Inaugurado em 08/08/2008, este blogue completará cinco anos com quase 700 seguidores e mais de 770 mil visualizações de páginas, originárias do Brasil (600 mil), EUA (90 mil), Rússia (16,7 mil), Portugal (13 mil) e Alemanha (6,2 mil), principalmente.
Os textos postados estão na casa de 2,1 mil, sendo mais de 300 com o marcador Cesare Battisti; quando da libertação do escritor que a Itália queria silenciar, o total já era de aproximadamente 250.
Foi a mais prolongada e --considerando-se a extrema desigualdade de forças--, surpreendentemente vitoriosa campanha assumida pelo blogue, que também se colocou ao lado do cineasta Roman Polanski; do ex-etarra Joseba Gotzon; de Julian Assange, Bradley Manning e Edward Snowden, que escancararam para o mundo a nudez do rei; da iraniana Sakineh Ashtiani, quase-vítima da intolerância medieval; do movimento estudantil em geral e dos universitários da USP em particular (pois submetidos a controle policial como nos piores tempos da ditadura militar); e do de outros humilhados e ofendidos no dia a dia brasileiro.
Afora as lutas travadas contra as múltiplas facetas e manifestações do autoritarismo, inclusive no seio da web; e a defesa permanente dos direitos humanos, dos ideais revolucionários e da memória da resistência à ditadura de 1964/85, da qual tenho orgulho de haver participado, ao lado de alguns dos melhores cidadãos que este país já produziu.
Dos textos mais clicados no blogue, o 3º lugar é de 16/10/2011, tem quase 2,5 mil hits e está sendo republicado abaixo, como parte desta pequena retrospectiva que incluirá também os meus três favoritos e um balanço do caminho até aqui percorrido.
Trata-se de uma reiteração da tese que já sustentara em outros artigos, inspirado no Paulo Francis dos melhores tempos: a de que o combate à corrupção não passa de uma bandeira da direita.
Era inimaginável para mim que a esquerda se descaracterizasse tanto, regredindo a posturas populistas que nos causaram um mal imenso no passado; o moralismo rançoso da UDN estava no DNA da quartelada de 1964.
O PIÃO DO PIG
Sem ir às últimas consequências, o combate à corrupção não passa de besteirinha inofensiva para o sistema. Como um pião, gira, gira, gira e não sai do lugar.
Direciona-se contra o efeito, impossível de extirpar-se enquanto subsistir a causa: o capitalismo.
Quanto muito, levará à adoção de medidas paliativas e ao ostracismo temporário de alguns corruptos, abrindo espaço para outros.
Neste domingo, a Folha de S. Paulo, carro-chefe do PIG na mídia escrita, a ele dedica:
Direciona-se contra o efeito, impossível de extirpar-se enquanto subsistir a causa: o capitalismo.
Quanto muito, levará à adoção de medidas paliativas e ao ostracismo temporário de alguns corruptos, abrindo espaço para outros.
Neste domingo, a Folha de S. Paulo, carro-chefe do PIG na mídia escrita, a ele dedica:
- um de seus dois editoriais;
- duas das suas quatro colunas dos Estados, a de Eliane Cantanhêde e de Carlos Heitor Cony;
- um dos dois artigos de Tendência e debates, o de Miguel Srougi;
- e duas das sete cartas do Painel do leitor.
Já as manifestações públicas contra a ganância -- que, na véspera, haviam sido realizadas em 950 cidades de 82 países, em todos os continentes -- não foram citadas uma única vez nos espaços de Opinião do jornal da ditabranda.
Não interessa ao jornalismo brasileiro um fenômeno de tal abrangência, e que teve lugar também em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Curitiba?
Carece de importância um protesto que aglutinou 200 mil cidadãos em Roma e 60 mil em Barcelona?
Trata-se do tratamento que sempre recebem as iniciativas anticapitalistas: ou são escondidas, ou minimizadas. Adivinhem por quê.
Não interessa ao jornalismo brasileiro um fenômeno de tal abrangência, e que teve lugar também em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Curitiba?
Carece de importância um protesto que aglutinou 200 mil cidadãos em Roma e 60 mil em Barcelona?
Trata-se do tratamento que sempre recebem as iniciativas anticapitalistas: ou são escondidas, ou minimizadas. Adivinhem por quê.
Ou seja, a imprensa burguesa privilegia e adora os movimentos que fornecem espuma para preencher noticiário mas mantêm intocada a exploração do homem pelo homem, fonte das maiores desgraças para a humanidade, bem como das principais ameaças à sobrevivência da nossa espécie.
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