Numa entrevista da edição dominical da Folha de S. Paulo, vocês encontrarão, com outras palavras, o que venho escrevendo há vários meses sobre o arrocho fiscal da dupla Dilma/Levy:
- é eminentemente recessivo, perverso e socialmente injusto (pois, ao invés de os coitadezas serem sangrados, bastaria cancelarem-se privilégios dos ricos para se obter o equilíbrio das finanças públicas);
- estupra direitos e conquistas dos trabalhadores; e
- não pode ser imposto a um país pobre como o Brasil sem causar, em médio prazo, um tsunami social.
Ou seja, Marcio Pochmann, presidente da Fundação Perseu Abramo, repetiu as principais acusações que eu tenho feito desde o início ao austericídio no qual o governo do PT embarcou, seguindo o receituário neoliberal.
Como os petistas costumam fechar os ouvidos aos questionamentos de quem está à esquerda deles, talvez agora, quando vários dos seus falam as mesmíssimas coisas, passem a reconhecer que a política econômica de Dilma.2 é uma verdadeira abominação, um crime que está sendo cometido contra o povo brasileiro!
Leiam alguns trechos da entrevista do Pochmann e constatem (os grifos são meus):
Leiam alguns trechos da entrevista do Pochmann e constatem (os grifos são meus):
"A nova equipe econômica convenceu a presidente de que era mais importante adotar uma terapia de choque que, diziam, teria efeitos negativos, mas de curto prazo. Fizeram choques fiscal, monetário, cambial e de preços. Tudo no mesmo momento. Isso alterou dramaticamente as expectativas e jogou a economia numa recessão...
"...A lógica do ajuste é um fim em si mesmo. Não fixa pontes para o futuro. Está queimando pontes com o presente e o passado. As sugestões que ganham força são de cortes em despesas obrigatórias, estabelecidas como direitos e conquistas...
"...É insustentável para o país uma recessão prolongada. A se manter um quadro desses, as manifestações contra a recessão vão crescer, como cresceram nos anos 1980, quando um protesto de trabalhadores derrubou as grades do Palácio dos Bandeirantes. Temos um agravamento porque as pessoas estão percebendo a piora, o rebaixamento do padrão de vida. Por quanto tempo a população vai suportar medidas que apontam para o rebaixamento do seu padrão de vida?
"...Se houvesse um esforço concentrado só na questão da sonegação, não precisaria do ajuste. Sonegação, subsídios, desonerações: o Estado brasileiro é muito corajoso para cobrar imposto de pobre e paternalista para cobrar imposto de rico. Quem mais paga imposto não reclama e quem menos paga, reclama".
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