quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

VICTOR LULENSTEIN OPTOU POR DESTRUIR SUA CRIATURA IMPERFEITA

A facção dilmista tudo fez para que o PT salvasse Eduardo Cunha no Conselho de Ética, pois este era o preço a ser pago para que o dito cujo não tocasse adiante o impeachment presidencial.

A facção lulista tudo fez para que o PT detonasse Cunha, com a consequência óbvia.

Qual a lógica?

Quanto maior for a duração da agonia de Dilma, mais se acentuará a desmoralização do partido, pulverizando as chances de Lula na eleição de 2018.

Se ela cair depressa haverá uma mexida no quadro e, caso o novo governante fracasse, é bem possível que Lula volte daqui a três anos nos braços do povo, erigido em salvador da Pátria.

Então, como na novela célebre de Mary Shelley e no filme ora em cartaz, Victor Frankenstein (ou seria Lulenstein?) optou por destruir sua criatura imperfeita.

A SEQUELA DO ESTELIONATO ELEITORAL: 
O BRASIL ESTÁ INGOVERNÁVEL HÁ 11 MESES.

Não sendo jurista, prefiro me manifestar sempre em consonância com o espírito de Justiça, que Platão dizia ser inerente ao ser humano.

Desde que Dilma Rousseff foi reeleita por pequena margem –38,16% dos eleitores votaram nela, 35,74% em Aécio Neves e 26,10% (abstenções, brancos e nulos) não se animaram a votar em ninguém–, considero sua vitória ilegítima.

O motivo, claro, é o clamoroso estelionato eleitoral. Quantos dos seus 54.501.117 eleitores a teriam escolhido se soubessem que, assim agindo, não estariam escapando do aperto de cinto e das vacas magras? 

A propaganda enganosa petista foi muito eficiente em convencer os incautos de que os adversários abririam as portas do inferno enquanto Dilma botaria pra correr os demônios da ganância. 

Mas, quando ela empossou um neoliberal como ministro da Fazenda, autorizando-o a socar goela dos brasileiros adentro um ajuste recessivo, os perfumes caros de Dilma não conseguiram mais encobrir o odor de enxofre: nem o mais crédulo dos otários é capaz de acreditar que ela só decidiu dar tal guinada de 180º após o 5 de outubro, dia do 2º turno. 

É repulsivo que, em 2014, se tenha cometido tamanha vigarice com o eleitorado, como se o relógio da História houvesse voltado a 1945, quando uma frase deturpada do brigadeiro Eduardo Gomes (ele jamais afirmou que não precisava do voto dos marmiteiros) foi espalhada pelo País inteiro, tendo considerável peso na vitória do general Eurico Gaspar Dutra.

Ao longo dos 11 meses deste desastroso 2º mandato de Dilma foram intensas as pressões da facção lulista e de quase toda a esquerda, no sentido de que ela exonerasse Joaquim Levy e passasse a governar de acordo com as bandeiras históricas do partido; mas encontraram sempre ouvidos moucos. Quem faz a cabeça dela é Luís Carlos Trabuco, o presidente do Bradesco, que nos momentos cruciais aconselha Dilma a continuar arrastando o Brasil para o inferno, de braços dados com o trapalhão Levy.

Então, como ela teimosamente resiste a cumprir as promessas de campanha e isto já gerou a pior recessão brasileira em décadas, com tendência a agravar-se cada vez mais, o processo de impeachment é muito bem-vindo: ou vai fazer com que seja um presidente de direita a governar segundo o ideário da direita, deixando de confundir os brasileiros e de destruir a esquerda, ou forçará Dilma a uma correção de rumo indispensável para salvar seu mandato.

Quanto ao impeachment ter ou não embasamento legal, é paradoxal que o hiper-estelionato eleitoral por ela cometido não constitua motivo suficiente para seu impedimento, mas um mini-estelionato talvez preencha os requisitos constitucionais: trata-se das pedaladas fiscais, que também serviram para iludir o eleitorado, pois a maquilagem das contas públicas impediu que seu descontrole servisse de munição de campanha para os adversários.

Mas, isto é uma discussão para juristas, e a experiência histórica nos ensina que impeachment é uma decisão eminentemente política tanto que a justificativa alegada para o de Fernando Collor acabou não subsistindo no Supremo Tribunal Federal, que, contudo, só a rechaçou quando a perda do mandato já era fato consumado e superado.

9 comentários:

Anônimo disse...

Definitivamente você surtou de vez Lungaretti. Não escreva nada sem antes tomar seu remedinho tarja preta...

Valmir disse...

Não é impressionante que essa gente não tenha percebido que se perdessem as eleições no ano passado eles praticamente ganhavam na loteria???
É Aécio teria de fazer tudo que Dilma faz e mais um pouco, o país iria pro buraco do mesmíssimo jeito pq tudo já estava engatilhado pelo mandato anterior, a bomba já estava armada..a desgraceira toda seria debitada ao Aécio e Lula voltava triunfante para "salvar" a pátria de novo em 2018. Mas ninguém perder os cargos de confiança né?
os esquemas milionários não podem ser expostos assim, a um novo governo...não que eles fossem fazer algo a respeito, mas os ganhos iriam para seus bolsos e não dos que estão puxando os cordões atualmente. Enfim vai ser bom de todo modo: o PT acaba, mais uma farsa se desmonta e pode ser que os brasileiros deixem, ao menos um pouquinho, de ser as crianças tolas que são. Quer dizer, mais ou menos inocentes, pq o que são mesmo é uma espécie de Bebe De Rosemary pre adolescente; levianos, burros, inconsequentes e tremendamente perversos.

celsolungaretti disse...

