...tem a assinatura do grego Constantin Costa-Gravas: Estado de sítio (1972), que vocês podem ver, completo e legendado, na janelinha abaixo.
Mostra o sequestro, por parte dos tupamaros (guerrilheiros urbanos do Uruguai), de um dos mais destacados professores de tortura que os EUA mandaram para cá, Dan Mitrione (interpretado por Yves Montand que, afável por natureza, não ficou lá muito crível como vilão).
Anteriormente, Mitrione chegara a dar suas aulas para policiais mineiros e cariocas, ensinando a utilização do choque elétrico (que ele recomendava por não deixar marcas), entre outros itens do currículo. Para as demonstrações práticas recorria a detentos ou indigentes.
Os tupamaros pretendiam trocá-lo por 150 presos políticos. Chegaram até a curá-lo do ferimento que havia sofrido no ombro. Mas, quando alguns de seus principais dirigentes foram presos, encerraram as negociações e decidiram-se pelo justiçamento.
A guerrilha urbana uruguaia era a mais eficiente da época, tanto que serviu como modelo para a VPR. Agradava-nos, sobretudo, sua ênfase num minucioso planejamento, para reduzir a um mínimo as possibilidades de tiroteios; dificilmente havia derramamento de sangue nas suas ações.
A guerrilha urbana uruguaia era a mais eficiente da época, tanto que serviu como modelo para a VPR. Agradava-nos, sobretudo, sua ênfase num minucioso planejamento, para reduzir a um mínimo as possibilidades de tiroteios; dificilmente havia derramamento de sangue nas suas ações.
Mesmo com todo o seu profissionalismo, os tupamaros também acabaram derrotados. Ficou mais uma vez evidenciada a impossibilidade de resistirmos no longo prazo sustentando a luta apenas nas cidades (era só o que dava para ele fazerem naquele país sem serras e matas cerradas onde guerrilheiros rurais pudessem se abrigar).
Costa-Grava conta esta história de forma empolgante. Trata-se, simplesmente, de uma lição de História e de cinema. Só que esta no bom sentido...
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