O hoje general reformado José Antonio Nogueira Belham comandava o DOI-Codi do Rio de Janeiro em 1971, quando o deputado Rubens Paiva morreu como consequência dos espancamentos sofridos em centros de tortura do Exército e da Aeronáutica. Foi no DOI-Codi/RJ que ele expirou e foi o DOI-Codi/RJ que deu sumiço nos seus restos mortais.
Com base nas apurações da Comissão da Verdade, o Ministério Público Federal vai pedir a instauração de ação penal contra Belham.
Por enquanto, prevalece o entendimento de que a anistia concedida pela ditadura militar a seus agentes em 1979, usando como moeda de troca (para que a oposição a endossasse) a libertação dos presos políticos e a permissão de volta dos exilados políticos, impediria a responsabilização criminal dos matadores, torturadores, estupradores e ocultadores de cadáveres, bem como dos seus mandantes.
Mas, a intenção dos promotores talvez seja a de, no fim da linha, submeterem novamente a questão ao Supremo Tribunal Federal, com o apoio da OAB e outras entidades da sociedade civil.
Como as nomeações da presidenta Dilma Rousseff mudaram a fisionomia do STF, poderia não se repetir a aberração jurídica de 2010, quando a principal corte do País decidiu que anistias impostas durante a vigência de ditaduras devem ser levadas a sério. O mundo civilizado, começando pela ONU, discorda.
Tenho fortes motivos pessoais para detestar Belham: o que eu sofri e o que estimados companheiros sofreram nas garras dos seus jagunços .
Mesmo assim, advirto: um octogenário como ele pode morrer a qualquer instante. Se estiver preso ou sendo submetido a processo (pela natureza das acusações) infamante, a direita botará a boca no trombone, fazendo o maior estardalhaço. Poderemos transformar um terrível algoz em vítima e até gerar um clima ruim nos quartéis.
Considero imprescindível que o Estado brasileiro emita um veredicto definitivo a respeito dos Belhams, Ustras e Curiós: o de culpados por execuções covardes e atrocidades de todo tipo. Que passem à História como motivos de vergonha nacional, merecedores da repulsa dos pósteros.
Considero temerário irmos além disto -até porque a senilidade esvazia a monstruosidade. Foram monstros e deveriam ter sido punidos como tais quando ainda o eram. Hoje não passam de velhos de maus bofes, tornados inofensivos pela idade e esperando o momento de baixarem à cova.
Se o catolicismo estiver certo, legiões de demônios os esperam para fazê-los provar do próprio veneno.
7 comentários:
Pois é, e o filho, RONALDO MARTINS BELHAM, continua general no SNI, atual Abin. E ainda dizem que "é concursado". Só se for com algum jeitinho brasileiro. Sai dessa...
Francamente, não acredito que alguém me retalie em função de um texto publicado neste humilde blogue.
Mas, se acontecer, será parte do jogo que eu quis jogar. Estou um pouco velho para me preocupar com autopreservação.
O filho do general Antonio Belham foi indicado pela presidenta Dilma para ser diretor geral adjunto da ABIN a nova razao social do SNI e chama se Ronaldo Martins Belham. Provavelmente ja destruiu ou deu sumico aos documentos oficiais que relatavam as atividades do papai.
Afina, Brasil,
Cadê Rubens Paiva ?
Sinceramente, nenhum cidadão brasileiro crê que o
filho do general das viúvas Antonio Belham, o
Ronaldo Martins Belham, diretor auxiliar do SNI que é
hoje a Abin, nao saiba algo sobre o deputado Rubens
Paiva.
Meu garoto !
Meu paipai !
Tentati !
Ronaldo Martins Belham condecorado com a Medalha do Pacificador em junho de 2010 (Exercito) pelos relevantes serviços prestados e admitido no Grau de Oficial na Ordem do Mérito Militar em maio de 2012.
Filho do General Antonio Belham.
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