O Brasil, segundo a Constituição Federal, é um Estado laico --aquele que não se confunde com determinada religião; não adota uma religião oficial; permite a mais ampla liberdade de crença, descrença e religião; assegura a igualdade de direitos entre as diversas crenças e descrenças; e no qual fundamentações religiosas não podem influir nos rumos políticos e jurídicos da nação.
Isto não impediu o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, de assistir impassível a uma afrontosa palhaçada de deputados evangélicos, que deveriam estar todos sendo chamados ao Conselho de Ética para tentarem justificar tamanha quebra do decoro parlamentar.
Agora que Cunha suspendeu, na prática, a vigência da Carta Magna no tocante à laicidade do Estado, os religiosos de outras confissões deveriam averiguar se a igualdade de todos perante a Lei e perante os Poderes da nação também já deixou de viger na Câmara.
Fica a minha sugestão: já que considerações de ordem religiosa estão ensejando, inclusive, a exibição impune de pornografia no plenário, seria o caso de os umbandistas, que são alvos preferenciais da intolerância dos ferrabrases evangélicos e amiúde têm seus templos por eles vandalizados, irem louvar Oxalá na casa que deveria ser do povo, mas parece estar sob ocupação do Cunha.
Respeitosamente, é claro, para não serem confundidos com a horda antecessora.
Respeitosamente, é claro, para não serem confundidos com a horda antecessora.
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