Valmir,

modéstia à parte, cansei de alertar que, se o PT não estivesse disposto a resistir à exigência de ajuste fiscal que os grandes capitalista faziam, era melhor deixar tal tarefa para outro presidente qualquer. O que não pode é um governo de esquerda adotar o ideário econômico da direita.

Sabe no que me baseava? No governo João Goulart.

No 25º aniversário do golpe, escrevi uma série de reportagens para a Agência Estado sobre os acontecimentos que culminaram na queda do Jango. Então, lembrava muito bem como ele tentara sair da crise recorrendo a políticas econômicas de direita, mas o PCB e o Brizola as inviabilizaram, puxando o tapete dos ministros e do próprio Jango. Não era preciso ser nenhum gênio para prever que isto se repetiria.

Abs.

Valmir disse...

Agora vai ser essa cantilena de impeachment até ninguém mais aguentar: e todos que tem juízo sabem o que vai acontecer: nada; ou melhor, a presidente vai ficar em seu posto até o ultimo dia de seu mandato; deputados e senadores vão receber muitos mensalões por isso pq "all is only bussiness as usual", ou em bom português: chantagem..e quase todos vão ficar muito felizes...como sempre.

william orth disse...

Caro Celso,quem tomou tarja preta é o Anônimo. Valmir, que planeta você vive. FHC colocou este país no eixo (não gosto dele nem do PSDB nem de nenhum deles mas é sofrivel), Lula pegou o carro arrumado além de uma situação mundial "satisfatória". No segundo mandato e no tempo Dilmista a vaca foi para o brejo. Estado corrupto e ineficiente. Qual país do mundo sobrevive com este tamanho de gordura? Enquanto o mundo se recupera da crise de 2008 nosso brasil afunda. A pressão popular vai dizer se Dilma fica ou sai. Abraço.

Valmir disse...

Não tem nenhuma pressão popular Bill Orth..ninguém liga para o que povo quer ou deixa de querer...como bem disse o outro grande, Collor de Mello, não existe opinião publica mas opinião publicada (ele é do ramo né?) então tudo vai se passar exatamente como sempre, como funciona no congresso nacional, nas assembleias estaduais, nas câmaras estaduais: deputados e vereadores inventam umas confusões (não que não existam motivos, como no caso do governo federal, mas ninguém está interessado nisso) o chefe do executivo - através de seu operador financeiro - paga, como sempre, e tudo fica por isso mesmo. O Collor coitado, não era um profissional, era só um gangster comum... não tinha um grande partido por trás e assustou alguns pesos pesados. VC imagina deputados e senadores que não entraram na farra do petrolão escutando todos os dias a grandiosidade dos números envolvidos e pensando: como que eu não entrei nessa???? agora entraram..todos.
A "so called" oposição a ultima que quer é que isso aconteça..eles querem que a coisa se arraste mais 3 anos e com isso o PT acaba e eles assumem de novo por pelo menos mais uns 20 anos, até o povo esquecer tudo e outra geração de tolos voltar a acreditar nessas besteiras de socialismo, esquerda..essas coisas.

Vitorio Malatesta disse...

O Celso contrariou o conselho de um dos maiores estrategista militar da história: "nunca advertir o adversário dos erros que está cometendo".

Seria o certo o PT ter se afastado do governo federal depois de 12 anos. No entanto grande parte da antiga militância aguerrida não quis largar as gordas comissões.

Ficaram amolecidas; bons ternos, sapatos macios, viagens ao exterior, bebidas vintages, muitos com caras amantes.

Mudaram o conceito da classe exploradora: fazendeirões amigos, latifundiários do agronegócio chamados de heroicos,banqueiros beneméritos.

Muitos petistas depois de seis anos em ponto estratégicos saíram da máquina federal para se dedicarem a uma nova carreira mais rendosa: lobistas. Trabalho mínimo de mostrar o caminho das pedras da nova burocracia para vários tipos de favores do governo.

Foi e continua uma festa para esses "antigos revolucionários". Felizmente este festival vai chegando ao fim.

celsolungaretti disse...

Vitório,

nunca fui adepto do "quanto pior, melhor".

Gostaria que os dirigentes petistas tivessem me ouvido e disputado com lisura a última eleição presidencial. Sem jogo sujo, provavelmente a Marina teria sido vitoriosa e nosso povo sofrido não estaria agora comendo o pão que o diabo amassou.

Mas, não quiseram largar o osso por quatro anos (o Lula teria grandes chances de voltar em 2018). Ou muito me engano, ou estão prestes a largá-lo por uns 40.

A Dilma também está fazendo péssimo negócio ao insistir em permanecer no poder, mesmo não tendo a mínima ideia do que fazer com ele. Se renunciasse, como cansei de pedir, salvaria pelo menos sua biografia. Seguindo o rumo atual, o que a espera é uma perda total.

Abs.

João Roberto Buzato disse...

Antonio Carlos Vilaça no seu livro "Os Saltimbancos da Porciuncula" relata que o histórico advogado Sobral Pinto ia na missa e comungava diariamente. Tinha como certo para o rendimento do seu modesto escritório de advocacia [mas patrono de grandes causas] cuidar dos interesses de um rico casal judeu.

Quando morreu o marido, a viúva continuou com os serviços do grande advogado Sobral Pinto.

Era um homem pobre e tinha por sonho [ segundo Vilaça] ser ministro do STF.

Seria o coroamento de sua luta e dedicação em causas históricas, haja vista a defesa do comunista Luis Carlos Prestes.

Com sua grande estatura moral apoiou a candidatura de Juscelino. Surgindo uma vaga no Supremo, Juscelino, por meio do seu assessor especial na presidência, Augusto Frederico Schmidt, convidou-o.

Sobral Pinto recusou alegando que aceitar o cargo iria parecer pagamento pelo seu apoio.

Que exemplo. O que vemos hoje nessa podre república?

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