO DIREITO DE DEBOCHAR

"Um ano depois: o assassino continua solto." Foi com esses dizeres acompanhados de uma charge de Deus com uma submetralhadora às costas e as vestes ensanguentadas que o semanário satírico francês Charlie Hebdo fez sua edição de homenagem aos mortos no atentado contra o periódico. Religiosos não gostaram, e o sempre combativo Vaticano classificou a capa do Charlie como lamentável e desrespeitosa a todas as religiões.

Não pretendo discutir aqui se Deus é responsável pelos atentados cometidos em seu nome. Para chegar a uma conclusão definitiva, seria necessário antes de tudo definir se o tal do Criador de fato existe, o que exigiria mais do que minhas parcas 56 linhas. Contento-me, portanto, com uma questão menos ambiciosa cuja resposta é, pelo menos para mim, cristalina: pode o Charlie ou qualquer outra entidade ou pessoa zombar da religião dos outros?

Não hesito nem por um instante em afirmar que uma das maiores virtudes das democracias liberais é assegurar que todas as ideias estejam abertas a escrutínio, incluindo formas menos nobres de crítica como o deboche.

Numa democracia liberal, nenhuma ideia, nem mesmo a de democracia liberal, é tão sagrada que não possa ser discutida e eventualmente atacada, desde que a investida fique restrita ao plano intelectual.

Democracias liberais não agem assim por ser moralmente superiores a outras formas de governo, mas porque é prático. Um dos maiores defeitos de fabricação do ser humano, especialmente quando anda em grupos, é levar muito a sério suas ideias. Ao assegurar que tudo possa ser criticado, as democracias criam um mecanismo de autocorreção que, com um pouco de sorte, permite que a sociedade identifique e rejeite as más ideias que circulam por aí.

Um bom exemplo é a noção de que devemos obediência a autoridades religiosas, devaneio que já foi oportunamente rejeitado pelo Ocidente.

5 comentários:

Tadeu Bahia disse...

Devemos asugurar a todos à LIBERDADE DE PENSAR!

Tadeu Bahia disse...

...assegurar, quis dizer!

Artur Ramos disse...

Então, Tadeu, só isso é sua manifestação? Isto é uma redundância para quem se posta no Facebook como Presidente na Empresa Tribunal de Justiça.

Gostaria de saber qual sua opinião, como maçon [assim afirma no Face]sobre a situação atual no país.

Ou o grão mestre de sua loja o proibe de emitir opiniões políticas como fazem a maioria das lojas maçônicas no Brasil.

Tadeu Bahia disse...

Caríssimo Artur Ramos, redundância ou não é esta a minha manifestação. Sou independente de quaisquer Grãossam Mestres ou quaisquer autoridades que sejam. Sou independente em todos os sentidos para não ser submisso a absolutamente NADA! Emitir modestamente opinião, como qualquer cidadão. Não crie polêmicas pois de mim não terá retorno mais nenhum. E repito: VIVA A LIBERDADE DE PENSAR!

Artur Ramos disse...

Tadeu, que opinião você emitiu? Seria mesmo dizer que a todos baianos deve ser assegurado o direito de comer acarajé.

Sua manifestação não lhe comprometeu em nada. Não estamos numa ditadura sanguinária onde uma declaração como a sua traria problemas.

No entanto, sua resposta satisfaz-me, confirma o que disse sobre omissão de opiniões.

Aproveito para informar aos eleitores desse blog guerreiro que uma coisa que me espanta é não haver reportagens,artigos, trabalhos acadêmicos, sobre a influência política dos maçons nas cidades desse imenso país, principalmente nas pequenas e médias.

Acredito que seja por medo de represálias

Como a maioria dos componentes da confraria são da mesma indigência intelectual dos novos evangélicos [muitas vezes menos , pois os evangélicos leem o Velho Testamento que em muitos dos seus livros é um compêndio de filosofia de vida], formam com estes últimos os maiores detratores da esquerda.

Preocupam-se tão somente fazer campanhas caritativas inócuas perante a desigualdade social. Tudo para purgarem suas consciências de refestelados burgueses.

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