quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

NOS BONS TEMPOS, O HUMOR DO CARNAVAL NÃO POUPAVA ALÁ E MAOMÉ...

Um dos maiores sucessos carnavalescos de todos os tempos, a marchinha Allah-la-ô (1940), embora creditada apenas a Haroldo Lobo e Antônio Nássara, teve dois outros pais, o jornalista David Nasser e o grande Pixinguinha.

Os versos originais de Nasser eram estes:

"Chegou a nossa caravana
À frente vem Maomé
Atravessamos o deserto
Sem pão e sem banana
Sem água pra fazer café
Allah-lá-ô ô ô ô ô ô ô
Mas que calor ô ô ô ô ô ô"  

Haroldo Lobo, autor da música, não gostou e pediu a Nássara que os melhorasse. Este levou a música e a nova letra para Pixinguinha fazer o arranjo. O maestro, no entanto, reescreveu tudo (prerrogativa dos gênios!). Entregou prontinha para o cantor Carlos Galhardo gravar, deste jeito:

"Allah-la-ô, ô ô ô ô ô ô
Mas que calor, ô ô ô ô ô ô
Atravessamos o deserto do Saara
O sol estava quente
Queimou a nossa cara

Viemos do Egito
E muitas vezes
Nós tivemos que rezar
Allah! Allah! Allah, meu bom Allah!
Mande água pra Ioiô
Mande água pra Iaiá

Allah! Meu bom Allah!"

Hoje, Haroldo Lobo, Antônio Nássara, David Nasser, Pixinguinha e Carlos Galhardo correriam o risco de serem transformados em peneiras pelos sinistros e sisudos jihadistas, com apoio implícito dos fundamentalistas de ocasião, que não admitem zombarias com as religiões convenientes.

Fazem-me lembrar aquela frase célebre atribuída ao presidente estadunidense Franklin Delano Roosevelt, sobre o então ditador da Nicarágua: "Somoza pode ser um filho da puta, mas é nosso filho da puta". 

Como o mundo piorou! Como Allah e Maomé pioraram! Como a esquerda piorou!

6 comentários:

Eduardo Rodrigues Vianna disse...

Celsão, tou trabalhando como professor no Ensino Técnico. A juventude também piorou.Pois é... São palavras de Charlie Chaplin(somos todos Charlie):

— Aos que podem ouvir, eu digo! Toda a desgraça que tem recaído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia; da amargura de homens que TEMEM o avanço do progresso humano!

Anônimo disse...

JE NE SUIS PAS CHARLIE!

JE NE SUIS PAS STUPIDE!

JE SUIS PALESTINE!

celsolungaretti disse...

ET JE NE SUIS PAS AL QAEDA!

JE N'AIME PAS STUPIDES!

Eduardo Rodrigues Vianna disse...

OPA! OPA!

Lendo com alguma demora a respeito deste assunto, ficamos sabendo que as tais charges de Maomé de 2006, publicadas por Charlie Hebdo, são da publiocação dinamarquesa Jyllands-Posten, autodenominada "liberal conservadora", isto é, a própria direita europeia.

Também ficamos sabendo que o chefe do tablóide até 2009, Philippe Val, foi um entusiástico defensor do estado sionista e um inimigo declarado dos palestinos, estão por aí os textos dele, na internet.

Minha simpatia pelo jornalzinho Charlie Hebdo termina aqui.

celsolungaretti disse...

Eu só tirarei conclusões se tiver certeza da idoneidade da informação. O que está circulando de falsidades a este respeito é uma grandeza. Em tempo de guerra, mentira como terra...

CARLO PONTI disse...

Ae meu brodasso, duvido que mesmo hoje, qualquer muçulmano de qualquerlugar do mundo se sinta ofendido com uma marchinha singela que pede água ao bom Alah.

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